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    Em documentário da Netflix, Michelle Obama busca equilíbrio sob holofotes

    'Minha História', que estreia na quarta-feira (6), mostra como a ex-primeira-dama dos EUA tenta retomar a vida antiga, mas ainda aproveitar a boa imagem pública

    Documentário da Netflix ‘Minha História’ mostra como Michelle Obama tenta se afastar dos holofotes, mas ser capaz de usar sua imagem para defender causas
    Documentário da Netflix ‘Minha História’ mostra como Michelle Obama tenta se afastar dos holofotes, mas ser capaz de usar sua imagem para defender causas Foto: Cortesia/ Netflix

    Brian Lowry, da CNN

    A contradição inerente em “Minha História”, o documentário da Netflix sobre Michelle Obama que estreia nesta quarta-feira (6), é repetidamente articulada pela própria ex-primeira-dama dos Estados Unidos: como alguém pode tentar viver uma vida normal quando é uma das figuras mais reconhecíveis do mundo?

    O projeto mais recente sob o acordo de produção Netflix com os Obamas não responde totalmente a esse enigma, mas é uma contemplação interessante da questão.

    É importante ressaltar: Michelle Obama não parece reclamar de sua realidade; ao contrário, é como se ela pudesse sair de si mesma e testemunhar a estranheza de uma existência em que “você chama toda a atenção para tudo” enquanto pensa em como tirar o máximo proveito disso. “Sua vida não é mais sua”, diz ela.

    Emprestando o título de seu livro de memórias – best seller de 2018 –, ” Minha História” acompanha uma turnê por 34 cidades, capturando rostos alegres e multidões entusiasmadas que cumprimentavam Michelle onde quer que ela fosse. Ao longo do caminho, há aparições da família dela, incluindo a mãe, irmão, marido e filhos.

    Craig Robinson – que atualmente trabalha para a equipe de basquete New York Knicks – dá sua versão de como é conhecer Michelle Obama a vida toda e diz ironicamente: “Nenhum irmão deveria ter que lidar com a irmã sendo a pessoa mais popular do mundo”

    Também aparecem na história outros personagens intrigantes, como Allen Taylor, o agente do Serviço Secreto designado para protegê-la e que se tornou parte integrante da vida de Michelle por mais de 12 anos.

    Para ilustrar onde ela está agora, o filme de 90 minutos dirigido por Nadia Hallgren tem que olhar para o passado. Isso inclui a educação de Michelle, a perda do pai e o ambiente que a recebeu em Princeton, bem como os altos e baixos da campanha – e os primeiros esforços para difamar a ela e a presidência de Barack Obama.

    Mesmo com o amplo acesso aos bastidores, há uma sensação de que Michelle Obama não chegou realmente a baixar a guarda. Aí está grande parte da tensão entre tentar afastar-se dos holofotes e capitalizar sua plataforma para defender causas e advogar mudanças.

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    As sequências mais emocionais de “Minha História” mostram suas reuniões com adolescentes e jovens – dando conselhos inspiradores – enfatizando o que os Obama significaram para tantas pessoas.

    No entanto, além da provável evocação de melancolia entre os apoiadores, “Minha História” oferece uma visão bem-vinda e sóbria das renúncias pessoais associadas à fama. Não há autopiedade aqui, mas Michelle Obama possui perspectiva suficiente para reconhecer a natureza intrusiva das celebridades, como a quantidade de atenção dedicada às roupas que ela usava enquanto estava na Casa Branca.

    Quanto ao estado atual da política, esses momentos são passageiros, mas existem, como quando Michelle Obama se mostra simpática e procura tranquilizar as pessoas cheias de angústia pelos anos Trump. Enquanto expressa um entendimento sobre o que motivou os eleitores de Trump, também demonstra sua irritação com aqueles que se diziam apoiadores de Hillary Clinton, mas não se deram ao trabalho de votar.

    A ex-primeira-dama também discute ser mais do que apenas um anexo ao marido, uma conquista que ela claramente alcançou. “Minha História” é, em última análise, o próximo passo nessa jornada – encontrar equilíbrio e paz vivendo sob os holofotes do público, mesmo que esse olhar incansável signifique que não há como voltar à vida que tinha antes.