Andrew Garfield transformou luto pela morte da mãe em filme; entenda
Mãe do ator morreu em 2019 vítima de um câncer de pâncreas
O ator Andrew Garfield falou sobre o processo de luto pela morte de sua mãe, Linda, que morreu de câncer de pâncreas em 2019, em entrevista a Anderson Cooper, da CNN, no podcast All There Is. A dor foi canalizada pelo astro de “Homem-Aranha” e virou um filme, que ele estrelará com Florence Pugh.
“As qualidades da minha mãe que eram mais óbvias, ou aparentes, eram uma gentileza, uma bondade, uma generosidade”, disse Garfield a Cooper, em uma conversa reflexiva para a terceira temporada do podcast. “No leito do hospital, ela estava mais preocupada com as enfermeiras do que com sua própria dor e desconforto. Ela era esse tipo de pessoa.”
Quando o ator falou sobre a morte de sua mãe durante uma aparição em 2021 no programa The Late Show with Stephen Colbert, que já foi visto mais de 2 milhões de vezes no YouTube, sua vulnerabilidade pareceu tocar os corações de muitos que também estavam de luto por entes queridos durante a pandemia.
“Espero que essa dor permaneça comigo, porque é todo o amor não expresso que eu não consegui dizer a ela, e eu dizia isso a ela todos os dias”, contou Garfield na época. “Ela era a melhor de nós.”
A dor permaneceu com ele, como esperava, nos quase cinco anos desde a morte de sua mãe.
“É tão estranho. É como se o anseio e o luto, ao habitá-los completamente e senti-los, fosse a única maneira de me sentir realmente próximo dela novamente”, disse Garfield a Cooper.
Foi sua mãe, descrita por Garfield como criativa e sensível à sua angústia adolescente, que o incentivou a explorar uma carreira nas artes. Quando ele tentou atuar, o que Garfield comparou brincando a “entrar no circo”, sentiu que havia encontrado seu lugar. Vários papéis no cinema e na televisão, duas indicações ao Oscar e uma franquia de super-heróis se seguiram.
O projeto mais recente de Garfield, o romântico e emotivo “Todo Tempo Que Temos”, retorna ao tema do luto. Ele co-estrela o filme com Florence Pugh, interpretando um jovem casal que vive com um diagnóstico de câncer.
“Há uma consciência crescente de que o tempo é curto e condicional, e, portanto, cada momento parece muito sagrado, pequenos momentos, grandes momentos expansivos. É como uma meditação sobre a brevidade e a sacralidade da vida, e parece que cada cena é uma cena de luto”, refletiu Garfield sobre a história. “É um filme lindo, foi lindo habitar, e parece meditativo, muito sábio, e também cheio de raiva, raiva contra o apagar da luz.”
A luz de Garfield ainda brilha, embora alterada, enquanto ele se reconcilia com a vida sem sua amada e britânica “mum”.
“Eu sei com certeza que esta é uma vida curta, e as coisas que importavam antes não importam mais. E acho que, quando digo que as coisas têm um gosto diferente, acho que elas podem ter um gosto muito mais doce agora por causa da tristeza que senti, e podem ter um gosto muito mais amargo”, comentou Garfield a Cooper.
“Meu sentimento em relação ao mundo agora, a política, a cultura, onde estamos como comunidade, como comunidade global, pode me encher de muito mais amargura, raiva e desespero. Posso sentir muito mais o meu desespero, minha desesperança, e, na mesma medida, posso sentir um poço muito mais profundo de esperança.”
Garfield encontrou esperança — e apoio — através de suas amizades, na natureza e no trabalho criativo para o qual sua mãe o guiou.
“O luto e a perda são o único caminho para a vitalidade de estar vivo”, disse Garfield. “A ferida é o único caminho para o presente.”
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