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    Festival de Veneza: Nicole Kidman se sente “exposta” com novo thriller erótico

    "Babygirl", da diretora holandesa Halina Reijn, mostra uma mulher que decide ter um caso com estagiário de sua empresa

    Crispian Balmerda Reuters , em Veneza

    A atriz Nicole Kidman, 57, leva seu drama erótico “Babygirl” para o Festival de Cinema de Veneza nesta sexta-feira (30). A atriz disse que que se sentiu exposta e nervosa quando a intimidade controlada do set de filmagem foi projetada na telona diante de um público global.

    Kidman fez uma série de filmes ousados ao longo de sua carreira, incluindo “De Olhos Bem Fechados”, de Stanley Kubrick, que estreou em Veneza há 25 anos. Mas ela disse estar ansiosa com a reação ao novo longa.

    Kidman interpreta Romy, uma bem-sucedida presidente-executiva de Nova York, que põe em risco sua carreira e sua família ao ter um caso tórrido com um estagiário jovem e oportunista. “Fazer o filme com essas pessoas aqui foi delicado, íntimo e muito, muito profundo”, disse Kidman, sentada ao lado da diretora, Halina Reijn, e dos outros astros Antonio Banderas, que interpreta seu marido, e Harris Dickinson, seu amante.

    “Mas isso definitivamente me deixa exposta, vulnerável e assustada (…) quando [o filme] for apresentado ao mundo”, acrescentou.

    “Estamos todos um pouco nervosos, então eu estava tipo, espero que minhas mãos não estejam tremendo”, continuou.

    Filmado por uma mulher, “Babygirl” traz o olhar de uma mulher para o gênero de thriller erótico ao explorar as fantasias mais obscuras de Romy, que ela não consegue realizar dentro dos limites de seu casamento aparentemente bem-sucedido. “Estou muito feliz por poder fazer um filme sobre o desejo feminino, mas também é um filme sobre uma mulher em crise existencial, e tem muitas camadas”, disse Reijn, que também dirigiu “Morte Morte Morte”, de 2022.

    “Babygirl” revela diferenças profundas na maneira como as gerações mais jovens e mais velhas veem o sexo em uma cidade onde reina o politicamente correto.

    “Acho que, em geral, há uma confusão sobre como (…) se comportar no sexo também”, disse Dickinson, elogiando o trabalho do coordenador de intimidade que ajudou os atores a superar seus limites naturais. “É sempre estressante construir uma cena de qualquer maneira, então você acrescenta algo íntimo a ela e fica muito vulnerável.”

    Definindo o tom do filme, “Babygirl” começa com um close-up de Kidman quando ela não consegue atingir o orgasmo com o marido, iniciando sua busca por satisfação em outro lugar. “A enorme lacuna do orgasmo… ainda existe, pessoal. Tomem nota, homens”, disse Reijn aos risos, acrescentando esperar que seu filme “funcione como um tributo ao amor próprio e à liberação”.

    Kidman, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz por sua interpretação de Virginia Woolf em “As Horas” de 2002, trabalhou com muitos dos principais diretores homens de sua geração, mas disse que há alguns anos decidiu promover mulheres cineastas, como Reijn.

    “Vou apoiar muitas mulheres agora, em termos de diretoras, para tentar mudar a proporção”, disse.

    Seis dos 21 filmes da competição principal em Veneza foram dirigidos por mulheres, incluindo “Babygirl“. No ano passado, cinco dos 23 filmes da competição tinham diretoras mulheres.

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