Festival de Veneza revela programação repleta de estrelas em meio à greve de Hollywood
Produções de nomes como Sofia Coppola, Bradley Cooper, David Fincher e Ava DuVernay serão exibidos pela primeira vez no evento
Veneza apresentou uma programação poderosa nesta terça-feira (25) para seu próximo festival de cinema, desafiando os temores de que sua 80ª edição seja um fracasso por causa das greves de atores e roteiristas de Hollywood.
Embora muitas estrelas sintam falta do tradicional tapete vermelho para grandes produções de estúdio, o diretor artístico de Veneza, Alberto Barbera, ainda conseguiu atrair uma série de filmes importantes para o evento.
Novos filmes de diretores como Bradley Cooper (“Nasce Uma Estrela”), Yorgos Lanthimos (“O Lagosta”), David Fincher (“Clube da Luta” e “Se7ven”), Michael Mann (“Fogo contra Fogo”), Sofia Coppola (“Encontros e Desencontros”), Ava DuVernay (“Selma: Luta Pela Igualdade”) e Wes Anderson (“O Grande Hotel Budapeste”) estrearão no evento, que vai de 30 de agosto a 9 de setembro.
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O festival também gerará polêmica ao dar destaque a Woody Allen (“Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”), Roman Polanski (“O Pianista”) e Luc Besson (“O Profissional”), três diretores atingidos por escândalos #MeToo que foram ignorados por muitas figuras da indústria na última década.
Todos os três negaram repetidamente as acusações contra eles. Besson foi inocentado no mês passado.
O festival de cinema mais antigo do mundo, considerado uma plataforma de lançamento para os candidatos ao Oscar à medida que a temporada de premiações se aproxima, apresenta filmes de 55 países, incluindo 23 títulos concorrendo ao prestigioso prêmio Leão de Ouro.
Barbera disse que, apesar da incerteza em torno da greve dos atores, apenas um título foi retirado da escalação esperada – o drama de tênis de abertura “Challengers”, dirigido por Luca Guadagnino e estrelado por Zendaya.
O sindicato dos atores (SAG-AFTRA) convocou a greve este mês depois de não conseguir chegar a um acordo com os estúdios sobre um novo contrato de três anos.
Os membros não têm permissão para se envolver em nenhuma atividade promocional de seus filmes.
Barbera disse esperar que as estrelas de filmes independentes menores possam divulgar seu trabalho pessoalmente, independentemente da paralisação.
“Portanto, esperamos que o tapete vermelho não esteja tão vazio quanto algumas pessoas previam”, disse ele.
Destaques
Entre os filmes mais aguardados está o drama da Netflix “Maestro”, sobre o compositor Leonard Bernstein, dirigido e estrelado por Cooper, que teve sua estreia na direção em para Veneza em 2018 com “Nasce Uma Estrela”.
Dois outros filmes biográficos também disputarão a atenção no evento – “Priscilla”, de Coppola, baseado nas memórias da esposa de Elvis Presley, e “Ferrari”, dirigido por Mann.
O segundo longa é estrelado por Adam Driver como o famoso fabricante de automóveis italiano Enzo Ferrari e Penelope Cruz como sua esposa.
Apenas cinco mulheres se apresentarão na competição principal, com DuVernay fazendo história como a primeira mulher afro-americana a concorrer ao Leão de Ouro com seu filme “Origin”, que disseca o racismo nos Estados Unidos.
Entre os outros grandes filmes que provavelmente causarão agitação estão a comédia dramática surrealista de ficção científica de Lanthimos, “Poor Things”, estrelada por Emma Stone e Mark Ruffalo – nenhum dos quais poderá andar no tapete vermelho por causa da greve.
Besson, que foi inocentado em junho das acusações de estupro feitas contra ele em 2018 por uma atriz, apresentará seu último filme “Dogman” para o prêmio máximo.
Tanto Allen, com seu filme em francês “Coup De Chance”, quanto Polanski, com “The Palace” serão exibidos fora da competição.
Anderson também será exibido fora da competição com sua comédia de 40 minutos da Netflix, “The Wonderful Story of Henry Sugar”, baseada em um conto de Roald Dahl e estrelada por Benedict Cumberbatch, Ralph Fiennes, Dev Patel e Ben Kingsley.