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    Análise: Por que filmes de super-heróis tiveram um péssimo ano?

    “Aquaman 2: O Reino Perdido” ainda não foi lançado, mas a sequência da DC pode enfrentar águas turbulentas para atingir o sucesso de seu antecessor

    Brian Lowryda CNN

    O filme “Aquaman 2: O Reino Perdido” ainda não foi lançado, mas a sequência da DC pode enfrentar águas turbulentas para atingir o sucesso de seu antecessor.

    Quaisquer que sejam os resultados desse filme, no entanto, nada foi mais chocante para os grandes estúdios em 2023 do que o péssimo ano para os filmes de super-heróis. Com um desempenho coletivo tão ruim que poderia ser comparado ao Super-Homem enfrentando criptonita.

    Em retrospectiva, os resultados decepcionantes de “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, lançado em fevereiro, mostraram uma rachadura inesperada na armadura da Marvel. Desde então, as adaptações do universo da DC feitas pela Warner Bros., “The Flash” e “Besouro Azul”, também ficaram muito aquém das expectativas.

    O verdadeiro choque, porém, veio em novembro, com o fracasso “As Marvels” — sequência do sucesso de 2019 “Capitã Marvel” — que gerou apenas US$ 84 milhões nas bilheterias norte-americanas, menos de um quinto do que foi arrecadado com o antecessor. O filme foi o primeiro título da Marvel a ficar abaixo de US$ 100 milhões em um lançamento doméstico.

    Para a Marvel e a DC, apenas o terceiro filme de “Guardiões da Galáxia” contrariou essa tendência, arrecadando quase US$ 850 milhões em todo o mundo, com uma menção honrosa ao filme animado “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”.

    O que aconteceu? Como tantas vezes acontece, uma combinação de fatores parece responsável, mas a mudança no modo como os espectadores antes se aventuravam para curtir o gênero no cinema foi repentina.

    Além disso, como esses filmes levam muito tempo para serem feitos e não podem ser produzidos (pelo menos ainda) de forma barata devido à dependência de efeitos digitais, qualquer tentativa de mudança levará tempo.

    A pandemia do coronavírus, obviamente, fez com que uma porcentagem de espectadores ficasse mais relutante em ver filmes nos cinemas e mais habituados e confortáveis ​​a consumi-los em casa, sem se importar com questões como spoilers ou assistir ao filme depois do lançamento.

    Se essa questão estava fora do controle de Hollywood, quase todo o resto pode ser atribuído a decisões que diluíram essas franquias de quadrinhos. A começar com a encomenda de várias séries para ajudar a impulsionar o crescimento de assinantes de serviços de streaming como Disney+ e Max.

    Até o CEO da Disney, Bob Iger, admitiu que havia “muitas” séries desse universo sendo produzidas, reduzindo o calibre do lançamento de filmes.

    Embora quase certamente existam muitos filmes medíocres, o problema não pareceu ser esse com produções como “The Flash” — que o público não rejeitou, mas o filme simplesmente não pareceu ser lucrativo o bastante como essas produções exigem.

    Nesse sentido, as questões legais do astro Ezra Miller provavelmente não ajudaram, assim como as que enfrentam Jonathan Majors, o vilão de “Homem-Formiga”, que iria atuar em um papel fundamental na próxima fase da Marvel antes de ser condenado por agressão e assédio de uma ex-namorada.

    Em retrospectiva, os filmes de super-heróis provavelmente atingiram seu ápice em 2019, com o auge do sucesso durante o lançamento do filme pré-pandêmico “Vingadores: O Ultimato” — números que já teriam sido difíceis de replicar nas melhores circunstâncias.

    “Vigadores: Guerra Infinita” e “Pantera Negra” também foram grandes sucessos, com o último ganhando uma indicação ao Oscar. Enquanto a DC desfrutou de seus melhores resultados de bilheteria com “Aquaman” em 2018, arrecandando US$ 1,15 bilhão globalmente.

    Independente das causas, depois de confiarem nos filmes de super-heróis como base de bilheteira, os grandes estúdios enfrentam escolhas difíceis a serem feitas, à medida que as suas vacas leiteiras parecem inesperadamente vulneráveis.

    Embora certos filmes, como “Barbie” e “Avatar 2”, tenham demonstrado que as pessoas ainda vão ao cinema para ver o que consideram grandes estreias, o desafio que a Marvel e a DC enfrentam não é pequeno.

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