Bruce Willis parece não reconhecer a mãe e apresenta comportamento agressivo, diz familiar
Prima da mãe do ator falou com a revista alemã "Bild" e deu detalhes sobre sua condição
A condição de Bruce Willis parece ter piorado após o anúncio do diagnóstico de demência frontotemporal (DFT, na sigla em português), há cerca de duas semanas.
À revista alemã Bild, Wilfred Gliem, primo de Marlene Willis (mãe do ator), disse que Marlene está preocupada sobre como a doença tem impactado a vida do filho. “Ela não tem certeza se ele a reconhece”, disse Gliem.
“O seu comportamento é bem lento, sempre há um pouco de agressividade e não é mais possível ter uma conversa normal com ele. Todavia, esses comportamentos são normais para sua condição clínica atual”, revelou.
Gliem disse ainda que Marlene tem sofrido pelas netas, que vêem o pai dessa maneira, mas está confiante de que a família conseguirá superar este momento juntos.
O diagnóstico de FTD foi anunciado no começo de fevereiro, em um comunicado oficial assinado pelos familiares de Bruce Willis, incluindo a ex-esposa Demi Moore.
Desde o ano passado, tornou-se público que o astro de “Duro de Matar” estava enfrentando uma doença que o incapacitaria de seguir atuando. Na época, o diagnóstico era de afasia, um distúrbio na fala do paciente. Foi então que o ator anunciou sua aposentadoria.
Quase um ano depois, no último dia 16 de fevereiro, o comunicado da família confirmou a condição de FTD. No texto, os familiares afirmaram que, apesar de difícil, foi um alívio ter a certeza de um diagnóstico claro.
“Hoje não há tratamentos para a doença, uma realidade que esperamos que possa mudar nos próximos anos”, diz o texto.
O que é demência frontotemporal
A demência frontotemporal (DFT) é um termo usado para um grupo de distúrbios causados pelo acúmulo da proteína “tau”, entre outras, que destroem os neurônios nos lobos frontais do cérebro (atrás da testa) ou nos temporais (atrás das orelhas). É uma condição que costuma aparecer em pessoas entre 45 e 64 anos, segundo a revista Alzheimer’s Research UK.
A Associação de Degeneração Frontemporal declarou que este “é o tipo mais comum de demência em pessoas com menos de 60 anos. Ela pode causar problemas de comunicação, bem como mudanças no comportamento, personalidade ou movimento”.
Os pacientes com DFT costumam viver entre seis a oito anos com essa condição, segundo o Instituto Nacional do Envelhecimento dos EUA, sendo que entre 10% e 30% dos casos são hereditários. Não há outros fatores de risco conhecidos além da genética até este momento.
O primeiro sintoma apresentado em Bruce Willis era o da fala arrastada, o que pode ser classificado como um tipo de DFT chamada afasia progressiva primária, de acordo com o Dr. Henry Paulson, professor de neurologia e diretor do Michigan Alzheimer’s Disease Center, da Universidade de Michigan.
“A afasia realmente significa problemas com a linguagem. E isso pode variar de ter problemas para encontrar palavras para entender o que as pessoas estão dizendo”, explicou. “Como o diagnóstico é demência frontotemporal, o Sr. Willis claramente tem uma doença neurodegenerativa progressiva, e não um derrame, um tumor ou alguma outra lesão no cérebro”.