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    “Somos tão poucas na participação política”, diz Cármen Lúcia após nenhuma prefeita ser eleita no 1º turno

    Presidente do TSE lamentou que, apesar de as mulheres representarem mais da metade do eleitorado, a baixa representatividade feminina ainda persista

    João Rosada CNN

    A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, lamentou o fato de que nenhuma mulher foi eleita no primeiro turno das eleições municipais. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa neste domingo (6), após o término do pleito.

    “Fico triste em ver que, em uma sociedade onde mais de 52% do eleitorado e da população brasileira são compostos por mulheres, ainda somos tão poucas no cenário da participação política”, afirmou a ministra.

    Cármen Lúcia também destacou que, apesar das campanhas promovidas pelo TSE para aumentar a representatividade feminina na política, o resultado do primeiro turno refletiu essa diferença, com nenhuma mulher eleita.

    “Acho muito triste que mesmo com todas as campanhas que são feitas, um movimento para que tenha efetividade dos direitos, mas a despeito disso ainda temos uma situação em que no primeiro turno nenhuma mulher é eleita”, complementou.

    A ministra também destacou que o desvalor atribuído às mulheres visa justamente impedir que elas tenham a oportunidade de exercer seus direitos em igualdade de condições.

    “O desvalor que se atribui a nós, mulheres, é exatamente para que a gente não tenha a possibilidade de, em igualdade de condições, exercer os mesmos direitos que seriam de parceria, de conjugação, de humanidades, e não de busca de poder pelo poder, até porque ele não traz muita coisa”, finalizou a ministra.

    Nenhuma mulher eleita

    Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que nenhuma mulher foi eleita para o cargo de prefeita no primeiro turno das eleições municipais em capitais brasileiras. Contudo, sete mulheres seguem na disputa nas capitais que terão segundo turno.

    Campo Grande (MS) é a única capital que terá duas mulheres na disputa pela prefeitura: Adriane Lopes (PP), que recebeu 31,67% dos votos no primeiro turno, e Rose Modesto (União), que teve 29,56% dos votos.

    As demais capitais que terão candidatas mulheres na disputa ao segundo turno são:

    Curitiba (PR):

    • Eduardo Pimentel (PSD), com 33,51% dos votos
    • Cristina Graeml (PMB), com 31,17% dos votos

    Porto Alegre (RS):

    • Sebastião Melo (MDB), com 49,72% dos votos
    • Maria do Rosário (PT), com 26,28% dos votos

    Aracaju (SE):

    • Emília Correa (PL), com 41,62% dos votos
    • Luiz Roberto (PDT), com 23,86% dos votos

    Natal (RN):

    • Paulinho Freire (União), com 44,08% dos votos
    • Natália Bonavides (PT), com 28,45% dos votos

    Campo Grande (MS):

    • Adriane Lopes (PP), com 31,67% dos votos
    • Rose Modesto (União), com 29,56% dos votos

    Palmas (TO):

    • Janad Valcari (PL), com 39,22% dos votos
    • Eduardo Siqueira (Podemos), com 32,42% dos votos

    Porto Velho (RO):

    • Mariana Carvalho (União), com 44,53% dos votos
    • Léo (Podemos), com 25,65% dos votos

    Em 2020, apenas uma mulher foi eleita para a prefeitura de uma capital: Cinthia Ribeiro (PSDB), escolhida para a Prefeitura de Palmas (Tocantins).

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