Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Debate em BH é marcado por discussões sobre infraestrutura da cidade e troca de acusações

    Bruno Engler e Fuad Noman se enfrentaram nesta quinta-feira (24) no primeiro embate do segundo turno na capital mineira

    Renata Souzada CNNLeticia Martinscolaboração para a CNN , São Paulo

    Os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD), se enfrentaram nesta quinta-feira (24) no primeiro debate do segundo turno na capital mineira. O embate foi promovido pela Rádio Itatiaia.

    Os eleitores voltam às urnas no próximo domingo (27) para decidir quem será o novo prefeito de Belo Horizonte.

    Segurança de alunos e infraestrutura da cidade

    O candidato Bruno Engler começou fazendo uma pergunta sobre a segurança de alunos nas escolas e sobre a ausência de emissão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) em algumas unidades de ensino da capital.

    “Primeiro lugar, acho que é preciso inverter a ordem: já tem 40% protegido”, começou o atual prefeito. Segundo ele, apesar do AVCB, “todas as medidas de proteção” estão sendo tomadas pela gestão.

    A educação de Belo Horizonte está tudo funcionando bem, as crianças estão sendo bem cuidadas, bem alimentadas, as professoras são cuidadosas.

    Fuad Noman

    “O prefeito disse que é bom, que é satisfatório, 40%, menos da metade tem AVCB. As nossas crianças estão em risco”, respondeu Engler na réplica.

    Na sequência, Fuad questionou o adversário sobre a situação de vilas e favelas no município.

    A gente precisa de muita infraestrutura em vilas e favelas. A gente precisa de infraestrutura de saneamento básico, a gente precisa de infraestrutura de lazer.

    Bruno Engler

    “No meu governo, de fato, a gente vai dar atenção a essas pautas. A gente não vai ficar fazendo obras de maquiagem que não mudam nada na vida das pessoas”, acrescentou o candidato do PL, sobre uma eventual gestão.

    “Eu não sei qual cidade é essa que você está falando que está tudo largado”, respondeu Fuad, citando ações da Prefeitura, como a instalação de internet gratuita e ações de zeladoria.

    Ainda no primeiro bloco, Engler perguntou ao adversário sobre investigações de um processo da gestão de Alexandre Kalil, da qual Fuad foi vice-prefeito.

    “Você deve ter observado que não fala nada do nome do prefeito (Fuad). Sabe por quê? Porque o prefeito não tem nada com isso”, respondeu Fuad. “Se o Kalil cometeu irregularidade, que ele vá responder pelo Ministério Público. Eu nunca compactuei com coisa errada”, acrescentou o candidato do PSD.

    Dando continuidade ao bloco, Fuad questionou Engler sobre o enfrentamento às enchentes.

    Criticando a gestão do oponente, Engler afirmou que, se eleito, vai “concluir as obras de infraestrutura de chuva, concluir as bacias de contenção para aumentar sua capacidade de armazenamento”. “E a gente vai também buscar outras soluções, soluções inteligentes”, complementou o candidato do PL. 

    “Eu tenho muita preocupação mesmo com uma pessoa, que não conhece o que está acontecendo na cidade falar, que vai concluir”, disse Fuad.

    Ao final do bloco, Engler ainda questionou Fuad sobre “politicagem” e cargos comissionados no gabinete do atual prefeito. Fuad respondeu dizendo que acredita que “está funcionando tranquilo, sem excesso de pessoas”.

    Na vez do candidato à reeleição, Fuad perguntou ao adversário sobre atividade de mineração na Serra do Curral e proteção ao meio ambiente. “Na minha gestão, nós vamos respeitar a lei. Existe um projeto estadual de tombamento da Serra do Curral. Se o governo do Estado tombar a Serra do Curral, nós vamos respeitar”, afirmou Engler.

    Perguntas de moradores

    No segundo bloco, os candidatos responderam perguntas gravadas por moradores de Belo Horizonte.

    Ao ser questionado sobre cuidado com o meio ambiente e combate às atividades de mineração, Fuad afirmou que a gestão dele “tem feito muito pelo meio ambiente”. “Temos trabalhado, primeiro, na plantação de árvores”, acrescentou. O candidato ainda falou sobre não “combater a natureza”, mas abrir espaço para ela. 

    Na sequência, Engler respondeu a uma pergunta sobre a revitalização de parques na capital mineira. “De fato, os parques de Belo Horizonte precisam de muito cuidado e muito carinho. Eles precisam ser valorizados”, disse Engler. “A gente tem que trabalhar essas áreas até para fomentar o turismo”, complementou o candidato do PL. 

    Na rodada seguinte, Fuad foi questionado sobre o aumento do número de creches na cidade.

    “Nós já fizemos um grande trabalho com as creches. Nesse último ano, já agregamos 2.500 vagas novas nas creches, mas nós sabemos que ainda é pouco”, respondeu o candidato à reeleição. O prefeito citou, como questões a serem resolvidas, a proximidade das creches às famílias e o aumento do período em que as crianças permanecem nas unidades. 

    Na vez de Engler, um morador de Belo Horizonte perguntou sobre a construção de banheiros públicos no município. “Nós vamos, sim, ampliar a construção de banheiros públicos nas áreas centrais de Belo Horizonte, que é importantíssimo, nos pontos turísticos, que hoje falta”, disse Engler, que classificou a ação como uma “política importante para a cidade”. 

    Respondendo a uma questão sobre a melhoria de equipamentos em hospitais públicos, Fuad afirmou que Belo Horizonte teria “um dos melhores serviços de saúde do Brasil”. “Mas eu sei que nós temos muita coisa para melhorar”, acrescentou o prefeito. Segundo ele, a gestão dele está trabalhando na construção de postos de saúde, na modernização de sistemas de informática, na construção de hospitais e maternidades, além da implementação de atendimento por teleconsulta. 

    Ao final do bloco, Engler foi questionado sobre como lidar com a questão dos comerciantes ambulantes — conhecidos popularmente como “camelôs. “A gente precisa respeitar todos aqueles que trabalham honestamente, mas a gente precisa de uma cidade que funcione, de uma cidade que tenha regulação”, afirmou Engler. Na avaliação dele, uma alternativa seria destinar áreas específicas para esse tipo de comércio.

    Vacinas, crianças atípicas e fila de cirurgias

    O candidato Bruno Engler abriu o bloco questionando Fuad sobre o orçamento apresentado pelo atual prefeito. Segundo o candidato do PL, o orçamento apresentado seria “deficitário”.

    “Mais um erro do candidato, nós apresentamos – à Câmara dos Vereadores – um orçamento equilibrado”, respondeu o candidato à reeleição. “Esse ano nós vamos dar superávit novamente”, acrescentou o prefeito, dizendo ainda que o “dinheiro da população” teria sido gasto “em serviços públicos”.

    “Ele não apresentou um orçamento equilibrado. Ele apresentou um orçamento com 19.6 bi de arrecadação e 19.8 de gasto”, rebateu Engler, na réplica.

    Na sequência do bloco, Fuad deveria questionar Engler sobre o “maior problema da cidade”. O atual prefeito perguntou, então, sobre o anel rodoviário no município.

    “A gente precisa das intervenções, o senhor prometeu as intervenções para esse ano, não entregou e agora pede mais um voto de confiança”, disse Engler. “A gente precisa de ampliação de viadutos, porque geram gargalos, geram engarrafamentos, que geram acidentes”, acrescentou o candidato.

    Fuad respondeu às críticas dizendo que “o anel rodoviário é do DNIT”. “Nós estamos trabalhando incessantemente para trazer o anel para Belo Horizonte, para buscar recursos do governo federal para poder refazer o anel rodoviário”. 

    O próximo tema sorteado pelo mediador do debate foi “vacinas” e Engler questionou o adversário sobre a cobertura vacinal no município, que, segundo ele, estaria menor do que a média nacional.

    Na resposta, Fuad relembrou o posicionamento de Engler e aliados em relação à vacinação contra a Covid-19.

    Vacina é fundamental para as crianças, vacina é fundamental para todo mundo. E vocês negaram a vacina, vocês foram contra a vacina.

    Fuad Noman

    “Belo Horizonte aplicou o maior número de vacina, ele está enganado quando diz que é o pior modelo”, acrescentou o atual prefeito. 

    “O prefeito está nervoso e, quando ele fica nervoso, ele começa a mentir. Dizer que eu fiz projeto para proibir vacinação, isso é completamente absurdo. O presidente [Jair] Bolsonaro comprou as vacinas e as disponibilizou”, rebateu Engler.

    Ainda no terceiro bloco, Fuad Noman questionou Engler sobre o acolhimento de crianças diagnosticas com Transtorno do Espectro Autista nas escolas.

    O candidato do PL começou dizendo que queria desmentir uma notícia falsa, de que ele tiraria psicólogos e assistentes sociais das unidades escolares. Segundo ele, os profissionais seriam mantidos em uma eventual gestão, mas haveria contratação de especialistas.

    Nós vamos colocar um monitor especializado para cada criança atípica, porque, hoje, as pessoas que cuidam dessas crianças, não têm o conhecimento técnico para fazê-lo.

    Bruno Engler

    Na continuação do bloco, Engler perguntou a Fuad sobre mineração na Serra do Curral. E questionou o que ele chamou de “engenharia financeira” para esconder doação ao partido, reforçando a campanha.

    “Quem mais lutou pela Serra do Curral fui eu”, respondeu Fuad. “Lutei até agora quando, junto do Ministério Público, nós conseguimos acabar com isso. E nós vamos transformar aquilo em um grande parque”, acrescentou.

    “Com relação à doação, a doação do partido nacional pode ir para qualquer lugar do Brasil”, disse o candidato do PSD.

    Na réplica, Engler insistiu, afirmando que é necessário ter transparência.

    “Mais uma vez eu vou dizer para você, as contribuições da minha campanha são todas publicadas no TRE”, respondeu Fuad.

    No encerramento do bloco, o candidato à reeleição perguntou a Engler sobre a realização de cirurgias eletivas.

    “O tempo de espera, hoje, é muito demorado, é de meses, em muitos casos, até de anos”, respondeu. Segundo ele, em uma eventual gestão, uma alternativa seriam as parcerias com hospitais privados. 
     
    “Nós fizemos 96 mil cirurgias em dois anos, ou seja, estamos trabalhando”, respondeu Fuad sobre as críticas à fila de espera.

    No início do quarto bloco, dedicado às considerações finais, o candidato Bruno Engler teve o único direito de resposta do debate concedido.

    “Eu tive um direito de resposta por uma mentira contada ao meu respeito. Ele fala aí: ‘tem 32 processos de fake news’, isso e aquilo. Primeiro, que o número es errado e não são condenações, muitas vezes é inclusive o impulsionamento de uma crítica, uma crítica que é verdadeira e a Justiça Eleitoral entende que a gente não pode impulsionar”, disse Engler.

    Apuração

    CNN acompanha, em tempo real, a apuração dos votos em todas as 51 cidades do Brasil que disputam o segundo turno neste domingo (27).

    A cobertura completa relacionada às eleições municipais você confere clicando neste link.

    Tópicos