Escolas de samba do grupo especial do Rio dão início aos trabalhos nos barracões
Agremiações ainda aguardam anúncio da Prefeitura do Rio sobre repasse de verba para o desfile do Carnaval 2022
Representantes das escolas de samba do grupo especial do Carnaval do Rio vão se reunir com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, na semana que vem, para discutir como será a participação da prefeitura na subvenção para a montagem dos desfiles do Carnaval 2022. A reunião com os presidentes das agremiações deverá ser na Cidade do Samba, na região portuária do Rio.
Essa semana, algumas escolas deram início aos trabalhos de limpeza e desmontagem das alegorias nos barracões. Após um ano e meio fechada, por conta da pandemia do novo coronavírus, a Cidade do Samba foi reaberta no dia 23 de julho, após autorização da Justiça. O local tinha sido interditado para que fossem feitas adequações no sistema de combate à incêndio.
Depois de espantar a poeira, Imperatriz Leopoldinense e Viradouro deram início à desmontagem de carros alegóricos usados em desfiles anteriores. Antes disso, foi feita a sanitização no local. O trabalho ainda é feito devagar, com o número reduzido de colaboradores nos barracões. No ateliê da Imperatriz Leopoldinense, 15 pessoas trabalham no desmonte e na finalização dos protótipos das fantasias para o desfile de 2022. O número de pessoas ainda está longe do quantitativo empregado em carnavais anteriores. De acordo com a diretoria da escola em condições normais cerca de 100 profissionais, entre técnicos, aderecistas e costureiras.
Já no ateliê da Viradouro, o ritmo é mais lento: quatro colaboradores fazem a desmontagem de alegorias. O barracão da Grande Rio o trabalho ainda é de limpeza do espaço. Segundo a agremiação de Duque de Caxias, por enquanto, não há previsão de início da desmontagem das alegorias.
A expectativa é de que o retorno gradual dos colaboradores seja realizado nas próximas semanas também no barracão da Unidos de Vila Isabel. A diretoria da azul e branca do bairro de Noel Rosa fará na noite desta sexta-feira (13) a apresentação da nova equipe da escola para o Carnaval 2022, incluindo a nova rainha de bateria, a apresentadora Sabrina Sato, que volta para o posto ocupado entre 2011 e 2019.
O evento na quadra da agremiação, marca não apenas a largada para a folia, como a retomada dos trabalhos após a paralisação decorrente da pandemia da Covid-19. A apresentação será restrita a convidados por causa da crise sanitária, apenas os principais quadros artísticos e a diretoria da escola. O enredo do Carnaval 2022 será em homenagem ao sambista Martinho da Vila.
De acordo com o presidente da agremiação Fernando Fernandes, com o avanço da vacinação e o controle de casos na cidade do Rio, já é possível reiniciar o planejamento visando o carnaval 2022:
“Desde o início da pandemia nosso foco foi paralisar as atividades para evitar a disseminação do vírus de acordo com as orientações das autoridades de saúde do Rio. Agora, com a vacinação em ritmo acelerado, já é possível planejar o processo de retomada da escola e das atividades sociais e culturais que tem forte impacto na nossa comunidade”.
Reserva de camarotes na Marquês de Sapucaí
A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) recebeu nessa quinta-feira (12), através de formulários eletrônicos, enviados pelo site oficial da liga, mais de 300 pedidos de pré-reserva de camarotes para os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, no Sambódromo, para o Carnaval 2022.
De acordo com o diretor de marketing da Liesa, Gabriel David, o número de interessados é superior à disponibilidade de camarotes.
Quem tiver a pré-reserva confirmada no dia 18 de agosto deverá efetuar o pagamento da reserva no valor de 20% do total, entre os dias 23 e 25 de agosto, confirmando, assim, a garantia da reserva. As outras 4 parcelas mensais terão vencimento em 30, 60, 90 e 120 dias depois. Quem não fizer o pagamento da primeira parcela (20%) terá a sua pré-reserva cancelada automaticamente.
Números do Carnaval 2019
De acordo com estudo de impacto econômico do Desfile Oficial das Escolas de Samba do Carnaval do Rio, realizado pela Fundação Getúlio Vargas, com base na edição do evento em 2019, são gerados 36 mil empregos diretos e indiretos apenas nos 5 dias que compõe a realização dos desfiles no Sambódromo.
No entanto, de acordo com o Subsecretário de Eventos da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Rodrigo Castro, esse número chegaria a aproximadamente 65 mil empregos, já que ao longo de todo o período de preparação do Carnaval nos barracões da Cidade do Samba e nas quadras de escolas de samba são gerados aproximadamente outros 29 mil empregos diretos.
Castro destaca ainda, que o Carnaval movimenta um público estimado em 5 milhões de pessoas durante os 5 dias de desfiles no sambódromo, levando em conta também a movimentação de camarotes, frisas e arquibancadas. Desse total de público, 1,1 milhões são turistas, sendo 150 mil vindos do exterior.
O Carnaval gera um impacto econômico de R$ 2,2 bilhões de reais na economia da cidade do Rio de Janeiro, deixando um retorno aos cofres públicos de aproximadamente R$ 155 milhões de reais em tributos municipais, estaduais e federais recolhidos durante o evento.