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    Final de “Clube da Luta” é restaurado na China após contestações de censura

    Cena do filme havia sido removida de versão disponível em importante plataforma de streaming chinesa

    Michelle TohNectar Ganda CNN

    A partir desta segunda-feira (7), o filme “Clube da Luta” volta a ser exibido em sua versão original na China. O longa, um clássico cult do cinema, lançado em 1999 e estrelado por Brad Pitt e Edward Norton, havia sido censurado com parte de seu final cortado pela plataforma de streaming chinesa Tencent Vídeo. As cenas foram restauradas após milhares de fãs terem se queixado.

    David Fincher já havia chocado o público quando o filme chegou aos cinemas pela primeira vez. Numa reviravolta massiva, o narrador, interpretado porNorton, percebe que o personagem de Pitt, Tyler Durden, é o seu alter ego imaginário, e mata-o.

    Nos últimos momentos, o narrador está com a sua namorada, interpretada por Helena Bonham Carter, enquanto veem explosivos explodirem um grupo de arranha-céus – tudo parte do que foi originalmente apresentado ao público, como o plano de Durden para destruir o consumismo por meio de apagamento de registos bancários e de dívidas.

    Mas uma versão drasticamente alterada no Tencent Video, que a CNN assistiu em janeiro, recortou toda a cena com as explosões.

    Em vez disso, foi substituída por uma legenda explicando ao público que “a polícia descobriu rapidamente todo o plano e prendeu todos os criminosos, impedindo com sucesso que a bomba explodisse”. “Após o julgamento, Tyler foi enviado para [um] manicômio recebendo tratamento psicológico. Ele teve alta do hospital em 2012”, lê-se ainda na legenda.

    Milhares de fãs nas redes sociais chinesas queixaram-se da drástica alteração, dizendo que tinha estragado um pedaço da história do cinema.

    A versão que irá ao ar a partir desta segunda, as cenas finais estão de volta – embora ainda omita uma cena com nudez, que também faltava na versão disponível em janeiro.

    Mesmo que não esteja claro como ou quando foram feitas as edições, não é raro que filmes estrangeiros sejam submetidos a uma censura pesada antes de encontrarem uma exibição legítima na China.

    E as empresas chinesas que detêm os direitos dos filmes internacionais no país muitas vezes se autocensuram para apaziguar os reguladores antes dos lançamentos gerais.

    A Tencent (TCEHY) recusou-se a comentar, mas uma fonte revelou à CNN que a última versão do filme foi fornecida ao site pelo distribuidor.

    Um funcionário dessa mesma distribuidora, por outro lado, revelou que “tinha controle” sobre o conteúdo do filme, e não estava ciente da última alteração. A empresa, com sede em Guangzhou e chamada Pacific Audio & Video, é afiliada à Rádio e Televisão de Guangdong, propriedade do Estado.

    Nem a China Film Administration nem a Cyberspace Administration of China, o regulador da Internet que supervisiona as plataformas de streaming, responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

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