Liderança de Golda Meir em guerra é retratada em novo filme com ganhadora do Oscar; veja detalhes
À CNN, roteirista definiu a trama como "uma história sobre como uma mulher idosa, que não estava bem de saúde, lidou com uma situação extremamente estressante"
![Helen Mirren como Golda Meir em "Golda - A Mulher de Uma Nação" Helen Mirren como Golda Meir em "Golda - A Mulher de Uma Nação"](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/06/Golda-A-Mulher-de-Uma-Nacao_Diamond-Films-3.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
Aos 70 anos, em 1969, Golda Meir tomou posse como primeira-ministra de Israel, tornando-se a primeira – e única – mulher a assumir o posto. Com uma carreira consolidada, tendo sido embaixadora na extinta União Soviética, ministra do Interior, Relações Exteriores e do Trabalho, ela enfrentou seu maior desafio aos 75 anos, quando, um dia antes do feriado judaico de Yom Kippur, o Egito e a Síria lançaram um ataque surpresa em seu país.
Esse período da vida de Golda – e da história – é retratado no novo filme de Guy Nattiv: “Golda – A Mulher de Uma Nação”, que chega às telonas nesta quinta-feira (31). A veterana Helen Mirren dá vida à Dama de Ferro de Israel e retrata nas telonas os conflitos internos e externos vividos pela líder. Ela volta a viver figuras históricas, como quando venceu o Oscar de Melhor Atriz, em 2007, ao interpretar Elizabeth II em “A Rainha”.
Apesar do contexto histórico “profundo e complicado”, o roteirista Nicholas Martin, conhecido por seu trabalho em “Florence – Quem é Essa Mulher”, definiu, em entrevista à CNN, a trama como “uma história sobre como uma mulher idosa, que não estava bem de saúde, lidou com uma situação extremamente estressante”.
“Ela se tornou primeira-ministra e foi a surpresa da guerra. De repente, teve que liderar o país na batalha, algo que ela nunca imaginou que teria que fazer. Ela teve que tentar acalmar todos e manter-se muito firme e de alguma forma fazer o país passar por esse momento terrível”, disse.
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A história, bem como a sua adaptação, é recheada de detalhes. Martin contou que para poder ter uma compreensão profunda da trajetória de Golda, da Guerra de Yom Kippur e do contexto histórico de Israel, ele precisou colocar tudo que leu em uma grande planilha.
“Havia uma enorme quantidade de informações para lidar. Eu tinha cada dia da guerra ou o período que antecedeu o conflito e todos os personagens [na planilha] para poder ver o que eles estavam fazendo”, explicou.
“Era a única maneira de organizar todas as informações para que eu pudesse entendê-las sozinho, e então tentar encontrar uma maneira de contar a história da forma mais simples possível, mas certificando-me de que consegui expor o máximo possível”, acrescentou.
À CNN, o roteirista disse que trabalhou na trama por mais de um ano e que começou sem saber quase nada da história. Apesar de tentar contextualizar o máximo possível, ele recomenda que os telespectadores leiam sobre o que levou à Guerra de Yom Kippur, pois “mergulhamos em uma situação extremamente complicada”.
“É difícil fazer com que alguém que não sabe nada passe a saber o suficiente para entender completamente a história. Pode ser um filme que as pessoas precisem ver algumas vezes antes que possam entender por inteiro”, disse.
“Tenham uma ideia [de quem foi Golda], uma imagem aproximada de onde estava Israel em 1973. Penso que irá ajudar”, aconselhou.
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“Golda – A História de uma Nação” chega aos cinemas nesta quinta-feira (30).
Guerra do Yom Kippur
Em 8 de outubro de 1973, tropas egípcias e sírias atacaram o Estado de Israel. Para aumentar a surpresa do seu ataque, os exércitos invasores atacaram no Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico.
Os inimigos da nação liderada por Golda Meir obtiveram os seus primeiros sucessos no campo de batalha desde a fundação do Estado judeu. O Egito desfrutou de três dias de sucesso tático, a Síria menos que isso. A guerra terminou com as tropas israelenses se aproximando de Damasco e com todo um exército egípcio cercado.
A Guerra do Yom Kippur durou 19 dias, mais do que 1956 e 1967 juntos. Israel sofreu mais de 2.500 mortos em combate. Outras centenas de israelenses foram capturados nos primeiros dias de combate; dezenas desses cativos foram horrivelmente torturados e mortos.
Apesar do sucesso militar final de Israel, a guerra foi interpretada por muitos como algo próximo de uma derrota para o Estado judeu. As duas guerras anteriores de Israel – em 1956, apenas contra o Egito e em 1967, contra uma aliança de todos os seus vizinhos – terminaram em vitórias relâmpago do país.