Carnaval de São Paulo: Gaviões da Fiel, Vila Maria e Rosas de Ouro empolgam em 1º dia de desfiles
A partir das 22h30 de hoje (18), desfilam outras sete escolas integrantes do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo
A escola também dedicou parte do seu desfile para homenagear o educador e antropólogo Darcy Ribeiro, defensor das causas indígenas e autor de uma vasta produção bibliográfica sobre a cultura brasileira e sobre os povos originários. Apesar da chuva a agremiação não apresentou problemas na exibição e conseguiu concluir o desfile dentro do tempo máximo de 65 minutos.
Perto de completar 70 anos, a Unidos de Vila Maria escolheu a história da própria escola para servir de enredo no seu desfile, o quarto da noite.
A apresentação da agremiação, fundada em 1954 e com sede no bairro Jardim Japão (localizado no distrito que dá nome à escola de samba), se sustentou sobre quatro pilares: a origem, a essência, a história e os feitos da escola para além das atividades carnavalescas.
A escola verde, azul e branca também levou muitos elementos dourados nas suas alas e carros-alegóricos, como o abre-alas, que trouxe os cinco fundadores da Vila Maria, e também na alegoria que homenageou a paróquia Nossa Senhora da Candelária.
Pelo samba-enredo, a Vila Maria contou ao público que a escola de 69 anos é “bem mais que um caso de amor ” e que vem de um lugar onde o “samba é de primeira”. Com o tempo estável e sem chuva, o público na arquibancada mostrou animação e se levantou para dançar e cantar com a tradicional escola, que foi muito aplaudida no final do desfile.
Com um desfile carregado de cores vibrantes e alegorias caprichadas em referência a entidades e religiões de matriz africana, a Tom Maior foi a sexta escola a se apresentar. A agremiação desfilou com o enredo “Um culto às mães pretas ancentrais”, e mostrou ao público que, tal como as mães, a África também simboliza o nascimento, a concepção da vida humana a origem de tudo.
Última a se apresentar no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, a Gaviões da Fiel entrou na avenida com muito apoio das arquibancadas. Mesmo com o céu claro e uma chuva fraca que voltou a cair no começo da manhã, os foliões ignoraram o cansaço, se levantaram e receberam a escola com muitas bandeiras e fumaça.
Com representantes de diferentes vertentes religiosas, a Gaviões apresentou na comissão de frente aquele que foi o seu enredo escolhido para o desfile: tolerância religiosa.
“Enfim a nossa terra prometida/ Na paz eu vi o povo se amar/ Nessa terra que é de amém e de axé/ Na verdade de Irmã Dulce / E de Chico Xavier”, diz um dos trechos do samba-enredo da escola “Em Nome do Pai, Dos Filhos, Dos Espíritos e Dos Santos… Amém”.
Dirigentes de escolas comemoraram a volta do Carnaval em seu calendário comum, em fevereiro, mesmo após mais de dois anos de dificuldades impostas pela pandemia. Eduardo Santos, um dos presidentes da Acadêmicos do Tatuapé, lembra que esse ano o tempo de preparação para os desfiles foi mais curto que o habitual. Em 2022, as escolas passaram pelo Anhembi em abril. “Ano passado, foi um desfile da resistência, pra mostrar que o Carnaval tem força e que conseguiu sobreviver. A tendência é que no ano que vem, os desfiles sejam ainda mais bonitos”.
Adilson José de Souza, presidente da Unidos de Vila Maria, contou que ficou preocupado em estourar o tempo determinado. A escola terminou faltando 1 minuto para dar 65 minutos. “Por conta da chuva, nossos rádios deixaram de funcionar, o que atrapalhou nossa comunicação. Mas estamos felizes que deu tudo certo”.
A partir das 22h30 deste sábado, 18, desfilam as outras sete escolas integrantes do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. Veja abaixo os horários das apresentações:
22h30 – Estrela do Terceiro Milênio
23h35 – Acadêmicos do Tucuruvi
00h40 – Mancha Verde
01h45 – Império de Casa Verde
02h50 – Mocidade Alegre
03h55 – Águia de Ouro
05h00 – Dragões da Real