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    Magnata do K-Pop diz que pretende criar grupo na América Latina

    Em visita ao Brasil, J.Y. Park falou à CNN sobre como Bossa Nova inspirou uma música do girlgroup TWICE e conta seus próximos passos na indústria do K-Pop

    Isabela Gadelhada CNN Brasil Soft

    J.Y. Park é um artista e empresário sul-coreano conhecido tanto pela sua carreira na música quanto por ter fundado, em 1997, a JYP Entertainment, a casa de nomes gigantes da indústria do K-Pop como TWICE, Stray Kids e ITZY.

    O magnata escolheu São Paulo entre as cidades da sua turnê “Dance With J.Y.Park”, um challenge em que dança ao lado de vários fãs e que reuniu mais de 3 mil pessoas no Parque da Independência no dia 22 de outubro. Além da Coreia do Sul e do Brasil, os outros países participantes foram a Tailândia, Espanha e Estados Unidos.

    “É a minha primeira vez na América do Sul”, contou à CNN. “Há milhares de motivos por que eu amo o Brasil mas, acima de tudo, é pelo apoio que os nossos fãs demonstram a nós. O amor e o apoio que vocês nos dão é incentivador. Muito obrigado.”

    Confira a entrevista:

    A sua turnê passa por vários países. Qual foi sua memória favorita até agora?  

    Entre as cidades em que eu viajo para essa turnê, há dois países que eu nunca havia visitado antes: Espanha e Brasil. E, na Espanha, eu não sabia quantos fãs iriam aparecer e foram mais de 1.200 pessoas. Eu fiquei muito surpreso com a paixão, amor e apoio. Então foi surpreendente, uma experiência impressionante.

    E você mencionou bossa nova. Você curte artistas brasileiros? 

    Primeiramente, João Gilberto. E também Tom Jobim e Nara Leão. A música que eles cantam, “Chega de Saudade”, é tão… Você pode ouvir milhares de vezes. Se você ouvir a última música que escrevi para o TWICE, chamada “Alcohol-Free”, você definitivamente sente “Chega de Saudade” nela. O ritmo, a emoção por trás.

    Eu comecei gostando da “Garota de Ipanema”, mas aí descobri que tinha uma versão do João Gilberto cantando, e então descobri uma versão da Nara Leão cantando. Foi assim que eu acabei conhecendo mais bossa nova e comecei a me apaixonar pelo gênero musical.

    Você mencionou o TWICE e sei que você compôs músicas para elas. Uma é muito especial para os fãs, a “Feel Special”. Como foi compor essa música? 

    Eu já escrevi mais de seiscentas músicas nos últimos 30 anos, então não é fácil idealizar uma nova música porque eu já falei de tudo da minha vida, das nossas vidas. Mas toda vez que uma situação real me motiva, é muito fácil escrever uma música especial.

    Nessa época, Sana estava passando por uma situação difícil e eu vi como as outras integrantes a apoiaram e isso tocou o meu coração. Eu escrevi a música em homenagem à amizade delas. Depois que terminei a música, eu escrevi a letra em um papel, emoldurei e dei para a Sana.

    Recentemente, em uma entrevista à Billboard, a maioria das integrantes disse que essa é a música favorita delas de todos os tempos.  

    Jura? Uau, OK. Legal. Porque foi real, foi muito real.

    Na CNN, ao mesmo tempo que há fãs de K-Pop assistindo, também há pessoas que não sabem ainda o que é o K-Pop. Como você explicaria o que é para esse público que ainda não sabe muito sobre o assunto? 

    É uma forma consensual de entretenimento. É realmente apreciar música e dança de forma conjunta, artista e fã juntos, comunicar junto, dançar junto, cantar junto, promover junto. Como nunca antes. Isso é possível por causa da tecnologia digital que foi desenvolvida na nossa sociedade. Sem as plataformas digitais, K-Pop não existiria. K-Pop não teria existido.

    E você uma vez comentou que o próximo passo para o K-Pop é a globalização pela localização. Pode explicar o que isso quer dizer? 

    Quando eu comecei a produzir e criar grupos, eram todos coreanos, como o Wonder Girls. E quando vi uma reação global… Você mesma me disse que você ouviu “Nobody”.

    Eu ouvi!  

    Em que cidade?

    Rio Branco, Acre. No meio da região amazônica, havia uma garota ouvindo Wonder Girls. 

    E você está sentada com a pessoa que escreveu essa música agora. Mas, enfim, eu vi essa possibilidade. Então comecei a misturar outras nacionalidades nos grupos, como o Nichkhun no 2 P.M, BamBam no GOT7. Esse foi o segundo passo, e então o terceiro foi grupos de artistas não coreanos, como BOY STORY e NiziU no Japão.

    E, para o A2K, o projeto que estou filmando agora, selecionei integrantes para irem a um bootcamp [treinamento] e é incrível. Vai ser uma explosão. As meninas são muito talentosas e há tantos potenciais de estrelas nos Estados Unidos. Vão ser apenas meninas estadunidenses e meu próximo objetivo é na América Latina, como a América do Sul.

    E vão ter brasileiros? 

    Sim, sim, esse é o próximo projeto que eu tenho em mente. Era por isso que eu queria vir aqui ver vocês e sentir a energia. Eu acho que vai me dar ideia para o meu próximo projeto, depois do projeto japonês, chinês e do estadunidense. Vai ser um projeto latino baseado na América do Sul. E eu vou viajar pelas cidades da América do Sul fazendo audições neste continente. Vai ser uma loucura.

    Você pode mandar um recado aos fãs brasileiros? 

    Uau. Muito obrigado. Eu realmente sei quanto amor e apoio vocês estão nos mandando. É emocionante. Eu vou dar o meu melhor para retribuir para vocês. Minha visita ao Brasil é apenas o começo, prometo que vocês vão ver mais de mim e nossos artistas no futuro.
    Assista à entrevista completa no YouTube:

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