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    Body horror: conheça o gênero de “A Substância”, filme com Demi Moore

    Produção vencedora do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes 2024 chega aos cinemas nesta quinta-feira (19)

    Flávio Pintocolaboração para a CNN

    Para reconquistar seu espaço em Hollywood, uma ex-estrela decide se submeter a um experimento arriscado que promete devolver a jovialidade que a indústria e uma sociedade machista exigem das mulheres. Esse é o enredo de “A Substância“, filme que marca o retorno de Demi Moore (“Ghost – O Outro Lado da Vida”) às telonas e estreia nesta quinta-feira (19) nos cinemas brasileiros.

    Aclamado no Festival de Cannes 2024, onde estreou e ganhou o prêmio de Melhor Roteiro, o novo filme de Coralie Fargeat (“Vingança”) está sendo considerado um “novo clássico contemporâneo” no subgênero do terror conhecido como body horror.

    O que significa body horror?

    O termo, usado pela primeira vez por Phillip Brophy, no artigo de 1983 intitulado “Horrality: The Textuality of the Contemporary Horror Film” (“Horralidade: A Textualidade do Filme de Terror Contemporâneo”, em tradução livre), serve para descrever um subgênero da ficção de terror.

    Essencialmente, o estilo é caracterizado por narrativas que exploram mutilações do corpo humano e de outras criaturas – sem pudores. Basta imaginar tripas expostas, membros mutilados, muito sangue, explosões de cabeça e outras imagens impactantes. Para exemplificar, veja esse trecho de “A Mosca” (1986), filme de David Cronenberg:

    Segundo a acadêmica Linda Williams, em seu ensaio “Film Bodies: Gender, Genre, and Excess”, o body horror é um dos pilares dos gêneros “grosseiros” do cinema, que inclui também a pornografia e o melodrama. Williams argumenta que o sucesso desses gêneros é avaliado pela “capacidade de provocar no público sensações que reproduzem o que é exibido na tela”.

    Mas por que assistir a um filme capaz de provocar sensações tão nojentas? “A tendência humana de se identificar com nossos próprios corpos é tão forte que, ao assistir a transformações e mutilações, pode-se ter a sensação de que os personagens estão sendo roubados de sua própria humanidade”, é o que aponta o crítico de cinema Christian Zilko. Um trecho de “Eraserhead”, filme de David Lynch, que exemplifica a tese, pode ser visto aqui atenção, cenas fortes.

    O cinema se nutre desse gênero através de diretores como os já mencionados Cronenberg e Lynch, como também Julia Ducournau, de “Titane”, que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2022.

    Outros exemplos de filmes de body horror recentes e disponíveis para streaming:

    • “Piscina Infinita” (2023), compra e aluguel digital no Apple TV+;
    • “Morte Morte Morte” (2022), no Prime Video
    • “Crimes of the Future” (2022), streaming no Prime Video;
    • “Não! Não Olhe!” (2022), streaming no Prime Video;
    • “Tempo” (2021), compra e aluguel digital no Claro TV+;
    • “Possessor” (2020), streaming na Max;
    • “Aniquilação” (2018), compra e aluguel no Apple TV+;
    • “Sob a Pele” (2013), streaming na Max.

    Em “A Substância”, Demi Moore interpreta uma atriz que, após ter alcançado sucesso no passado, é demitida de seu programa de TV voltado ao fitness. Logo depois, ela recebe uma proposta para participar de um tratamento médico que promete rejuvenescê-la por meio de replicação celular.

    Com isso, a versão mais jovem e a original precisam conviver juntas. O elenco também conta com Margaret Qualley (“Era Uma Vez em… Hollywood”) e Dennis Quaid (“O Dia Depois de Amanhã”).

    Assista ao trailer de “A Substância”

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