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    Crítica a trajetórias políticas e ataques à atual gestão marcam debate da Globo em BH

    Sete candidatos participaram do encontro a três dias do 1º turno da eleição

    Aline Fernandesda CNNCaio Tarciacolaboração para a CNNThomaz Albano , São Paulo

    O último debate para prefeito de Belo Horizonte antes do 1º turno das eleições de 2024 foi marcado por críticas à atuação política dos adversários, trocas de farpas e questionamentos quanto à atual gestão da capital mineira.

    O encontro foi realizado nesta quinta-feira (03) pela TV Globo Minas entre sete candidatos:

    Trajetórias políticas

    O primeiro bloco foi composto de perguntas com temas livres.

    Rogério Correia iniciou o debate perguntando a Mauro Tramonte sobre a atuação dele como deputado estadual.

    Foram questionadas faltas às sessões na Assembleia Legislativa e o voto a favor de aumento para o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

    Tramonte rebateu que “trabalho se mede por resultado” e citou leis de sua autoria que tratam sobre idosos e motociclistas, por exemplo.

    Segundo o candidato do Republicanos, “quem trata do pobre sou eu”.

    Fuad Noman perguntou a opinião de Duda Salabert sobre o que classificou como “iniciativas transfóbicas” por parte do deputado estadual Bruno Engler, como a restrição do uso de banheiros públicos por pessoas trans.

    A candidata do PDT afirmou que essas pautas são “projetos inconstitucionais apresentados como espantalho pra desviar a opinião pública”.

    Ela disse que quer discutir “problemas reais” como a questão da insegurança alimentar em Belo Horizonte. “Há que se garantir o prato de comida na mesa”, ela pontuou.

    A candidata questionou o período em que o atual prefeito serviu ao Exército durante a ditadura militar e citou as torturas ocorridas no período.

    Segundo Fuad, “se aconteceu, eu não participei, nunca vi”. “Nunca participei de um evento que pudesse ser de ditadura, nenhum ataque”, disse ainda.

    Ataques à atual gestão

    O principal alvo dos ataques foi o atual prefeito, Fuad Noman, que acusou os adversários de fazerem dobradinha para prejudicar a campanha dele.

    Ao ser questionado pela candidata do PDT sobre a dificuldade de atendimento na saúde pública em BH, o prefeito afirmou: “Vocês estão vendo como estou apanhando”.

    Ele disse ter visto o candidato Gabriel orientando a candidata Duda Salabert a fazer perguntas com a finalidade de prejudicá-lo.

    “Estão atacando a cidade de Belo Horizonte, a cidade não merece isso. Temos que respeitá-la”, afirmou.

    Outro tema recorrente nas críticas à administração municipal, a limpeza da Lagoa da Pampulha, foi retomado pelos candidatos Gabriel e Bruno Engler.

    O representante do MDB questionou: “Por que continua mantendo uma empresa que não limpa nada”?

    Segundo o candidato do PL, “a gestão prefere fazer o contrato dos amigos”.

    Embate sobre vacina

    O candidato Carlos Viana perguntou a Bruno Engler se ele se vacinou contra a Covid-19 ou se iria “criar um cartão falso como [o ex-presidente Jair] Bolsonaro”.

    “Eu falo com todas as letras, não tomei”, declarou Engler, que se disse a favor de o poder público disponibilizar as vacinas.

    O candidato do Podemos disse que o adversário “é de uma direita da Idade Média” e o criticou por morar na casa dos pais.

    Bruno Engler rebateu: “Você tem sido o papagaio da esquerda nos debates”.

    O representante do PL acusou Carlos Viana de ser “tão irrelevante na campanha eleitoral que virou assessor de Rogério Correia”.

    “Você está chamando de extremista muitos daqueles que te elegeram para senador”, ele declarou.

    Direita x esquerda

    Quando questionado por Rogério Correia, Bruno Engler afirmou que, se eleito, irá ter “um relacionamento institucional” com governo federal, “independente de quem estiver na cadeira”, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem com o governo Lula.

    “O telespectador vê que é um desequilibrado”, alfinetou o candidato do PT.

    “Quem tem fama de usar substância que rima com cloroquina não sou eu, é o senhor”, atacou Bruno Engler.

    Neste momento, a jornalista mediadora do debate pediu respeito e que os candidatos privilegiassem a troca de ideias.

    Ao ter um direito de resposta concedido, Rogério Correia disse que Bruno Engler estava “com inveja do Pablo Marçal [candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo]”. “Comigo não tem essa história de denúncia falsa, vai tomar processo”, ele completou.

    População de rua

    Ao longo do segundo bloco, os candidatos tiveram embates diretos sobre temas determinados pela organização do debate, como a população em situação de rua.

    O prefeito Fuad Noman disse que “morador de rua é uma questão extremamente delicada no mundo inteiro” e citou programas da gestão para qualificação de pessoas em situação de vulnerabilidade.

    O candidato Bruno Engler afirmou que a cidade que é mostrada na televisão é diferente da que se vê nas ruas.

    Segundo ele, “assim que assumir, vou fazer mapeamento amplo dos moradores, entender por que cada uma foi parar na rua”.

    Transportes

    O candidato Rogério Correia disse que, se for eleito, irá fazer novos contratos com empresas de ônibus na capital mineira. Ele citou que pretende contar com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da mobilidade urbana.

    Já Mauro Tramonte disse que vai “comprar os ônibus e entregar aos empresários” principalmente para atender os cidadãos mais humildes.

    Gabriel afirmou que irá “punir o empresário de ônibus que está sacaneando” a população. Ao comentar a chamada “caixa-preta da BHTrans”, ele disse: “Pela primeira vez eu encarei de frente os empresários de ônibus”.

    O representante do MDB acusou o prefeito de manter sua campanha com dinheiro de empresários do setor.

    No direito de resposta, Fuad Noman disse que “tem uma história limpa”. “Ele [Gabriel] fez uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] e não apurou nada”, completou.

    Educação e cultura

    O candidato Mauro Tramonte criticou a atuação da prefeitura na área da educação e a troca de secretários por cinco vezes em um período de dois anos.

    “Tem creche pronta há um ano que a prefeitura não credencia”, segundo ele.

    Fuad Noman rebateu: “Belo Horizonte é referência em Educação Infantil”, disse.

    Ao comentar o projeto que tem para o Parque das Mangabeiras, Carlos Viana disse: “Quero centralizar a cultura dentro de um grande projeto que eu tenho de trazer mais turistas para Belo Horizonte”.

    Já a candidata Duda Salabert afirmou: “Vamos triplicar [o orçamento em cultura]”. Ela também declarou que irá valorizar o Carnaval e dar isenção fiscal a bares e restaurantes.

    “Gosto muito de Carnaval, sou folião, você vai me ver no meio dos blocos”, comentou o candidato Gabriel a respeito do tema.

    Saúde

    “Belo Horizonte está ficando para trás” na questão da saúde, afirmou Carlos Viana.

    “Contratamos os médicos e depois de 90 dias eles vão embora, sabe por quê? Condições de trabalho”, ele disse.

    Segundo o candidato, “as pessoas começam a quebrar as coisas” nas unidades de saúde porque estão com dor e sendo maltratadas.

    “Planejamento, assim vamos fazer Belo Horizonte avançar. Não é ficar fazendo proposta genérica e batendo boca”, de acordo com ele.

    Mauro Tramonte comentou sobre seus programas de governo para a área, como o Zap da Saúde, o Corujão da Saúde e o Opera Mais, Minas Gerais.

    “Perdemos cerca de 270 mil exames por ano”, afirmou o candidato ao prometer diminuir a fila de espera por atendimento.

    Segurança e setor público

    No terceiro bloco, com o retorno dos temas livres, Rogerio Correia perguntou a Mauro Tramonte se ele pretende privatizar empresas públicas.

    O candidato lembrou a trajetória da família no serviço público e disse que não irá “privatizar nada”.

    Bruno Engler e Rogério Correia discutiram sobre a questão da segurança pública em Belo Horizonte.

    “Vamos ter tolerância zero contra criminosos”, disse Engler.

    “Vamos proteger as mulheres” e “não apenas armar milícias”, segundo Rogerio Correia. “Fui relator da CPI do Narcotráfico. Nessa parte da segurança pública, estamos convictos de que vamos fazer muito mais do que outros candidatos”, completou.

    Emprego e renda

    No quarto e último bloco, com a retomada dos temas previamente sorteados, os candidatos falaram sobre criação de postos de trabalho em BH.

    “Vamos gerar grandes eventos na capital”, disse Carlos Viana em resposta a questionamento de Rogério Correia.

    Ele declarou que “nessa questão da fome, eu sou uma direita com sensibilidade” e lembrou a origem humilde de quem levava “uma marmita”.

    O candidato afirmou ainda que, apesar de ser muito criticado, tem a proposta de lançar um 14ª salário na capital mineira.

    Mensagens aos eleitores

    No final do confronto, os participantes tiveram 1 minuto e 30 segundos cada um para considerações finais.

    Veja trechos do que cada um disse na ordem estabelecida pela organização:

    • Rogério Correia (PT)

    “Estou muito preparado para ser o prefeito da cidade, trabalhei muito para isso”.

    “Você que é petista, simpatizante do PT, que gosta do Lula, eu vou poder ajudar muito Belo Horizonte”.

    • Mauro Tramonte (Republicanos)

    “Vou trabalhar para você que vai num posto de saúde e não acha um pediatra, para você que pega ônibus lotado”.

    “Ninguém fala em pets, vamos fomentar parceria com quem tem clínica particular”.

    • Gabriel (MDB)

    “Se você quer ter um prefeito professor que valoriza a cidade, quer voltar a ter orgulho de Belo Horizonte, vamos para o segundo turno”.

    • Bruno Engler (PL)

    “A mesma esquerda cuida de Belo Horizonte há décadas e muito mal. Eles não querem que eu chegue lá”.

    “Vou estancar o ralo da corrupção e vai sobrar dinheiro para o que realmente precisa”.

    • Carlos Viana (Podemos)

    “Quero deixar para vocês minha experiência como senador”.

    “Sei como podemos fazer essa capital avançar. Com experiência e tolerância”.

    • Fuad Noman (PSD)

    “Procurei não aparecer muito, gostaria que as obras da prefeitura aparecessem mais”.

    “Eu preciso terminar, gostaria de mais um mandato para terminar essas obras”.

    • Duda Salabert (PDT)

    “Não estou em BH para ser mais do mesmo. Disseram que era impossível ser eleita sem imprimir nenhum papel”.

    “Hoje dizem que é impossível BH eleger uma trans por causa do preconceito. Não podemos cair no voto útil, no voto com medo”.

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