PMB expulsa irmãos Weintraub e confirma apoio a Boulos para a Prefeitura de SP
Weintraub chegou a manifestar que tentaria entrar na disputa pela Prefeitura de São Paulo como candidato independente
O PMB oficializou o apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo nesta terça-feira, 6, após deliberação do diretório municipal do partido.
A sigla ainda pediu a expulsão do ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) Abraham Weintraub, que tentava se lançar ao pleito pela legenda, e de seu irmão Arthur Weintraub.
O presidente municipal da legenda, Rodrigo Fazito, afirmou que houve uma discussão interna após Suêd Haidar, presidente do diretório nacional, selar aliança com o psolista em evento no último mês.
“Foi um marco para gente e, justamente, houve uma discussão interna no PMB”, diz Fazito.
Parte da sigla defendia o apoio a Tabata Amaral (PSB). A deliberação, que contou com discussões e pedidos de recontagem dos votos, terminou com 55 votos favoráveis a Boulos contra 33 para Tabata. “A gente achou melhor investir na campanha da majoritária e abrir mão dos vereadores”, afirmou o presidente municipal.
Weintraub vai de pré-candidato a pedido de expulsão
Abraham Weintraub chegou a manifestar que tentaria entrar na disputa pela Prefeitura de São Paulo, como candidato independente, após a legenda não protocolar sua candidatura, lançada previamente nas redes sociais em março deste ano, sem o apoio do Partido da Mulher Brasileira (PMB).
Fazito afirmou que a decisão de protocolar o apoio junto à expulsão serve para não causar nenhum “desconforto relacionado aos ataques que Weintraub fez a Boulos no passado”.
O presidente do PMB ainda criticou as candidaturas do ex-ministro e de seu irmão Arthur Weintraub (PMB) ao cargo de deputado federal em 2022, afirmando ter sido um “erro”. Os dois receberam 3.501 e 3.502 votos respectivamente e não foram eleitos.
“As candidaturas tiraram vagas de duas pessoas do nosso partido […] O PMB não compactua com extremidades. Nós não somos extremos. A gente aqui é um partido da composição, da democracia e da paz”, disse Fazito.
O ex-ministro, por sua vez, afirma que entrará na Justiça para poder concorrer às eleições municipais como candidato independente (sem partido).
“Se o Supremo Tribunal Federal negar, a gente vai recorrer no exterior, porque eu sou cidadão europeu e isso vai ferir um direito pessoal meu, e o responsável por isso vai ter que arcar com as consequências legais no exterior”, afirmou Weintraub.
Segundo o 14º artigo da Constituição Federal, não são permitidas candidaturas de políticos sem ligação com partidos.
O advogado Alberto Rollo, especialista em Direito Eleitoral, explica que o ex-ministro possui o direito de tentar uma oficialização, porém somente os filiados escolhidos em convenção partidária podem concorrer a cargos eletivos.
“Muitos outros já tentaram recorrer, mas até o momento não há registros de decisões favoráveis”, diz Rollo. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal veda a possibilidade de haver candidaturas independentes.
Em seu canal no Youtube, o ex-ministro divulgou o plano de governo com propostas que incluem a redução do número de secretarias e investimentos em segurança pública.
Segundo ele, Carlão Reaça (PMB) seria seu vice na chapa. “O PMB é um CNPJ que tem como objetivo eleger pessoas”, disse Weintraub em vídeo, criticando o apoio da sigla a Boulos.
Weintraub pretende argumentar que o PMB apoia candidatos diversos como Boulos e Cristina Graeml (PMB), candidata à Prefeitura de Curitiba, considerada por ele de extrema direita.
À CNN, Weintraub afirmou que não foi contatado pelo partido e que irá entrar com um processo contra o responsável pelo seu pedido de expulsão. “O estatuto do partido não prevê expulsão sem razão, nunca fui condenado na Justiça nem civil ne criminal nem lugar nenhum. Não existe uma suspeita de corrupção ao meu respeito”, pontuou o ex-ministro.
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