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    Carnaval 2025: conheça todos os enredos do Grupo Especial de SP

    Última escola a anunciar seu enredo foi a Império de Casa Verde, que levará os universos da literatura para o Anhembi

    Flávio Ismerimda CNN

    As 14 escolas que compõem o Grupo Especial do Carnaval de São Paulo já definiram seus enredos para o ano que vem. Os temas vão desde o Manto Tupinambá até as biografias de cantores como Cazuza e Benito di Paula e a história dos patuás.

    No Carnaval de 2024, a Mocidade Alegre conquistou seu décimo segundo título com pontuação máximo com o enredo “Brasileia Desvairada”, desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira e o enredista Leonardo Antan. O segundo lugar ficou com a Dragões da Real, que apresentou o enredo “África – Uma constelação de reis e rainhas” de Jorge Freitas, empatou com a escola do bairro do Limão e acabou perdeu o troféu nos critérios de desempate.

    Os cortejos de 2025 contarão com as doze primeiras colocadas em 2024 mais a Estrela do Terceiro Milênio e a Colorado do Brás, campeã e vice-campeã do Grupo de Acesso 1 neste ano. A primeira desfilou pela primeira e última vez no Grupo Especial em 2023, enquanto a segundo coleciona três passagens e um total de oito desfiles na elite do Carnaval paulistano.

    Confira abaixo os enredos de todas as escolas do Grupo Especial do Rio para 2025:

    Colorado do Brás

    Voltando ao Grupo Especial, a Colorado do Brás apresentará o enredo “Afoxé Filhos de Gandhy no ritmo da fé”, desenvolvido pelo carnavalesco Anselmo Brito. Ele está na agremiação desde 2023 e assinou o desfile de 2024, sobre o mandacaru, que garantiu o vice-campeonato do Grupo de Acesso 1 e o acesso ao Grupo Especial à escola.

    O Filhos de Gandhy é um afoxé fundado em 1948 por estivadores de Salvador que desfila pelas ruas da capital baiana no Carnaval, em defesa da paz. De lá para cá, ele se tornou tradicional na folia local, conquistou o posto de maior afoxé do mundo reconhecido pelo Guinness Book e virou patrimônio cultural da Bahia.

    Barroca Zona Sul

    “Os nove oruns de Iansã” será o enredo da Barroca Zona Sul para o Carnaval 2025. A escola divulgou a novidade com uma publicação em sua conta do Instagram e adiantou que contará só não a história da orixá, como também abordará sua missão de conduzir os espíritos para um dos seus nove céus.

    “Além dos inúmeros feitos, amores e traços da sua personalidade marcante, abordaremos a sua importante missão enquanto Orixá Iyabá, que é conduzir o espírito a partir do momento do seu desprendimento da matéria corporal, e guiá-lo a um dos seus nove céus sagrados”, diz o texto da agremiação verde e rosa.

    Dragões da Real

    Com o título “A vida é um sonho pintado em aquarela”, a Dragões da Real irá embalar o público ao cantar o ciclo da vida de maneira lúdica, inspirada nos versos da clássica música “Aquarela”, de Toquinho.

    O trabalho será desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Freitas — conhecido por diversas vitórias na folia paulista — e pelo enredista Raphael Villares.

    Mancha Verde

    Na busca pelo seu terceiro título do Carnaval de São Paulo, a Mancha Verde apostará na fé do povo baiano como enredo para 2025. “Bahia, da Fé ao Profano” será desenvolvido pela comissão de carnaval da escola (Paolo Bianchi, Lucas Abelha, Igor Carneiro, Robertinho, Eddi Dudee, Gall, Bibinha, Kaique Serdan e Paulo Serdan Filho) e tem como inspiração a série documental homônima, produzida por Gastão Netto.

    A ideia é mostrar universo sagrado e as tradições religiosas típicas do sincretismo religioso baiano em convivência com as festas profanas da Bahia.

    Acadêmicos do Tatuapé

    Desenvolvido pelo carnavalesco Wagner Santos, que assume o posto na casa desde 2018, a Acadêmicos do Tatuapé levará o enredo “Justiça – A Injustiça Num Lugar Qualquer É Uma Ameaça À Justiça Em Todo Lugar” para o Sambódromo do Anhembi em 2025. A frase que norteia o enredo é de Martin Luther King Jr., um dos ativistas mais importantes na luta pelos direitos civis dos negros.

    “A Acadêmicos do Tatuapé acredita que a justiça ideal é como a luz que brilha nos recantos mais escuros da humanidade, iluminando os caminhos da igualdade e da compaixão. É o eco das vozes silenciadas pela pressão, clamando por redenção e esperança. É a promessa de um amanhã onde as lágrimas da injustiça serão transformadas em sorrisos de dignidade e respeito. É a busca incessante por um mundo onde cada ser humano seja valorizado não pelo que tem, mas pelo que é. E, acima de tudo, é a convicção de que, mesmo diante das sombras mais densas, a luz da justiça sempre encontrará um caminho para brilhar”, diz trecho da sinopse compartilhada no site oficial da escola.

    Rosas de Ouro

    A aposta da Rosas de Ouro, sete vezes campeã da folia paulistana, para o Carnaval de 2025 está no universo dos jogos. “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”, o enredo que será desenvolvido pelo carnavalesco Fábio Ricardo e pelo enredista Roberto Villaronga.

    “Desde os tempos mais antigos da humanidade, os jogos refletem valores, habilidades, traços marcantes e costumes de culturas e épocas. Com o passar dos séculos, evoluíram, se diversificaram, refletindo avanços tecnológicos, sociais e culturais, sem perder a sua essência. Sorte, mistério, adrenalina, estratégia e muita diversão, e é isso que levaremos para nosso desfile de 2025”, disse o carnavalesco da agremiação.

    Camisa Verde e Branco

    O Camisa Verde e Branco terá o cantor Cazuza como tema do seu enredo para o Carnaval de 2025. “O tempo não para! Cazuza – o poeta vive!” será uma autobiografia musical e contará com a assinatura de Cahê Rodrigues, carnavalesco marcado por passagens em escolas como Acadêmicos do Grande RioPortela e Imperatriz Leopoldinense, que fará sua estreia na escola no próximo Carnaval.

    “Será uma celebração memorável, repleta de emoção, onde cada detalhe nos aproximará ainda mais do coração pulsante da nossa história”, diz a legenda da publicação.

    Águia de Ouro

    Com a chegada do carnavalesco André Machado, o Águia de Ouro também homenageará um cantor brasileiro. “Em Retalhos de cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer” terá a vida e a obra do sambista Benito di Paula como foco na busca pelo segundo título da escola da zona oeste.

    “Benito di Paula é um dos maiores cantores em vendagem de disco da história da MPB e este legado será mostrado no carnaval em forma de espetáculo, no nosso palco maior, o Sambódromo do Anhembi, onde iremos reviver seus sucessos em forma de fantasias e alegorias”, escreveu a escola.

    Império de Casa Verde

    A Império de Casa Verde terá como tema os diferentes universos da literatura na busca pelo seu quarto título do Carnaval paulistano. Com o título “Cantando Contos: Reinos da Literatura”, o enredo tem autoria do carnavalesco Leandro Barbosa e do enredista Tiago Freitas, que também foram responsáveis pelos desfiles de 2023 e 2024 da agremiação azul e branco.

    A promessa é de que o cortejo do tigre guerreiro ano passeie dos clássicos como “Romeu e Julieta”, às expressões contemporâneas como as histórias em quadrinhos e os mangás.

    “Cantando contos do passado, do presente e do futuro, nossa comunidade da Casa Verde quer mostrar que não existe tempo na literatura e que os sonhos são atemporais. Na celebração do samba com a literatura, vamos fazer um grande arrastão dos sonhos, em que estão todos os autores do mundo, clássicos ou não”, diz o texto da publicação feita pela escola em seu perfil no Instagram.

    Mocidade Alegre

    Correndo atrás do seu terceiro tricampeonato consecutivo na história, a Mocidade Alegre se apega na fé e na sorte e levará a história dos patuás para a avenida. A escola do bairro do Limão, na zona norte de São Paulo, já alcançou o feito entre 1969 e 1971 e entre 2012 e 2014. “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”, será pelo carnavalesco Caio Araújo e pelo enredista Leonardo Antan.

    “Dos povos islâmicos até as baianas da Mocidade Alegre, vamos contar mais uma das muitas páginas do nosso sincretismo religioso e das recriações dos povos africanos em meio à diáspora. Queremos passar uma mensagem de fé e resistência contra o racismo e a intolerância religiosa”, diz trecho do texto de divulgação.

    Gaviões da Fiel

    A Gaviões da Fiel levará um enredo afro para o Sambódromo do Anhembi pela primeira vez no Carnaval de 2025. A agremiação, conhecida como “torcida que samba”, falará sobre as máscaras utilizadas nos diferentes rituais realizados no continente africano. Com o título “Irin Ajó Emi Ojisé”, o enredo da tetracampeã da folia paulistana será desenvolvido pelos carnavalescos Júlio Poloni e Rayner Pereira.

    “O enredo busca respeitar os sentidos reais de cada uma das máscaras apresentadas, contextualizando-as a uma leitura fantástica e carnavalizada da história africana, desde a antiguidade até um futuro projetado pela liberdade poética do carnaval”, diz o texto que acompanha o vídeo de anúncio publicado pela escola alvinegra.

    Acadêmicos do Tucuruvi

    Os Acadêmicos do Tucuruvi escolheram o Manto Tupinambá como enredo para 2025. Com desenvolvimento dos carnavalescos Dione Leite e Nicolas Gonçalves e do pesquisador Vinicius Natal, “Assojaba – A Busca Pelo Manto” narrará a história da relíquia indígena, abordando seu valor artístico e simbólico para a memória dos povos originários no Brasil.

    “Usado por aqueles que detêm a honra e o poder, o manto representa a força dos ancestrais indígenas que habitam cada brasileiro. Afinal, todos nós devemos conhecer a nossa história e reverenciar os verdadeiros donos da terra”, diz a sinopse divulgada pela agremiação da zona norte de São Paulo.

    Estrela do Terceiro Milênio

    Voltando ao Grupo Especial após ser campeã do Grupo de Acesso 1, a Estrela do Terceiro Milênmio celebrará a diversidade e a resistência da população LGBT+ no próximo Carnaval. o enredo “Muito Além do Arco-Íris” será assinado pelo carnavalesco Murilo Lobo, que está na escola desde 2018.

    Vai-Vai

    O Vai-Vai, maior campeã do Carnaval de São Paulo, terá o dramaturgo José Celso Martinez como enredo para o Carnaval de 2025. Dona de 15 títulos, a agremiação homenageará aquele que conduzia o Teatro Oficina, que fica localizado no Bixiga a exemplo da antiga sede da agremiação. “O Xamã Devorado y A Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem” será desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França.

    “Reverenciar Zé Celso é exaltar a pluralidade y a efervescência cultural do Bixiga. Seu lugar, nosso lugar, berço de nossas essências – do Teatro Oficina y da nossa Saracura!”, escreveu a agremiação ao fazer o anúncio em sua conta oficial do Instagram.

    *Com informações de Carol Ferreira e Giovana Christ, da CNN

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