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    Alessia Cara exalta cultura brasileira e diz que sua música “renasceu”

    À CNN, cantora relembra passagem no Lollapalooza Brasil 2022 e fala sobre retorno à indústria musical após hiato

    Nicoly Bastosda CNN

    A cantora canadense Alessia Cara completou 28 anos em 11 de julho e resolveu que era hora de presentear os fãs com seu retorno à música. O último álbum de estúdio da artista, o “In The Meantime”, foi lançado em 2021 e também antecedeu um período em que a artista preferiu ficar reclusa da indústria. Pelo menos até agora.

    No último mês, Alessia Cara voltou aos trabalhos musicais ao divulgar a canção “Dead Man”, que já veio acompanhada de um clipe diferente de tudo o que a artista já fez. A música é a primeira do quarto álbum de estúdio da artista, que ela pretende lançar em breve.

    Em 2022, Alessia chegou a pisar em solo brasileiro, para sua primeira apresentação da vida no país. Ela foi uma das grandes atrações do festival Lollapalooza Brasil, que acontece em São Paulo, e foi destaque no evento, chegando a entoar canções brasileiras e performar um de seus hits com o artista pop brasileiro Jão.

    Em entrevista à CNN, Alessia Cara falou mais sobre a passagem no país e seus próximos passos musicais. Confira!

    Confira a entrevista de Alessia Cara com a CNN

    Você acabou de fazer 28 anos. Feliz aniversário atrasado, aliás. Você começou com só 18, uma década atrás. Sei que provavelmente há muitas coisas, mas o que você acha que mais mudou da garota que você era musicalmente quando sua carreira começou?
    Minha vida mudou em tantos sentidos. Eu me tornei mais capaz de aceitar as coisas boas da minha vida, mais do que no passado. Acho que o processo de crescer, mesmo até poucos anos atrás, foi muito difícil para mim porque eu não conseguia permanecer presente e aproveitar as coisas boas, as conquistas e momentos felizes. Eu ficava presa nas coisas ruins, sentia que elas sempre se sobressaiam. Agora eu me sinto mais presente, mais paciente comigo mesma e mais feliz.

    E você celebra sua nova idade com música nova, nós que saímos presenteados. Vi que você disse em uma entrevista que vem trabalhando em novas músicas há três anos. Por que agora é o tempo certo para você voltar à música?
    Honestamente, é porque me senti pronta e confiante com as músicas que produzi só agora. Por muito tempo, até antes do meu último álbum, senti que não estava bem ou saudável. Não me sentia mais bem comigo mesma ou com as minhas músicas mais. Eu realmente precisei me entender primeiro e redescobrir meu amor por mim e pelo que eu estava fazendo. Assim que eu consegui fazer isso, a música pareceu estar em um lugar bom. Foi quando eu pensei ‘Ok estou pronta e consigo ver as coisas de uma forma diferente'”.

    O que então você acha que “Dead Man” significa para a sua carreira agora?
    Parece como um recomeço. Como se eu tivesse apertado um botão e começasse tudo do zero. Estou usando um novo estilo, minha música está indo em uma direção diferente, ela renasceu de alguma forma, mesmo que eu esteja fazendo isso há muito tempo. É uma nova perspectiva, um novo som e um novo capítulo da minha vida.

    Até o clipe que você produziu para a música é muito diferente de tudo o que você já fez. Qual foi a inspiração para isso?
    O vídeo foi meio que derivado de um mood board que eu tinha feito, um pequeno quadro de inspirações vindas do Pinterest, sobre os conceitos visuais que eu imaginava para o álbum. Para cada disco eu crio mood boards e os mostro para minha equipe, só para que eles possam entender como eu estou vendo a próxima era musical. O diretor do clipe, o Georde Callardo, ele é da Colômbia, América do Sul, maravilhoso, ele juntou todas essas ideias baseadas no meu conceito visual e criou como se fosse uma história metafórica inteira. Então eu devo muito a ele pelos visuais. Eu realmente queria que fosse como a música soa, eu queria que fosse um pouco misterioso, um pouco sombrio, mas que passasse muita confiança também. Que tivesse metáforas e fosse completamente artístico. Acho que realmente conseguimos alcançar isso.

    Os visuais são realmente muito bonitos, conceituais, tem alguma parte do making off que “foge” um pouco dessa áurea que talvez a gente não imagine, algum fato engraçado, de repente, do processo de fazer essa música?
    Há muitos pequenos momentos divertidos. Eu fiz a música especificamente com Mike Elizondo, um produtor em Nashville, e todas as partes da produção foram muito divertidas. Mas acho que a parte mais legal e interessante foi como trazer toda a seção dos instrumentos de metais. Nós trouxemos um grupo de músicos incríveis que acabaram tocando instrumentos variados juntos para fazer os sons de “metais” na faixa. Eu e o Mike ficávamos gritando coisas como “tente esse, não, tente aquele”, de uma forma engraçada na sala, tudo foi tocado ao vivo e essa parte parece a mais emocionante. Não é realmente nada engraçado, mas foi divertido fazer apenas para brincar e você sabe, assistir as pessoas, esses músicos incríveis, tocando esses metais ao vivo na sala. Foi muito legal.

    E nós já temos três álbuns seus, o que você acha que seu novo disco tem em comum com os anteriores e o que ele tem de diferente?
    Boa pergunta! Acho que o que tem de diferente é que parece uma versão mais evoluída de mim. Sonoramente. Acho que é muito diferente do meu último trabalho. Parece muito mais maduro, um pouco mais sofisticado, mais soul. A maioria das coisas são tocadas ao vivo, o que é muito diferente para mim. E isso é algo que sempre quis fazer. Em termos do que tem similar, eu diria que obviamente sou eu. São minhas histórias. Sempre vai ter aquela mesma garota lá em toda a minha discografia. É o mesmo encontro de histórias, o mesmo tipo de escrita e a mesma garota que você conhece. Espero que meus fãs ainda possam ouvir minha identidade nos trabalhos novos.

    Você tem essa coisa na sua música, que eu acho muito legal, que é a grande capacidade de fazer as outras pessoas se identificarem com as suas letras. Eu vi muita gente falando sobre isso sobre seu novo lançamento, inclusive, pelas redes sociais, como no TikTok e o Twitter. Como é para você saber que a cada lançamento você sempre inspira seus fãs nesse sentido?
    Isso é sempre o mais incrível. E toda vez eu fico surpresa, mesmo que eu tenha feito isso tantas vezes, sempre parece tão surpreendente que há pessoas em todo o mundo que ainda se importam depois de todo esse tempo, que cresceram comigo em todas as minhas fases musicalmente e pessoalmente, é a coisa mais legal sobre o que eu faço ou o que eu consigo fazer, como ter minha música ouvida e amada pelas pessoas e você sabe, ajudar, de alguma forma, apenas ser parte da vida das pessoas de uma pequena forma com minhas músicas. Ter pessoas com memórias ligadas à minha música é tão legal, isso é sempre muito emocionante.

    O que você esteve ouvindo para fazer o novo álbum?
    Estive ouvindo muitos estilos diferentes de música. Eu ouvia bastante música dos anos 1970, de cantores e compositores como Stevie Nicks ou o próprio Fleetwood Mac. Eu também estava ouvindo muito The Beatles e suas coisas dos anos 60 e 70. Billy Joel também. Eu também mergulhei muito em música funk africana, estranhamente isso estava me inspirando. Há um grupo chamado Lijadu Sisters e elas têm muita música dos anos 70 que são muito legais. É como funk e sua escolha de harmonia e melodias é realmente muito energética e bonita. Então eu fui muito inspirado por elas em algumas faixas do álbum.

    Qual foi a melhor parte de criar esse projeto novo?
    Encontrar um novo som, uma nova voz e falar de um ponto diferente da minha vida, foi realmente emocionante combinar tudo isso junto. Fazer esse álbum soar exatamente como eu sempre quis que as coisas minhas soassem, sabe, e conseguir realizar isso, é como ter um pensamento e ser capaz de alcançá-lo e executá-lo da forma certa. Essa foi a melhor parte, eu acho.

    Você esteve no Brasil pela primeira vez há dois anos, foi a sua primeira vez aqui, qual foi a coisa mais interessante que você descobriu sobre o país?
    Dois anos atrás. Oh meu Deus. Não acredito que já faz dois anos. Isso é loucura. Eu amei ir lá, toda essa viagem foi um dos momentos mais divertidos da minha vida, foi incrível. Tudo sobre a cultura brasileira é absolutamente incrível, eu estou dizendo isso de forma genuína, é um dos lugares mais legais que eu já estive, teve algumas das melhores comidas que eu já comi e as pessoas mais legais que eu já conheci. E a maneira como vocês usam a música para alimentar tudo na vida é tão inspirador para mim, como um músico obviamente ir para um lugar tão musical foi lindo.

    Por último, mas não menos importante porque nosso tempo está acabando, você já se mostrou muito fã da música brasileira, acha que ela impacta sua carreira de alguma forma?
    Com certeza sim. Eu sinto que a música brasileira é tão pura e do coração. É muito emocional, muito expressiva, e eu sinto que definitivamente quero levar um pouco disso, levar essa lição para minha própria música e lembrar que você não deve fazer música apenas para aprovação ou expectativa externa. Você deve fazê-la apenas porque você ama e apenas dizer como se sente, eu acho que a música brasileira faz isso muito, muito bem, e é assim comigo também.

    Muito obrigada pelo nosso tempo aqui. Espero que você volte ao Brasil em breve. 
    Obrigada você, mal posso esperar para voltar, eu ia amar!

     

     

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