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    Análise: “The Last of Us”, da HBO, prova que ainda há espaço para drama de apocalipse zumbi

    Graças à abordagem ambiciosa, série às vezes funciona como uma antológica, concentrando-se em histórias e desvios individuais

    Pedro Pascal e Bella Ramsey na série da HBO "The Last of Us
    Pedro Pascal e Bella Ramsey na série da HBO "The Last of Us Divulgação

    Brian Lowryda CNN

    O histórico irregular de adaptações de videogame e a abundância de dramas apocalípticos zumbis recebem um impulso bem-vindo com “The Last of Us”, que prova que há espaço para mais de cada um, desde que seja tão bom.

    Uma série com mini-dramas inseridos nos episódios,a produção da HBO rapidamente se mostra digno do hype e da expectativa ao oferecer uma série bem realizada com personagens de carne e osso.

    Claro, já passamos por esse caminho em particular antes, apresentando um mundo rapidamente caindo no caos, depois de uma pandemia que transformou as pessoas em zumbis, estimulando as tentativas do governo de conter a propagação da maneira mais implacável.

    Os criadores da série Craig Mazin (vencedor do Emmy por “Chernobyl”) e Neil Druckmann (co-presidente da premiada fabricante do jogo, Naughty Dog) inicialmente constroem essa história em torno de uma família, expandindo-se para registrar as ramificações do surto em todo o mundo, com uma paleta de 20 anos para escolher.

    Graças a essa abordagem ambiciosa, “The Last of Us” às vezes funciona como uma série antológica, concentrando-se em histórias e desvios individuais, como um preparador do “Juízo Final” (Nick Offerman) que acolhe um vagabundo (“The White Lotus'” Murray Bartlett), a contragosto no início, em uma hora que tem a sensação requintada de uma pequena peça meticulosamente trabalhada.

    A espinha dorsal da produçao, no entanto, envolve Joel (Pedro Pascal, felizmente sem capacete ), que tem a tarefa de escoltar relutantemente a adolescente Ellie (“Game of Thrones'” Bella Ramsey) para uma instalação no país, com a esperança de sua imunidade à infecção e conter os meios de curar a aflição do zumbi.

    Ambos os protagonistas são excelentes, com detalhes sobre suas vidas surgindo gradualmente ao longo do caminho. Por um lado, Ellie nasceu na brutalidade desta paisagem apocalíptica, então quando ela é confrontada com algo que fornece um gostinho da normalidade do passado, sua resposta geralmente cai em algum lugar no espectro da admiração ao puro deleite.

    Como costuma acontecer nesse tipo de história (veja “The Walking Dead” no início), a verdadeira ameaça não são os zumbis, que não são particularmente distintos, mas sim o que as pessoas farão quando a estrutura de a sociedade desmorona.

    A partir dessa perspectiva, a narrativa aqui é absolutamente destemida e inabalável, criando cenários e momentos horríveis que podem ser alternadamente tocantes e totalmente trágicos.

    Escapismo leve isso não é, e o nível de violência não é para os fracos de coração. Ainda assim, há uma humanidade genuína no vínculo que se forma entre Joel e Ellie, que se desenvolve organicamente de um encontro angustiante para o próximo, ao mesmo tempo em que cria vitrines fortes para as estrelas convidadas que passam por suas órbitas.

    O timing certamente funciona para a HBO, que recentemente se despediu de “Westworld”, outra série de ficção científica que previu um futuro inquietante.

    “The Last of Us” é apenas a mais recente iteração de imaginar um mundo enlouquecido, enfatizando os dramas pessoais que se desenrolam nesse cenário. No entanto, apesar dos limites das traduções anteriores de jogos para TV e filmes, a primeira temporada exibe o tipo de delicadeza e profundidade que sugere que não veremos o último por algum tempo.

    A série estreia neste domingo (15).