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    Mafalda ganha série com curiosidades sobre Quino: “Ela é como Messi”, diz diretora à CNN

    Série estreia quarta-feira (27) e mergulha nas tirinhas mais populares, revela curiosidades sobre a criação e trabalho do artista

    Rafael Farias Teixeiracolaboração para a CNN , São Paulo

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    Mafalda, a personagem mais conhecida do cartunista argentino Quino, pode ter sido uma menina no país vizinho, mas seu espírito questionador e visão sobre questões sociais conquistaram o mundo. Conhecida em mais de 40 países, a personagem Mafalda, uma menina questionadora que vê os problemas do mundo como uma adulta, protagonizou milhares de tirinhas, e mesmo relendo-as, é possível encontrar coisas novas sempre.

    E esse é um dos objetivos da série documental “Voltando a Ler Mafalda”, que estreia no Disney+ e Star+, na próxima quarta-feira (27): revisitar o trabalho de Quino para encontrar visões novas sobre a personagem.

    “Sinto que ela é uma parte vital da minha vida. E o engraçado é que se pego um dos livros e começo a ler não consigo parar. E toda vez que releio, descubro algo novo. Por isso o título da série,  é uma forma de olhar as histórias das personagens por diferentes e novos pontos de vista”, diz Lorena Muñoz, diretora do seriado em entrevista para CNN.

    A produção revela quais foram as fontes de inspiração de Quino, como criou cada um dos personagens coadjuvantes, sua rotina de produção, a relação dele com as pessoas à sua volta e várias análises das tirinhas mais populares e conhecidas.

    Segundo Lorena, o maior desafio foi traduzir uma tirinha, os desenhos, as informações, para uma linguagem audiovisual.

    “Tornar tudo interessante para o espectador, incluindo elementos da linguagem audiovisual. Não queríamos fazer uma animação, queríamos respeitar a origem das tirinhas em quadrinhos”, ela diz.

    “A forma que encontramos de ver os diferentes artistas desenhando os personagens, explicando as tiras, como se constroem, com diferentes recursos, é o que torna a narrativa mais dinâmica”, conta.

    O seriado reúne nomes como Maitena, Liniers, Montt, Tute, Rep, Kemchs e Raquel Riba Rossy, cartunistas latino-americanos renomados e admiradores da obra de Quino, que auxiliam na jornada de descobrir novas curiosidades sobre a personagem e sobre seu criador.

    Para Lorena, o mais surpreendente foi descobrir como Quino, às vezes, não tinha ânimo para se sentar e desenhar. “Essa complexidade de haver uma demanda grande, de precisar desenhar e ao mesmo tempo não ter vontade, quando não se tem inspiração. Podia imaginar que isso acontecia, porque acontece com muitas pessoas, mas entender por que isso acontecia com ele o humanizou, humanizou o meu ídolo”, ela diz. “Isso fez com que ele se transformasse em meu ídolo duas vezes.”

    Outra descoberta foi a proximidade do trabalho de Quino com o cinema. “Quando ele fala que quando sentava para desenhar a primeira coisa que se perguntava onde ficava a câmera, que é algo que eu faço. Essa identificação com ele me pareceu super interessante”, afirma.

    A série documental tem quatro episódios e traz uma mistura de saudosismo, doçura e proporciona muitas risadas ao passear pelos questionamentos incisivos de Mafalda que ainda fazem muito sentido hoje em dia.

    “Espero que a série ajude as novas gerações a terem uma compreensão maior de por que a Mafalda é tão valiosa, por que nos identificamos com ela”, diz Lorena. “Ela representa o mundo na verdade. Ela é também como o Messi, é nossa embaixadora.”

    Criada em 1962, Mafalda era inicialmente uma personagem que estrelaria tirinhas que serviriam como propaganda para uma marca de eletrodomésticos. A estratégia não funcionou e Quino pode utilizar a personagem como a conhecemos hoje, uma menina que enxerga as desigualdades e problemas do mundo e não tem medo de questioná-los. Quino morreu em 2020.

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