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    60 anos sem Marilyn Monroe: confira mitos e verdades sobre a estrela

    Um dos maiores ícones de todos os tempos, Marilyn foi contra o sexismo em Hollywood, se recusou a ganhar menos que Frank Sinatra e nunca se envergonhou de ser vista como um símbolo sexual

    Foren Clarkda CNN

    Marilyn Monroe é uma das celebridades mais conhecidas de todos os tempos. Como um nome familiar cujo legado inspira a moda, o cinema e as artes até hoje, a atriz da Era de Ouro conseguiu causar um impacto generalizado durante sua curta carreira.

    Com tamanha notoriedade, vem a tendência para a criação de mitos. A personalidade de Monroe foi transformada em uma caricatura maior que sua vida, seus looks icônicos definiram toda a sua imagem, mas, de muitas maneiras, seu legado foi mal interpretado.

    Neste 4 de agosto, data que marca o aniversário de 60 anos da morte de Marilyn Monroe, aqui estão dez coisas que as pessoas tendem a errar sobre a estrela.

    1. Seu nome era Marilyn Monroe

    Embora seja o nome pelo qual ela é mais conhecida, o nome Marilyn Monroe não foi o primeiro nome a ser usado pela nativa da Califórnia Norma Jeane Mortenson. Após seu nascimento, ela foi batizada com o nome de sua mãe: Norma Jeane Baker. Ela carregou esse nome com ela desde o período que viveu em um orfanato até se casar com um vizinho aos 16 anos e se tornar Norma Jeane Dougherty.

    Nome que ela usou até ela assinar seu primeiro contrato de atuação com a 20th Century Fox. Monroe e o executivo do estúdio, Ben Lyon, se uniram para criar o apelido que ajudaria a catapultá-la para o estrelato.

    Lyon sugeriu Marilyn em homenagem à atriz Marilyn Miller, e Norma Jeane sugeriu Monroe, sobrenome da família de sua mãe.

    Foi assim que o nome Marilyn Monroe foi concebido.

    2. Ela era uma loira natural

    Marilyn Monroe começou a clarear os cabelos nos anos 1940 e tornou sua marca registrada/ Wikimedia Commons

    As icônicas mechas loiras platinadas de Monroe nasceram como as de muitas outras estrelas da época.

    Para as mulheres que esperavam se destacar na indústria cinematográfica na década de 1940, a cor loira era considerada a cor de cabelo mais versátil. Monroe, que ingressou em sua primeira agência de modelos como uma morena de cabelos cacheados, se dedicou a fazer o que fosse preciso para ser notada. Ela começou a clarear o cabelo em meados da década de 1940 e ficou instantaneamente viciada.

    “Para Marilyn, ficar loira, era como a máquina de construir estrelas de Hollywood”, disse a fotógrafa Nancy Lee Andrews. “Ela viu o que a cor poderia fazer por ela”.

    Ao longo dos anos, Marilyn continuou a clarear o cabelo até que finalmente atingiu seu icônico tom loiro platinado, ou como ela se referia a “pillow case white” (cor de fronha). A cor ainda está associada a ela até hoje, referenciada em todos os lugares, desde revistas até a aparição de Billie Eilish no Met Gala.

    3. Ela foi descoberta enquanto trabalhava como babá

    Com um nome definido e um novo penteado, o próximo passo para a estrela em ascensão foi criar uma boa história de sua origem. Os publicitários da 20th Century Fox apresentaram Monroe à imprensa como uma jovem órfão que foi descoberta enquanto trabalhava de babá para um caçador de talentos da Fox.

    Na realidade, Monroe lutou por suas oportunidades e estava ansiosa para aprender os meandros da indústria cinematográfica. Como diz Sarah Churchwell, autora de “As Muitas Vidas de Marilyn Monroe”:

    “Marilyn não estava esperando que homens poderosos viessem encontrá-la. Ela estava batendo na porta do estúdio. Ela estava fazendo absolutamente tudo o que podia para entrar no negócio do cinema.”

    4. Ela ganhou fama facilmente

    Marilyn Monroe usou sua relação com Joe Di Maggio para manter seu nome na imprensa/ Wikimedia Commons

    O estrelato não caiu simplesmente no colo de Marilyn Monroe. Beleza e talento eram vistos como necessidades básicas para qualquer mulher que desejasse trabalhar na indústria cinematográfica, que era dominada por homens.

    Monroe lutou para conseguir um contrato de longo prazo. Ela conseguiu pequenos papéis na 20th Century Fox e na Columbia Pictures antes de finalmente conseguir um contrato de sete anos com a Fox, em 1951. O que lhe faltava em sucesso imediato na tela, porém, ela recuperou com uma compreensão tenaz de seu público fora da tela.

    Monroe foi capaz de usar a cobertura da imprensa, como alavancar seu relacionamento com Joe DiMaggio, para manter seu nome relevante. Como explica Alicia Malone, da Turner Classic Movies, Marilyn era “muito, muito inteligente em relação à publicidade e muito engraçada. Marilyn sempre parecia saber o que os publicitários queriam, o que os fotógrafos queriam.”

    5. Ela não tinha controle sobre sua sexualidade

    Sexo vende, e se alguém sabia disso, era Monroe. Enquanto ela estava frustrada com a tendência da imprensa e dos executivos do cinema de reduzi-la a um símbolo sexual e nada mais, Monroe entendeu o poder que sua sexualidade única poderia lhe dar.

    Repetidamente, ela foi rotulada em papéis destinados a ficar apenas bem na tela e um pouco mais, mas ela não permitiria isso.

    “Ela consegue ser sexualmente atraente e o objeto do olhar masculino de todas as maneiras que ela precisa ser”, diz Sarah Churchwell sobre a performance inicial de Monroe em “Mentira Salvadora”. “Mas ela também está tirando sarro disso. E esse é o momento em que Marilyn descobriu como essa performance ia funcionar para ela.”

    Não apenas Monroe se apoiou em seu status de símbolo sexual, ela também se recusou a se envergonhar disso. No início de sua carreira, Monroe posou nua para um fotógrafo enquanto precisava de dinheiro. Em vez de capitular ao conservadorismo popular da época em que a sessão de fotos foi exposta na imprensa, Marilyn manteve sua decisão.

    “Eles disseram: ‘Você posou para um calendário?'”, lembrou Monroe, “e eu disse: ‘Sim, algo errado?’ ”

    6. Marilyn nunca se manifestou contra o sexismo em Hollywood

    Marilyn Monroe cantando “Happy Birthday, Mr President” / Bettmann Archive

    O business do cinema nas décadas de 1940 e 1950 tratava as mulheres como mercadorias; sexo e relacionamentos eram trocados e muitas vezes esperados em troca de audições e contratos.

    Monroe não estava isenta de participar e recebeu muitos avanços indesejados enquanto trabalhava em direção a uma carreira de atriz. Na Columbia Pictures, o chefe do estúdio Harry Cohn convidou Monroe para uma viagem em seu iate. Monroe sugeriu que ela só iria se a esposa de Cohn também fosse convidada. Logo após sua rejeição, ela foi retirada de seu contrato.

    Décadas antes do movimento Times Up, Monroe detalhou o assédio que enfrentou em um artigo chamado “Wolves I Have Known” publicado na “Motion Picture and Television Magazine”. Ela escreveu:

    “Existem muitos tipos de lobos. Alguns são sinistros, outros apenas estão tentando conseguir algo e fazem disso um jogo.”

    7. Ela não foi uma atriz séria

    Monroe é conhecida por seus papéis icônicos, mas nos bastidores ela era tudo menos irracional.

    No início de sua carreira, ela procurou orientação de Natasha Lytess, chefe de drama da Columbia Pictures. De acordo com a autora de “Marilyn Monroe: The Personal Archive”, Cindy de la Hoz, Lytess trouxe uma “riqueza de conhecimento sobre teatro [que] era muito atraente para Marilyn. Ela queria obter esse tipo de educação séria sobre atuação”.

    Mesmo depois de ter alcançado grande sucesso em sua carreira, Monroe continuou a procurar oportunidades para se tornar uma atriz mais séria. Ela se matriculou em aulas com Lee Strasberg no Actors Studio em Nova York, onde seus colegas desprezavam as carreiras chamativas de estrelas de cinema como ela. Mas Monroe era uma estudante dedicada do método de atuação, e ela ganhou o respeito de seus colegas.

    8. Ela não era politicamente ativa

    Marilyn Monroe tinha fortes convicções políticas. Após seu casamento com Joe DiMaggio em 1954, Marilyn fez um desvio de sua lua de mel no Japão para visitar bases militares americanas na Coreia. Ela se apresentou para cerca de 100.000 militares ao longo de dez shows.

    Monroe apoiou seus amigos em casa também. Ela era muito próxima da cantora Ella Fitzgerald e uma grande defensora de sua carreira. Quando a popular boate Mocambo se recusou a reservar Fitzgerald, Monroe ligou para o clube e propôs que, se eles reservassem Fitzgerald por uma semana, ela se sentaria na primeira fila para cada apresentação.

    Depois que o clube concordou, Fitzgerald esgotou e foi posteriormente contratada para uma segunda semana. O sucesso trouxe sua carreira para um nível totalmente novo.

    Em uma entrevista de 1972, Fitzgerald relembrou seu relacionamento com Monroe dizendo: “Tenho uma dívida real com Marilyn Monroe… Ela era uma mulher incomum – um pouco à frente de seu tempo. E ela não sabia disso. ”

    9. Ela foi paga como uma grande estrela

    Disparidade salarial: Marilyn Monroe brigou para ter um cachê equivalente a Frank Sinatra/ Wikimedia Commons

    Embora ela fosse uma das atrizes mais comentadas da época, o poder de Marilyn nem sempre resultava em um salário alto. No final de sua carreira, ela estava ganhando uma fração do dinheiro que seus contemporâneos ganhavam.

    No último filme em que trabalhou, “Something’s Gotta Give”, Monroe estava iria ganhar US$ 100.000, muito menos do que o relatado US$ 1 milhão que Elizabeth Taylor estava fazendo para “Cleópatra” na mesma época.

    A disparidade salarial foi ainda pior no início de sua carreira, mas Monroe lutou. Em 1954, ela estava programada para começar a trabalhar no filme “The Girl in Pink Tights” quando soube que seu colega de elenco Frank Sinatra deveria ganhar mais de três vezes seu salário semanal.

    Em protesto, Marilyn se recusou a aparecer no set, forçando o filme a adiar e eventualmente interromper a produção completamente.

    10. Ela não impactou a indústria

    Embora adorasse atuar, Monroe estava bastante descontente com os papéis que lhe foram oferecidos na 20th Century Fox. Ela desejava adicionar mais diversidade e profundidade aos seus personagens.

    Depois de terminar as filmagens de “The Seven Year Itch”, Monroe quebrou seu contrato e fugiu de Los Angeles.

    Apesar dos telefonemas ameaçadores das equipes jurídicas da Fox e do chefe do estúdio Daryl Zanuck, Monroe assumiu uma nova vida na cidade de Nova York. Ela e seu amigo, o fotógrafo Milton Greene, criaram a Marilyn Monroe Productions, tornando-a a primeira mulher desde Mary Pickford a iniciar sua própria produtora.

    A Fox tentou diminuir as realizações de Monroe propondo que eles pudessem encontrar uma dúzia de atrizes como ela, mas a marca de Marilyn só cresceu. Ela não poderia ser substituída.

    No final de 1955, Fox se rendeu e Monroe recebeu um novo contrato histórico. Não apenas seu salário foi aumentado, mas ela também recebeu a aprovação da história, aprovação do diretor e aprovação do diretor de fotografia – uma conquista que “veteranos da cena cinematográfica disseram que foi um dos maiores triunfos individuais já conquistados por uma atriz”, relatou o “Los Angeles Mirror”.

    O sistema que ditou tanto da carreira de Monroe estava começando a ceder. Embora ela não estivesse por perto para experimentar o desenvolvimento da indústria nos anos 1960 e além, os efeitos de seus esforços ainda podem ser vistos hoje.

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