Annette Bening, indicada ao Oscar, agradece apoio dos fãs “indignados”
Atriz foi nomeada para o prêmio por sua fantástica interpretação em "Nyad", mas não é considerada uma das favoritas para Melhor Atriz
Annette Bening está em seu momento. A renomada atriz está em sua quinta disputa por uma estatueta do Oscar – desta vez por sua atuação intensa e muito física em “Nyad”.
O filme é baseado na vida da lendária e determinada nadadora Diana Nyad. Aos mais de 60 anos, ela nadou de Cuba até a Flórida, por mais de 160km em mar aberto. Bening concorre na categoria de Melhor Atriz por interpretar a nadadora nas telonas.
Bening, no entanto, não é considerada como a favorita para ganhar neste ano. Quando perguntada pela CNN se ela está brava tanto quanto seus fãs, ela riu. “Eu aprecio a raiva deles, eu aplaudo a raiva, eu apoio a raiva”, ela disse, rindo.
Mas ela não “vive com raiva” da situação, acrescentou.
Bening afirma que, quando se trata do mundo do entretenimento, “é preciso ter senso de humor”. “Uma das coisas boas sobre o momento que estou vivendo é que eu posso olhar para 34 anos atrás quando eu fui para o Oscar pela primeira vez e como foi, comparar com agora, o que me dá uma perspectiva que me permite apenas seguir o fluxo”, ela disse.
“Eu realmente não me preocupo, simplesmente agradeço”, disse.
A primeira vez de Bening indicada na categoria do Oscar de Melhor Atriz foi com o filme “Os Imorais”, lançado em 1990. O filme de crime dirigido por Stephen Frears em que ela atuou junto com John Cusack e Anjelica Huston foi um dos primeiros papéis que ela teve em um longa, ela roubou o holofote e sua carreira decolou. Outros exemplos são “Bugsy” e “Meu Querido Presidente”.
O papel que tornou Bening mais conhecida aconteceu em 1999 e rendeu outra indicação ao Oscar de Melhor Atriz foi o de Carolyn Burnham em “Beleza Americana”. Ao olhar para o passado – quando ela atuou ao lado de Kevin Spacey, que recebeu seu segundo Oscar pela performance -, Bening mencionou a “dualidade” em Carolyn que a destacou na personagem.
“Ela o amava muito e queria tanto se conectar com ele. É esse o ponto”, ela disse.
No Oscar em 2000, Bening perdeu para Hilary Swank, que ganhou por “Meninos Não Choram”. O mesmo aconteceu cinco anos depois, quando Bening foi novamente indicada em Melhor Atriz por “Adorável Julia”, e Swank levou a estatueta por “Menina de Ouro”.
Mas Bening só tem boas lembranças da época de ter feito o muitas vezes esquecido “Adorável Julia”, no qual ela conseguiu interpretar uma atriz de teatro vingativa e calculista em uma Londres dos anos 1930, que de alguma forma permanece completamente encantadora.
“Eu peguei o roteiro de ‘Adorável Julia’, li e pensei: ‘Você está brincando? Realmente estão me pedindo para fazer isso? Isso é tão legal! Isso é tão rico. É tão complexo!'”, ela se lembrou.
O filme, dirigido por Istávan Szabó – a quem Bening chamou de “o rei do cinema húngaro” – foi filmado em Budapeste no verão de 2003. Os filhos de Bening eram jovens na época e ficaram com ela durante a produção, o que ela chamou de “uma baita experiência”.
“Nós ainda temos muitas memórias engraçadas sobre a vez que estivemos em Budapeste”, ela disse. “Foi um sonho, realmente um sonho.”
A carreira de Bening floresceu desde então. Ela recebeu outra indicação ao Oscar em 2011 por “Minhas Mães e Meu Pai” e teve uma série de papéis que foram recebidos com aclamação, mas foram esnobados pela Academia de Cinema. Exemplos disso são “Mulheres do Século 20”, de 2016, e “Estrelas de Cinema Nunca Morrem”, em 2017.
Bening está longe de considerar seu trabalho finalizado. Recém-saída de sua aclamada e muito alagada atuação em “Nyad”, ao lado da também indicada Jodie Foster, ela está prestes a chegar à telinha em seu primeiro papel na televisão, ao lado de Sam Neill na série da Peacock “Apples Never Fall”. A série é baseada no livro de Liane Moriarty, que ficou conhecida por “Big Little Lies”.
Em “Apples Never Fall”, Bening interpreta uma técnica de tênis e mãe que misteriosamente desaparece. É a primeira vez que Bening teve a chance de explorar uma personagem por mais de sete episódios. “De um ponto de vista de atuação, eu fiquei maravilhada”, ela disse.
Já sobre o Oscar no próximo domingo, Bening disse que ela está animada para ser “uma fã”. “Eu amei os filmes neste ano, tinham realmente filmes muito bons”, ela disse, citando especificamente o filme do Japão na categoria de Melhor Filme Internacional: “Dias Perfeitos”. Ela também citou diversos curtas como seus favoritos.
“O que eu consigo fazer é ser uma fã e ir até as pessoas e dizer, ‘nossa, você mandou bem!'”, falou. Aí vem a melhor parte, segundo ela. “Eu chego em casa, fico com meu cachorro e meu marido, e me afasto de tudo isso.”
Isto é – até seu próximo papel aclamado a jogue de volta nisso.