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    Bienal de São Paulo ter maioria de artistas não brancos é uma conquista, diz curadora do MASP

    À CNN Rádio, Glaucea Helena de Britto afirmou que ter 80% dos 121 artistas autodeclaradamente negros ou indígenas é algo que provém de muita luta

    Amanda Garciada CNN

    A 35ª edição da Bienal de São Paulo começa na quarta-feira (6) com uma novidade: 80% dos 121 artistas não se autodeclaram brancos.

    O evento é a maior exposição de arte contemporânea do hemisfério sul, e tem mais de 1.100 obras, sob curadoria coletiva e também diversa.

    “Vejo como uma conquista”, classificou a curadora assistente do MASP, Museu de Arte de São Paulo Glaucea Helena de Britto à CNN Rádio, no CNN Plural.

    Ela, que também é fellow do programa de bolsas para minorias da ONU em direitos humanos, afirmou que “todos os espaços da sociedade, incluindo a expressão artística, deveriam refletir a realidade social.”

    No caso do Brasil, “a maioria da população é negra, temos o maior percentual de pessoas afrodescendentes fora da África.”

    “É uma luta histórica de ocupar espaços artísticos, como é o caso da Bienal de São Paulo”, disse Glaucea, ao mesmo tempo que reconhece a demora para se atingir este avanço.

    Veja mais: 35ª edição da Bienal tem mais de 120 artistas

    A curadora destaca que o projeto curatorial da Bienal foi desenvolvido a partir de “mestres da nossa cultura” e que “entender o histórico de luta de movimento artístico e social no Brasil” é importante.

    “Podemos entender essa edição da Bienal como um lugar de reencontrar raízes históricas, este movimento contemporâneo é resultado de luta, resistência, que sempre existiu, mas sem ter destaque”, completou.

    *Com produção de Isabel Campos

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