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    Partidos com Lula contra Bolsonaro em 2022 migram para Nunes contra Boulos em SP

    Chapa do atual prefeito conta com Solidariedade, Avante e Agir, que estiveram na coligação petista em 2022

    Douglas Portoda CNN São Paulo

    Agora nas eleições de 2024 em São Paulo, partidos que estavam na coligação que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 resolveram ficar do lado oposto ao petista.

    Solidariedade, Avante e Agir anunciaram apoio à candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Com isso, as siglas ficaram contra Guilherme Boulos (PSOL), apoiado por Lula, que indicou a candidata a vice, Marta Suplicy (PT).

    Também estão com Nunes, além do MDB: PL, PP, PSD, Podemos, Republicanos, PRD, Mobiliza e União Brasil.

    Apoiando Boulos, junto da federação PSOL/Rede, estão: a federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), PDT e PMB.

    Além dos três partidos, a coligação do PT em 2022 contava com o Pros (incorporado pelo Solidariedade em 2022), a federação PSOL/Rede, PCdoB, PV, e o PSB.

    Desses, o PSB também não estará com Boulos, já que anunciou a candidatura puro-sangue de Tabata Amaral e Lúcia França.

    França foi vice de Fernando Haddad (PT) ao governo paulista em 2022, e recebeu 44,73% dos votos válidos no segundo turno. Os dois foram derrotados pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que teve 55,27%.

    Para o cientista político Marco Teixeira, professor do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as eleições municipais e federais unem e separam aliados.

    Em sua opinião, os partidos menores, ao apoiar Nunes, estão mirando no “objetivo de buscar candidaturas com força, que promovam alguma viabilidade eleitoral, ao menos para eleger vereadores”.

    No caso de Tabata, o PSB optou pelo lançamento de sua candidatura porque “era o nome que tem viabilidade eleitoral e pode dar ao PSB vida política” numa cidade como São Paulo, analisa Teixeira. Atualmente, o partido tem dois dos 55 vereadores na capital: Jussara Basso e Eliseu Gabriel.

    Solidariedade contra a extrema esquerda

    O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, afirmou à CNN que o partido não concorda em seguir o caminho de esquerda e extrema esquerda, e, por isso, não participará de coligações onde o PT esteja.

    “O Solidariedade não apoia o PT em nenhum lugar do Brasil. Estamos orientando nossos de comissões de diretórios municipais a não mais coligar com PT. Então, nós traçamos um outro caminho, não concordamos mais de seguir esse caminho de esquerda de extrema esquerda”, disse Paulinho.

    Segundo o deputado federal, Lula não cumpriu suas promessas com o Solidadriedade feitas durante a eleição de 2022. Ainda citou que não concorda com as ações da terceira administração do petista.

    “Nós não estamos concordando com essa política complicada que o governo está fazendo, com relação à política econômica, aumento de taxas, aumento de impostos, não estamos concordando que a política externa do governo quando há uma eleição fraudada como na Venezuela”, prosseguiu. 

    Agora, o Solidariedade resolveu traçar um caminho entre o centro e a centro esquerda, que na opinião de Paulinho, seria “uma coisa pacífica para a gente sair dessa polarização”. E, a partir desse novo posicionamento, aconteceu o apoio a Nunes.

    “Nunes não é o candidato do Bolsonaro”

    À CNN, Paulo Barbosa Pedreira, presidente do diretório paulistano do Avante, disse que não houve interesse do partido em apoiar Boulos.

    De acordo com Pedreira, Nunes não é um “candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)”, que o apoia oficialmente, mas, sim, “o candidato da população da capital de São Paulo”.

    “Uma cidade com as dimensões da cidade de São Paulo precisa ter continuidade no trabalho, principalmente quando a administração está sendo bem executada. Achamos quatro anos muito pouco para sanar os principais problemas de uma cidade tão grande, e para a conclusão de obras importantes”, explicou o presidente municipal.

    Agir

    Procurado pela CNN, o diretório municipal do Agir não se manifestou.

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