Nunes e Boulos divergem sobre privatizações e segurança pública em debate da Globo
Candidatos circularam livremente pelo cenário durante todo o tempo e tiveram dez minutos de fala, com tema livre


O primeiro bloco do debate da TV Globo para a Prefeitura de São Paulo entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) foi marcado por discussões sobre privatizações, vacinação na pandemia de Covid-19 e segurança pública.
O encontro desta sexta-feira (25) foi o último antes do segundo turno, que acontece no próximo domingo (27).
Os candidatos circularam livremente pelo cenário durante todo o tempo. O primeiro bloco foi de tema livre, com cada candidato tendo dez minutos de fala.
Veja como foi:
Aumento de pena para criminosos
O primeiro a falar foi Nunes, escolhido por sorteio. Sua primeira pergunta para Boulos foi sobre segurança pública, em que questionou por que ele não foi favorável ao projeto de aumento de pena para criminosos na Câmara dos Deputados.
O deputado federal disse que não votou porque não estava na sessão, por ter ido em uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu não votei nesse projeto porque nesse momento não estava na sessão, não foi só nesse que não votei, não votei em outros na mesma sessão. Nesse momento eu tava numa reunião no Palácio do Planalto com o presidente Lula. O esclarecimento já foi dado”, disse o candidato do PSOL.
Posteriormente, Boulos mudou de assunto e citou que se mudou do centro, onde nasceu, para o Campo Limpo, na zona sul, “por uma escolha de vida” e para aprender mais com a população. Em sua opinião, as pessoas querem mudança e que está preparado para governar a cidade.
Nunes lamentou Boulos não ter respondido sua pergunta sobre o aumento de pena e disse “ser lamentável uma situação dessa”.
Privatizações
Na sequência, o candidato do PSOL questionou o prefeito sobre a privatização dos cemitérios e perguntou quanto custava para fazer uma oração numa capela dos locais. Ainda citou a Enel e a Sabesp, como exemplo de serviços concedidos à iniciativa privada.
Sobre o serviço funerário, o prefeito afirmou ser um dos piores da cidade enquanto era estatal. Ainda declarou que a tabela de preços da concessão é de 2019 e que todos que estão no CadÚnico têm atendimento gratuito e que há desconto de 25% para outras pessoas de baixa renda.
Já em relação à privatização da Sabesp, afirmou ser fundamental para universalizar o saneamento básico na cidade.
Boulos, voltou a perguntar sobre a oração numa capela e disse custar R$ 580. E questionou Nunes se ele tinha se arrependido por optar pela privatização.
“Teve um caso inclusive lá em São Miguel de uma família que teve que fazer a oração de corpo presente na calçada do cemitério porque não tinha dinheiro para pagar a capela”, afirmou o candidato do PSOL.
Para o prefeito, a concessão “é importante” e tem “um contrato rígido”. Ele ainda citou a privatização do Anhembi, “que gera emprego e renda”, e também a do Parque do Ibirapuera, afirmando que a prefeitura “não gasta nada” e ainda continua público.
“É assim que precisa governar, enxugando a máquina”, disse Nunes.
Segurança pública
O próximo tema abordado por Nunes foi o SmartSampa, e disse que o PSOL foi contrário ao sistema de câmeras na cidade.
“Eu fiz o Smart Sampa, que é essa colocação das câmeras para combater a criminalidade. O PSOL entrou com ação judicial contra. Se você ganhar a eleição, você vai acabar com o Smart Sampa?”, questionou o candidato à reeleição pelo MDB.
O candidato do PSOL disse que não apenas seu partido foi contrário, mas também o Ministério Público pelo programa ter problemas. E, que agora com a liberação, ampliará o programa.
“Não foi só o PSOL, o Ministério Público entrou, até porque a empresa que você contratou, como em vários outros casos, tinha histórico de corrupção, de suspeitas, que é uma constante na sua gestão, é uma coisa impressionante. O Ministério Público barrou isso, e depois quando você corrigiu, fez as coisas direitinho como deveria ter feito desde o começo, foi liberado”, afirmou o candidato do PSOL.
Liberação de drogas
Questionado por Nunes se era favorável à liberação de drogas, Boulos disse querer diferenciar traficante dos usuários.
Os traficantes são caso de polícia e os usuários não deveriam ser presos, mas, sim, tratados, defendeu o candidato do PSOL.
O prefeito disse querer defender “o que está previsto na lei” e que Boulos sempre defendeu o aborto, a descriminalização de drogas e o fim da Polícia Militar.
“Eu fico impressionado” e “quem tem duas caras é você”, disse Boulos, após ser questionado por Nunes por mudar seus posicionamentos no período eleitoral.
Vacinação na pandemia
A Covid-19 e a vacinação também foram tema do debate. Boulos trouxe uma fala de Nunes, em que ele teria dito que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria feito tudo certo na pandemia.
O prefeito, por sua vez, afirmou que a cidade de São Paulo se tornou a “capital mundial da vacinação”. E, que, neste ano, faltou a vacina contra a dengue.
Boulos insistiu no tema e disse que subiria em sua rede social um vídeo em que Nunes falava sobre Bolsonaro na pandemia.
Já o prefeito, afirmou que a vacina que ambos tomaram foi comprada pelo ex-presidente.
Fuzis da GCM
Em seguida, Nunes perguntou para Boulos se ele tiraria os fuzis da Guarda Civil Municipal (GCM).
Boulos afirmou que os armamentos nunca foram usados pelos agentes da corporação.
Apuração
O segundo turno acontece no domingo (27). Você poderá acompanhar a apuração pelo site da CNN, inclusive em uma página específica para a cidade.