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    Vereadores buscam reeleição para completar até 40 anos em mandatos na Câmara de SP

    Sem um limite máximo de vezes que podem se reeleger, vereadores paulistanos buscam mandatos quase infinitos

    Nomura, Barreto, Tatto e Frange vão tentar conquistar mais um mandato na Câmara
    Nomura, Barreto, Tatto e Frange vão tentar conquistar mais um mandato na Câmara Arquivo/Câmara Municipal de São Paulo

    Maria Clara MatosManoela Carluccida CNN*

    São Paulo

    Entre os 49 vereadores da cidade de São Paulo que já decidiram buscar a reeleição em outubro, há um parlamentar que pode chegar a 40 anos seguidos de mandatos na Câmara paulistana.

    Arselino Tatto (PT) foi eleito pela primeira vez em 1988 e tentará seu décimo mandato consecutivo como vereador. Perguntado pela CNN sobre o que pretendia com um novo mandato, ele disse que “um vereador só é reeleito quando trabalha com seriedade e compromisso” e que “é o voto do eleitor que o conduz a um novo mandato”.

    Quem também pode atingir a marca de 40 anos na Câmara paulistana é Gilson Barreto (PSDB). À CNN, ele disse que “os novos desafios da nossa cidade se somam aos antigos, e é preciso dar conta de todos eles com muita disposição”. “Cada mandato que os eleitores de São Paulo me conferem é como se fosse o primeiro para mim”, comentou o vereador.

    Além de Tatto e Barreto, outros dois vereadores paulistanos com mandatos em sequência na Câmara também vão tentar continuar no Poder Legislativo por mais quatro anos. Eles podem chegar ou ultrapassar a marca de três décadas como vereadores paulistanos.

    São eles:

    • Aurélio Nomura (PSDB-SP): há 32 anos no cargo
    • Paulo Frange (MDB-SP): há 28 anos no cargo

    À CNN, Frange disse que, “se tivesse feito só o primeiro mandato e saído, teria tido uma visão panorâmica da Câmara Municipal de São Paulo”, sem conhecer detalhadamente o funcionamento da Casa. O vereador disse que não tem planos de deixar a política — e, consequentemente, nem a carreira de vereador.

    Enquanto eu puder continuar aprofundando os temas da cidade, não tenho previsão de me afastar da politica

    Paulo Frange

    A CNN tentou contato com Nomura, mas não teve retorno de sua assessoria.

    Não existe um limite para reeleição em cargos do legislativo, ao contrário do que acontece no Poder Executivo, em que o político pode se reeleger apenas uma vez consecutiva.

    Sem mais mandato

    Mas nem todos querem continuar. Na Câmara desde 1997, Milton Leite (União) deixará a Casa ao encerrar o seu sétimo mandato.

    O atual presidente da Câmara disse à CNN que pleiteia a posição de vice na chapa à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). “Coloquei meu nome à disposição do União Brasil e o partido, se assim julgar necessário, o indicará ao prefeito Ricardo Nunes”, disse o vereador. Ainda não há uma posição da campanha de Nunes a respeito de quem será o pré-candidato a vice.

    Outro vereador ainda não sabe se quer disputar um novo mandato. É o caso de Roberto Tripoli (PV), há 32 anos no cargo, que indicou que uma decisão deve ser tomada até junho.

    Ficar é comum

    Para o cientista político Eduardo Grin, professor da Fundação Getúlio Vargas, ficar de forma consecutiva no Poder Legislativo é comum. Ele avalia que “a primeira coisa que os políticos fazem quando assumem o mandato é pensar na reeleição”.

    Levantamento da CNN aponta que 89% dos vereadores da capital paulista tentarão, em outubro, continuar em uma das 55 cadeiras da Câmara.

    Para Grin, esse percentual é alto, mas, ao mesmo tempo, “razoável” diante de regras eleitorais que “obrigam os partidos políticos a usarem seus melhores parlamentares na busca pela reeleição”.

    O argumento de reeleição sem limites tem a premissa de que o parlamentar segue sendo julgado e premido pela população, por isso não existiria razão de ser impedido de ele seguir trabalhando, pontua o cientista político Pedro Pitanga, coordenador de Investigação e Monitoramento da Dharma Politics.

    *Sob supervisão de Nathan Lopes