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    “Eles são tipo o One Direction dos millennials?”: ‘NSync lança música depois de 22 anos e a Gen Z tá um pouco perdida

    Boyband de Justin Timberlake fez muito (MUITO) sucesso nos anos 90 e lançou uma música inédita depois de mais de 20 anos separados

    Depois de vinte anos, *NSYNC lançará música nova para a trilha sonora do terceiro filme de "Trolls"
    Depois de vinte anos, *NSYNC lançará música nova para a trilha sonora do terceiro filme de "Trolls" Reprodução / MTV

    Mari Palma

    O conflito geracional pra entender o hype das boybands é real e eu posso provar, galera. Só pra explicar rapidinho o que tá acontecendo: o ‘NSync, boyband que fez muito (MUITO) sucesso nos anos 90, lançou uma música inédita depois de mais de 20 anos separados – o nome da música é “Better Place” e ela tá na trilha sonora do filme “Trolls 3”. E aí não teve jeito: toda uma geração que cresceu com eles simplesmente enlouqueceu e foi pra internet comemorar muito – eu, por exemplo, postei no Instagram um vídeo cantando “Tearin’ Up My Heart”, uma música super antiga deles, e no meio de muitas mensagens, recebi essa aqui:

    / Reprodução/Mari Palma

    Atenção pro “só conheço eles DE NOME”. Uma pequena parte de mim sentiu bastante a idade lendo isso. Pequena nada, vai; uma parte bem grande. Como assim existe alguém que só conheça ‘NSync de nome? Infelizmente, não tô falando só de uma pessoa, mas muitas. Todas provavelmente julgando a gente de leve agora por causa dessa comoção gigantesca. Resolvi, então, trazer esse assunto pra cá pra explicar um pouco o que era ser fã do ‘NSync nos anos 90 e aí, no fim desse texto, você que é da geração Z, me diz se sentiu o mesmo com One Direction.

    Já queria começar com polêmica dizendo que vocês que têm crush hoje no Harry Styles (e eu entendo porque também tenho) nunca vão entender o que é ter crush em um Justin Timberlake novinho, de cabelo enroladinho com luzes. Mas, ao contrário de hoje que dá pra ver o ídolo a hora que quiser no YouTube, naquela época a gente precisava esperar a hora do Disk MTV. E era uma vez só, não dava pra voltar e ver de novo. Então eu ficava plantada na frente da TV esperando ansiosamente a chamada de algum clipe do ‘NSync pra poder ser feliz naqueles 3 minutinhos olhando pra cara do Justin. E aí no dia seguinte fazia tudo de novo.

    Até o dia em que eu comecei a fazer algo que a geração Z talvez nem saiba o que é: gravar a programação da TV em FITAS. Sim, existia um aparelho que fazia isso: era só apertar REC na hora do que você queria gravar e pronto, você tinha uma fita pra ver a hora que quisesse. E eu tinha uma coleção dessas fitas, todas etiquetadas com coraçõezinhos em cores diferentes e, claro, o conteúdo na descrição: “clipes do ‘NSync”, “especial da MTV”, “entrevista no programa X” etc. Vê-se que meu talento pra organização vem dessa época.

    Esse era também um jeito de ficar mais próxima deles, afinal, não tinha Instagram também. Hoje é só abrir os stories da pessoa e ela tá lá conversando com você e te mostrando um pouco do dia a dia dela. Antes não era assim, por isso esses programas de TV eram tão marcantes pra quem era fã. Principalmente os documentários que mostravam os bastidores dos shows e gravações – lembro que eu ficava voltando várias vezes algumas cenas só pra ver mais uma vez um detalhe porque era muito difícil ter acesso àquele tipo de conteúdo. Isso explica porque eu fiquei tão brava quando a minha mãe gravou uma novela em cima de uma fita minha, mas essa é uma história pra outra hora (e a gente já fez as pazes).

    Bom, se já era difícil acompanhar o grupo favorito, imagina ter acesso a outros artistas. Era uma época também de menos possibilidades nesse sentido, o que ajudava os que já estavam no topo a continuarem lá. Não tinha tanta concorrência pro ‘NSync como hoje teria porque a gente não tinha acesso a tantas novidades no Spotify ou Youtube, por exemplo. Isso fez com que eles ficassem em evidência por muitos e muitos anos, assim como Backstreet Boys, Britney Spears e tantos outros artistas pop daquela geração. E por isso também eles acompanharam a gente por muito tempo, o que, de certa maneira, explica um pouco da comoção que tá rolando hoje.

    Não tem nada além de uma reunião e uma música inédita, nenhum show ou turnê confirmados, mas já foi suficiente pra muita gente trazer de volta aquele sentimento gostoso de fã. E mais do que isso: é muito legal ver o rosto dos nossos ídolos depois de tanto tempo e ver que eles também cresceram, seguiram caminhos diferentes e hoje tem uma vida “de adulto” – o que não impede que eventualmente a gente volte um pouco no tempo pra curtir uma época que foi tão boa. Se o que os fãs do One Direction sentem ou sentiram é parecido, eu não sei. Mas fico feliz que cada geração tenha a sua boyband e um crush pra chamar de seu. Mais feliz ainda porque foi meu crush que ditou a moda jeans com jeans – e aqui eu não tô falando do Justin (um final que só os millennials vão entender, desculpa).