Mesmo após gravação, Bolsonaro reforça à CNN apoio à candidatura de Ramagem

O ex-presidente Jair Bolsonaro reforçou à CNN nesta sexta-feira (12) apoio ao pré-candidato do PL no Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem.

Bolsonaro disse que estará no Rio de Janeiro na próxima semana e que estará ao lado de Ramagem.

“Estarei no Rio de quinta a sábado da próxima semana. O Ramagem estará comigo”, afirmou.

Desde a quinta-feira (11), a cúpula nacional do PL tem acompanhado os desdobramentos de uma investigação da Polícia Federal sobre a chamada “Abin Paralela”.

Trechos do relatório força policial, cujo sigilo foi derrubado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), apontam a existência de um áudio “possivelmente gravado por Alexandre Ramagem”, então no comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

O áudio seria de uma reunião, promovida em 2020, para tratar, segundo as investigações, de “supostas irregularidades cometidas pelos auditores da Receita Federal”.

No encontro, estavam Bolsonaro, Ramagem, o general da reserva Augusto Heleno e uma “possivelmente advogada de Flávio Bolsonaro”. A Policia Federal ressalta que o objetivo era tentar anular investigação relacionada a Flávio.

Segundo dirigentes do partido, Bolsonaro não sabia da gravação e não gostou de ter sido gravado sem a sua autorização.

Ainda assim, dizem dirigentes do partido, a possibilidade de uma mudança na candidatura do partido no Rio de Janeiro é remota.

A defesa de Ramagem é corroborada também pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que disse à CNN que o relatório às vésperas da eleição já era o esperado. “Nada muda no nosso planejamento”, disse.

Na quinta-feira (18), Bolsonaro participará de um evento na Praça Saenz Peña, no Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

O que diz Alexandre Ramagem

Nas redes sociais, Ramagem criticou a operação da PF e se defendeu no caso envolvendo o senador.

“Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”, começou.

Sobre o software First Mile, que teria sido utilizado pela organização para espionagem ilegal, de acordo com a investigação, Ramagem diz que a “aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possível desvio de uso para corregedoria”.

“A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin.”

Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas.

O tal do sistema first mile, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado.

A aquisição foi…

— Delegado Ramagem (@delegadoramagem) July 12, 2024

Já em relação ao caso do filho do ex-presidente, o deputado diz que “não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial”.

“A PGR não foi favorável às prisões da operação, mas a Justiça desconsiderou a manifestação”, continuou.

Segundo ele, a menção ao áudio “só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional”.

“Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa”, continuou.

Em relação às eleições municipais, Ramagem ratificou sua intenção de concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro. “No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro”, disse.