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    Filmes para família com mulheres protagonistas crescem 24% em 12 anos

    Em 2007, apenas 24% das 100 produções do tipo com maior bilheteria contavam com protagonistas femininas; em 2019, eram 48%

    Sandra Gonzalez , Da CNN

    O ano de 2019 foi histórico para a representação de gênero nos filmes para família. De acordo com um novo estudo do Instituto Geena Davis sobre Gênero na Mídia, o período teve tantas mulheres quanto homens em papéis de destaque. 

    Em 2007, apenas 24% dos 100 filmes de família de maior bilheteria contavam com mulheres nos papéis principais. Em 2019, 48% dessas produções foram protagonizadas por mulheres. Um filme de família é caracterizado por ser um live-action ou animação classificado como G (sem restrição), PG (recomenda observação dos pais) e PG-13 (recomenda observação dos pais a menores de 13 anos).

    “As imagens na mídia têm um grande impacto em como vemos a nós mesmos e julgamos nossos valores”, disse a atriz Geena Davis, fundadora do instituto, à CNN, por e-mail. “Quando você vê alguém como você refletido, capta a mensagem: ‘há alguém como eu, devo pertencer’. É por isso que é tão importante para as crianças verem, desde cedo, mundos fictícios que reflitam o mundo real, que é metade feminino e muito diverso.”

    A atual paridade histórica, segundo Davis, significa que “as meninas provavelmente verão que elas são tão importantes quanto os meninos e fazem metade das coisas interessantes e importantes. “Garotos entenderão a mensagem inconscientemente também e devem passar a ver as garotas como iguais”, explicou ela.

    Diversidade e estereótipos

    Para o relatório deste ano, os pesquisadores também analisaram outras cinco áreas – etnia, LGBTQ+, deficiência, idade (mais de 60 anos) e diversidade de medidas corporais. 

    Entre os chamados “grupos de identidade”, houve algumas melhorias. A porcentagem de protagonistas negros, por exemplo, aumentou de 22%, em 2007, para 30%, em 2019. Além disso, 8% dos filmes de família de 2019 tinham uma pessoa com deficiência no papel principal, em comparação a 1% de 10 anos atrás.

    Mas Madeline Di Nonno, CEO do Instituto Geena Davis, sente que há espaço para mais mudanças. “Sexualização e idade continuam sendo grandes pontos que precisam avançar. Nosso estudo mostra que personagens femininas têm seis vezes mais chances de estar em roupas sexualmente reveladoras”, disse ela. 

    “Vemos o mesmo movimento quando se trata de idade, com a maioria das personagens femininas com menos de 40 anos, e poucas ou nenhuma com 50 anos ou mais. Mas há muitos personagens masculinos na faixa dos 40 anos ou mais”, afirmou Di Nonno.

    Outras descobertas são igualmente impressionantes, como o fato de que apenas 8,3% dos personagens têm o que a pesquisa chama de “tipo de corpo grande”, e as obras costumam reforçar os estereótipos negativos.

    Esses personagens têm menos chances de serem retratados como inteligentes, e 7,4% são verbalmente humilhados nos filmes nos quais aparecem, apontou o estudo. “Ainda há muito trabalho a fazer, mas estamos motivados com o progresso feito”, afirmou Davis.

    Ela espera ver um aumento no número de protagonistas de “segmentos sub-representados da sociedade” e “uma melhora contínua na qualidade da seleção” de personagens. “Criar personagens mais diversos significa estar mais relevante a um segmento maior da população. E isso torna o projeto literalmente mais colorido”, disse a atriz.

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