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    Filmes de Mazzaropi serão recuperados e digitalizados; saiba quem foi ele

    Ator e humorista é, até hoje, um dos nomes mais conhecidos do cinema nacional, tendo sido imortalizado pelos papéis de "jeca" ou "caipira"

    Mazzaropi no filme "Tristeza do Jeca", de 1961
    Mazzaropi no filme "Tristeza do Jeca", de 1961 Filme "Tristeza do Jeca" (1961)/Reprodução

    Pedro N. Jordãoda CNN

    São Paulo

    Seis filmes do ator e humorista Amácio Mazzaropi (1912-1981) serão recuperados e digitalizados pela Cinemateca Brasileira em parceria com o Museu Mazzaropi. Saiba abaixo quem foi ele e qual sua importância na cultura brasileira.

    A recuperação das produções foi aprovada por edital da Lei Paulo Gustavo, pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo e usará investimento de R$ 200.000

    A ação ainda contará com organização de mostras e debates no segundo semestre deste ano, tanto na sede da Cinemateca Brasileira, na zona sul da cidade de São Paulo, quanto no Museu, em Taubaté, no interior do estado.

    Mas quem foi Mazzaropi?

    Conhecido pelo personagem do caipira, que marcou sua carreira, os filmes dos quais Mazzaropi participou se caracterizavam pelo humor, às vezes com um toque de melodrama.

    Muitas vezes, essas produções abordavam temas e discussões importantes como o racismo, a reforma agrária, injustiças sociais e a relação entre campo e cidade.

    Assim, Mazzaropi construiu um conjunto de obras que se voltou para o cotidiano de grupos marginalizados da sociedade brasileira, tendo o humor como ponto central e uma linguagem popular capaz de alcançar grandes números de bilheteria.

    Até hoje, ele é um dos nomes mais conhecidos do cinema nacional, principalmente pelos papéis de “jeca” ou “caipira”, tendo produzido, escrito, dirigido e estrelado 32 produções entre 1952 a 1980.

    Muitos filmes de Mazzaropi são exibidos ainda hoje pela TV Brasil.

    Os filmes contemplados no projeto pertencem aos acervos da Cinemateca Brasileira e do Museu Mazzaropi.

    A Cinemateca Brasileira conserva mais de 200 materiais audiovisuais relativos à filmografia do humorista, cujos direitos estão distribuídos em diferentes detentores, além de uma coleção de cerca de 600 fotografias, cartazes e outros documentos.

    Já o museu, criado em 1992, possui o mais representativo acervo sobre a vida e obra do artista, com cerca de 20.000 itens, entre fotos, documentos e objetos.

    Filmes que serão recuperados e digitalizados

    Sai da frente (1952), direção de Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne

    Estreia de Mazzaropi no cinema, na qual ele interpreta um motorista de caminhão que precisa fazer uma mudança de São Paulo para Santos, mas acaba se envolvendo em diversos contratempos.

    Candinho (1953), direção de Abílio Pereira de Almeida

    O papel do caipira, que se tornaria recorrente na filmografia do ator, aparece pela primeira vez. O filme é baseado no conto “Cândido, ou o otimismo”, de Voltaire.

    Zé do Periquito (1961), direção de Amácio Mazzaropi e Ismar Porto

    O romance impossível entre o jardineiro de um colégio e uma estudante foi o segundo filme dirigido por Mazzaropi, após sua estreia na direção com “As aventuras de Pedro Malasartes”, no ano anterior.

    O Lamparina (1964), direção de Glauco Mirko Laurelli

    Neste filme, Mazzaropi é um trabalhador do campo que acaba se juntando, por acidente, a um bando de cangaceiros, tornando-se o destemido e atrapalhado Lamparina.

    A produção faz uma sátira dos filmes de cangaço, gênero muito popular no cinema brasileiro.

    O Corintiano (1966), direção de Milton Amaral

    Mazzaropi interpreta um corintiano fanático que entra em conflito com os filhos e com os vizinhos palmeirenses. O filme contém cenas de jogos reais do Corinthians, nas quais aparecem os jogadores Rivellino e Dino Sani, entre outros.

    O Puritano da Rua Augusta (1966), direção de Amácio Mazzaropi

    Nessa sátira de costumes, Mazzaropi interpreta um pai de família conservador e moralista que, após um ataque do coração, passa a agir feito jovem outra vez, mudando o cabelo, as roupas e o gosto pela música.

    O filme conta com participações especiais de diversos músicos brasileiros, incluindo Elza Soares.