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    Nunes e Boulos debatem sobre moradia e mobilidade em encontro na Globo

    Debate da TV Globo em São Paulo é o último antes da votação do segundo turno, neste domingo, 27 de outubro

    Henrique Sales Barrosda CNN , São Paulo

    Após um terceiro bloco marcado por trocas de acusações, os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) debateram sobre moradia e mobilidade no último bloco do debate de segundo turno da TV Globo em São Paulo.

    Os temas foram escolhidos pelos próprios candidatos – o primeiro, por Nunes, e o segundo, por Boulos; a ordem foi a inversa do segundo bloco, quando ambos falaram sobre saúde e trabalho.

    Cada candidato teve cinco minutos para falar sobre cada tema. A administração do tempo foi livre, entre perguntas e respostas. Ao final do bloco, Nunes e Boulos fizeram suas considerações finais.

    Moradia

    Escolhendo falar sobre moradia, Nunes disse que diminuiu o déficit habitacional em sua gestão por meio do programa Pode Entrar.

    “São milhares e milhares de sonhos realizados, inclusive junto a entidades”, disse. “Queria perguntar ao candidato (Boulos) sobre esse modelo que faço”, indagou.

    Boulos relembrou que o programa foi iniciado pelo ex-prefeito Bruno Covas — de quem Nunes era vice — e elogiou a iniciativa, ainda que defenda aprimoramentos.

    “Mas por que a população de rua mais do que dobrou em seu governo? Onde você errou para que isso pudesse acontecer?”, perguntou Boulos ao prefeito.

    Nunes, em resposta, chamou Boulos de “desinformado” e disse que o número de 80 mil pessoas em situação de rua na capital não bate com a realidade.

    “Estou fazendo Vilas Reencontro, e já inaugurei dez. São as coisas mais lindas, com casas de 18 metros (quadrados), banheiro, cozinha…”, disse.

    Boulos, ao ser indagado sobre a Vila Reencontro, cutucou Nunes sobre sua postura no debate e se dirigiu ao eleitor.

    “Você acha que tem mais ou menos gente morando na rua do que há três anos? Essa é a grande questão”, afirmou.

    Nunes, em defesa de sua gestão, afirmou que a prefeitura “agiu muito” para conter o aumento de pessoas na rua devido aos efeitos da pandemia de Covid-19.

    “Pega o Pote, o Programa Operação Trabalho: 20 mil vagas são para pessoas em situação de rua”, disse.

    Boulos elogiou a iniciativa, mas chamou Nunes de “arrogante” por não reconhecer que a população em situação de rua aumentou na capital.

    “Isso é um deboche com você (eleitor) que passa na cidade real, que não é a da propaganda dele (Nunes)”, afirmou.

    Nunes, no último minuto do debate sobre o tema, perguntou sobre manutenção de parcerias público-privadas no setor. E Boulos, em resposta, afirmou que “a única coisa que não vai manter é a corrupção” na área.

    Mobilidade

    Iniciando a discussão sobre mobilidade urbana, Boulos questionou Nunes sobre porque ainda não fez a Ponte Graúna-Gaivotas, na zona sul.

    “Faz quatro anos (de gestão) e você não fez, não tirou do papel. Agora, a cinco dias da eleição, assinou algo de um jeito eleitoreiro”, disse.

    Nunes, em resposta, afirmou que o projeto da ponte só dependia de uma licença ambiental para ter as obras tocadas — o que, agora, saiu.

    “O projeto já está feito, a licitação está feita… Ele (Boulos) quis nadar em cima das minhas obras”, afirmou Nunes, fazendo um sinal de negativo com as mãos.

    Boulos, na sequência, criticou os atrasos na construção da ponte e também falou sobre diminuição no número de viagens no transporte público municipal.

    “As empresas reduziram em 20% as viagens. Você, que está em casa, sabe do que estou falando: ônibus demorando mais e mais lotados”, declarou.

    Nunes questionou se Boulos acabaria com o subsídio ao transporte público — o que ele negou — e defendeu sua gestão no aspecto da tarifa nos ônibus.

    “Se não fosse o subsídio, a gente não teria a tarifa como ela está hoje (congelada), e sim a R$ 11,20”, disse.

    O candidato do PSOL, se dirigindo ao eleitor, disse que Nunes vive na “Ricardolândia” ao falar sobre sua gestão.

    “O que ele não fez, ele diz que está fazendo — o que não está. É uma coisa grave”, afirmou Boulos.

    Nunes, ao ser perguntado sobre a duplicação da Estrada do M’Boi Mirim (também na zona sul), disse que contou com a parceria do governo do estado para iniciar as obras.

    “Vai sair agora, sim. Quem fez e quem sabe fazer gestão é quem vai dar continuidade”, afirmou, se referindo a si.

    Nos seus últimos segundos, Nunes falou sobre seu projeto de criar um VLT no Centro Histórico. E Boulos, em resposta, disse contar com parcerias com o governo federal na área de mobilidade se eleito prefeito.

    Considerações finais

    Em sua fala final, Nunes relembrou sua carreira como empresário, disse que São Paulo hoje é uma cidade “com as suas finanças em dia” e se colocou como um político experiente para o cargo.

    “Estamos batendo recordes de investimento, vou entregar mais de 8 mil obras… A gente tem muita coisa para fazer, muita coisa. Mas eu estou com muita energia e muita vontade de continuar esses quatro anos para a gente poder avançar”, declarou.

    Já Boulos, na sequência, disse que a “cidade real” não é a que Nunes diz em declarações, citou a sua vice — a ex-prefeita Marta Suplicy, do PT — como parte de um “time extremamente qualificado” que montou e se apresentou como o candidato de quem “acredita na mudança”.

    “Não vote com medo. Não vote em alguém que tenta se vender que é o menos pior, alguém que teve a chance e não fez. Eu estou pedindo para você, humildemente, olhando no seu olho, uma chance”, afirmou.

    Apuração

    CNN acompanha, em tempo real, a apuração dos votos em todas as 51 cidades do Brasil que disputam o segundo turno neste domingo (27).

    Em São Paulo, a contagem dos votos pode ser acompanhada clicando neste link.

    51 cidades terão 2° turno no país; saiba quais são

     

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