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    Dia da Mulher Sambista: veja cinco cantoras que fizeram história no gênero

    Data é celebrada pela primeira vez em 2024 e marcada a data de aniversário de Dona Ivone Lara

    Leci Brandão foi a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da Mangueira
    Leci Brandão foi a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da Mangueira Reprodução/Instagram

    Flávio Ismerimda CNN

    São Paulo

    O Brasil comemora pela primeira vez, neste sábado (13), o Dia Nacional da Mulher Sambista. A lei nº 14.834, que estabelece a data, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 4 de abril.

    O dia 13 de abril foi escolhido por ser o dia em que nasceu Dona Ivone Lara, sambista que se notabilizou por ser a primeira mulher a integrar uma ala de compositores de escola de samba.

    Para marcar a data, a CNN trouxe uma lista de cinco mulheres que fizeram história nesse gênero tão brasileiro.

    Confira cinco cantoras que fizeram história no samba:

    Clementina de Jesus

    Nascida em uma tradicional comunidade de jongueiros na cidade de Valença, no Rio de Janeiro, Quelé, como era conhecida, é tida como uma das pioneiras do samba. Enveredou para o universo do gênero já na década de 1920 e passou a vida dividida entre dois amores: Portela e Mangueira.

    Clementina fez parte do grupo de pastoras que acompanhava Heithor dos Prazeres, passou a ser conhecida nos anos 1960 quando participou do projeto “O Menestrel” e brilhou no show “Rosa de Ouro” ao lado de nomes como Paulinho da Viola e Nelson Sargento.

    Em 1966, Clementina representou o Brasil cantando no Festival de Cannes e comovendo a plateia. “Marinheiro Só” e “Não Vadeia, Clementina” são dois dos seus principais clássicos.

    A cantora foi enredo em São Pelo pela Mocidade Alegre em 2023 e no Rio de Janeiro, pela Tradição, em 2016.

    Dona Ivone Lara

    Além de ser a primeira mulher a integrar uma ala de compositores de escola de samba, a carioca é autora do samba-enredo que embalou o desfile de 1965 do Império Serrano, sua escola do coração.

    Naquela ocasião, a agremiação apresentou o enredo “Cinco Bailes da História do Rio” e conquistou a segunda colocação, atrás apenas do campeão Salgueiro.

    Dona Ivone Lara era conhecida como “a grande dama do samba” e atuou por muitos anos como enfermeira na reforma psiquiátrica do Brasil ao lado da médica Nise da Silveira.

    Na música, ela lançou mais de 10 álbuns, teve “Sonho Meu” como grande sucesso e viu suas obras serem gravadas por nomes como Maria Bethânia, Gal Costa, Marisa Monte e Beth Carvalho.

    A sambista foi homenageada pelo Império Serrano com o enredo “Dona Ivone Lara: O enredo do meu samba”. A escola da Serrinha conquistou o vice-campeonato da segunda divisão do Carnaval carioca, à época chamada de Grupo A.

    Jovelina Pérola Negra

    Lançando seu primeiro álbum somente aos 40 anos, Jovelina Pérola Negra trabalhou por muitos anos como empregada doméstica antes de chegar à música. Herdeira são só da profissão, como também do estilo de Clementina, ela se notabilizou pelo aspecto popular e pelo tom contendente do cantar.

    A cantora foi uma das pastoras do Império Serrano e costumava acompanhar as rodas de samba de Bezerra da Silva em Coelho Neto, bairro da zona norte do Rio de Janeiro.

    É dela o hit “Bagaço da Laranja”, imortalizado também na voz de Zeca Pagodinho.

    Beth Carvalho

    Madrinha do Samba. Beth Carvalho conquistou esse apelido graças à sua atuação junto ao Cacique de Ramos e o Fundo de Quintal, onde apadrinhou uma série de nomes que brilharam para a música brasileira, como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Arlindo Cruz.

    Apesar de ter começado na Bossa Nova, gênero que tomou o Brasil na década de 1960, com “Andança”, foi no samba que ela brilhou.

    Apaixonada e profundamente ligada à Mangueira, Beth foi homenageada no enredo “Agora Chegou a Vez Vou Cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira em Primeiro Lugar!”, que versava sobre as grandes damas da história da agremiação carioca. Ela também ganhou o Estandarte de Ouro de Personalidade em 2011, quando a verde e rosa homenageou Nelson Cavaquinho.

    Beth Carvalho, dona de hits como “Vou Festejar” e “Água de Chuva no Mar”, foi enredo da Acadêmicos do Tatuapé, em São Paulo, em 2013.

    Leci Brandão

    A primeira mulher a integrar a concorrida e celebrada ala de compositores da Estação Primeira de Mangueira é também deputada estadual por São Paulo há quatro mandatos.

    Multifacetada, Leci Brandão também atuou na novela “Xica da Silva”, da TV Manchete, e foi intérprete de samba-enredo da Acadêmicos de Santa Cruz em 1995.

    Sua carreira conta com hits como “Isso É Fundo De Quintal”, “Zé do Caroço” e “Só Quero Te Namorar” e foi marcada pelo ativismo de esquerda e o pioneirismo da defesa da comunidade LGBTQIAP+, da qual faz parte, dentro do samba. Ela foi, em 1978, a primeira cantora famosa do Brasil a se declarar lésbica.

    Leci Brandão é madrinha da Acadêmicos do Tatuapé, em São Paulo, escola da qual foi enredo em 2012. Na ocasião, a agremiação foi vice-campeã do Grupo de Acesso e conquistou uma vaga no Grupo Especial, de onde não saiu até hoje e já somou dois títulos.