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    Enchente e troca de ataques dominam debate da Globo em Porto Alegre

    Sebastião Melo e Maria do Rosário se encontraram nesta sexta-feira (25) para o último debate do segundo turno

    Gabriela VasquesCamila Santoscolaboração para a CNN , São Paulo e Porto Alegre

    Os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT)

    voltaram a trocar ataques sobre as enchentes que atingiram a cidade na noite desta sexta-feira (25), no último debate antes do segundo turno, que ocorre no próximo domingo (27).

    Educação e troca de farpas

    Maria do Rosário começou a primeira rodada com tema livre do encontro na RBS TV, afiliada da TV Globo. “Buscamos dar voz às pessoas”, disse a candidata ao lembrar das dificuldades na educação e na saúde que a população enfrenta na cidade. Ela também destacou as enchentes que aconteceram no primeiro semestre no Rio Grande do Sul.

    “O senhor concorda, o senhor acha que a cidade piorou”, questionou Rosário ao concorrente Melo, que busca a reeleição.

    Melo afirmou que há problemas na cidade, mas que “a questão da educação vai ser prioridade no novo mandato”. Ele também afirmou que a educação não é um problema só da cidade de Porto Alegre, mas que todo o Brasil enfrenta há anos.

    “A responsabilidade da educação é sua”, respondeu Rosário. Ela também afirmou que a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) piorou na cidade durante o governo de Melo.

    “O caminho para melhorar a educação é um pacto entre a sociedade, governo e professores”, rebateu Melo. O candidato também reconheceu que houve uma queda no Ideb durante o seu mandato.

    Os candidatos continuaram a conversa com troca de farpas, como aconteceu nos outros debates do segundo turno.

    “O senhor não fez creches novas”, afirmou Rosário sobre o governo de Melo.

    Melo retrucou “nós ampliamos as vagas… e vamos elevar o salário dos professores”. Ele completou dizendo que “como a senhora tá muito longe de Porto Alegre, a senhora tá em Brasília, não está vendo a cidade”, se referiu Melo ao cargo de deputada federal que Rosário ocupa.

    “Eu moro aqui e trabalho em Brasília e não falto em serviço”, afirmou Rosário. Ela completou acusando Melo de não dialogar com o Governo Federal.

    “Eu sou um prefeito de diálogo, eu não sou radical”, devolveu Melo.

    Os dois terminaram a primeira rodada com troca de acusações e falando que é necessário debater as questões da capital gaúcha. Eles voltaram a citar o desastre ambiental que alagou a cidade.

    Passe livre, saúde e negacionismo

    Melo começou o segundo bloco do encontro e escolheu debater sobre Mobilidade urbana.

    Rosário afirmou que Melo tirou benefícios importantes do transporte público de Porto Alegre. “Tenho palavra, não prometo coisas ao vento como você”, afirmou Rosário.

    “Para manter uma passagem a R$ 4,80 por três anos eu tive coragem”, rebateu Melo sobre o preço da passagem em Porto Alegre.

    Rosário pediu uma avaliação do candidato Melo sobre o transporte público atual na cidade.

    Melo afirmou que “quem tem que dar nota zero ou dez para um governo é a população”.

    “A minha proposta é colocar passe livre estudantil”, rebateu Rosário sobre as suas propostas para a mobilidade urbana da capital gaúcha.

    Na segunda parte do bloco, a candidata do PT resolveu falar sobre saúde. “Nós somos a capital que mais pessoas morrem por câncer de mama, por que o senhor não resolve o problema da fila pelo exame”, questionou Rosário destacando que os dois candidatos traziam o símbolo (laço rosa) do alerta do câncer de mama nas roupas.

    “O ano passado nós zeramos a fila do câncer de mama”, afirmou Melo. E ele também disse que se compromete a acabar com a atual fila até o final do ano. Melo também fez um apelo para que as mulheres procurem o posto de saúde.

    “Eu vou chamar o Ministério da Saúde aqui para reorganizar todo o sistema de Porto Alegre”, rebateu Rosário. Além de trazer outras propostas de trabalho para a cidade junto ao governo federal.

    “Nós estamos sem vacina de Covid-19 para as crianças desde julho”, afirmou Melo e questionou a candidata do PT, perguntando o por que o governo não direcionou vacinas à cidade.

    “Agora o senhor está pedindo vacina, mas na pandemia você pediu cloroquina”, afirmou Rosário. Ela também disse que pode sim, pedir vacinas para Porto Alegre.

    Alagamentos na cidade

    Melo iniciou o terceiro bloco falando de obras de infraestrutura para Porto Alegre. “Se a senhora for eleita quais são suas propostas para a infraestrutura da cidade”, perguntou o candidato.

    “80 mil famílias estão em áreas de risco na cidade de Porto Alegre”, disse Rosário. E afirmou que a sua prioridade é trabalhar para essas pessoas. Além disso, ela também quer olhar para a cidade como um todo e fazer obras para prevenir futuros alagamentos.

    “A gente podia encerrar agora”, disse Melo. Após, Rosário afirma que o que está bom no governo ela irá manter.

    “O que o senhor começou a fazer agora é porque você levou a cidade ao caos”, afirmou Rosário sobre as enchentes em Porto Alegre. “Por que o senhor não fez antes”, se referindo a tragédia.

    “Água não tem ideologia e nem partido político… Porto Alegre foi uma das cidades que mais rapidamente limpou”, rebateu Melo. Ele também citou outros projetos que fez para ajudar a população após as enchentes.

    “Eu vou fazer o básico bem feito”, afirmou Rosário sobre o sistema de proteção de cheia. Além disso, ela citou obras do atual governo, que pioraram o escoamento de água na cidade. “Obra é coisa que o povo tem que estar de olho”, afirmou a candidata do PT.

    Melo acusou governos antigos pela falta de proteção a desastres ambientais na cidade. “O PT governou a cidade por 16 anos e eu pergunto à senhora se foi feito alguma mudança no sistema de cheias.”

    Rosário disse que “ele não fez a proteção da sua casa”, se referindo as casas da população, e completou dizendo que o atual prefeito tinha avisos sobre a questão das chuvas. Ela também acusou que a cidade está suja na atual gestão.

    “A limpeza da cidade é uma aliança que começa dentro de casa”, afirmou Melo se referindo as acusações de que Porto Alegre está com acúmulo de lixo. E finalizou o bloco comentando que tem feito um trabalho de conscientização com a população.

    Ideb e dinheiro público

    No último bloco, Rosário escolheu discutir sobre educação. “Qual é o seu erro mais grave na educação?”, Rosário perguntou para Melo. Os dois voltaram a falar do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Porto Alegre.

    “Uma das razões do Ideb baixo é por causa do governo do PT”, retrucou Melo. E disse que reconhece o índice ruim e que quer enfrentar o problema.

    Ela retrucou dizendo que as proposta dela vêm de sua base como professora e que levará segurança para as escolas.

    Melo retrucou dizendo que o governo do PT em Porto Alegre aprovava as crianças sem saberem ler e escrever. Ele afirmou que o seu governo levou internet para todas as escolas públicas.

    Melo afirmou que uma forma de melhorar o índice da educação em Porto Alegre é premiar as escolas. “É bom premiar a escola, seja os professores, seja a escola, porque eu acho que também é uma disputa saudável, de escola para escola”, afirmou o candidato do MDB.

    Rosário discorda e diz que para melhorar “de verdade, é necessário fazer o que precisa, valorizar o aluno e fazer o turno integral, dando café da manhã, comida quentinha, criança na escola”, afirmou Rosário.

    Os candidatos também discutiram uma questão que Rosário viu nas ruas e trouxe ao debate, a falta de gás em escolas municipais – que foi vista pela candidata em um cartaz na porta de uma escola. Melo retrucou que essa acusação era mentirosa. Rosário, afirmou que funcionárias publicas não mentiriam e que muitas vezes diretoras e professores tiram do próprio bolso para investir em escolas.

    Melo decidiu como último assunto do debate discutir finanças públicas.

    “Eu não vou aumentar os impostos”, afirmou Rosário. E disse que irá trabalhar para fazer a máquina pública funcionar.

    “Nós assumimos a prefeitura em uma crise sanitária”, afirmou Melo sobre a pandemia. Ele também disse que muitos empresários não quebraram graças ao governo. “Vamos deixar a prefeitura mais leve”, completou Melo.

    Rosário acusou o adversário de mentiras e disse que a atual gestão não ajudou os empreendedores da cidade.

    “O senhor sabe, quando o PT governa o imposto aumenta”, disse Melo. Ele também acusou Rosário por votar a favor da reforma tributária, que ele diz ser um crítico.

    “O que você está dizendo é mentira”, se defendeu Rosário. E com trocas de acusações e mentiras os candidatos finalizaram o debate.

    Considerações Finais

    Sebastião Melo

    “O segundo turno é o momento de você comparar biografias, de onde vem o dinheiro e projetos. E acho que nessa eleição tem muita facilidade para o eleitor decidir”, disse Sebastião Melo em suas considerações finais. Ele lembrou que o seu governo enfrentou a pandemia, enchentes e outros grandes desafios.

    Maria do Rosário

    “Nós fizemos uma campanha para chegar nos bairros, nas comunidades e dar voz às pessoas que precisavam falar que a cidade pode melhorar”, iniciou Rosário em suas considerações finais. Ela também fez um apelo às mulheres da cidade que querem uma mudança.

    Apuração

    CNN acompanha, em tempo real, a apuração dos votos em todas as 51 cidades do Brasil que disputam o segundo turno neste domingo (27).

    Em Porto Alegre, a contagem dos votos pode ser acompanhada clicando neste link.

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