Cientista político explica detalhes que podem levar à definição do pleito para prefeito de SP
Antonio Lavareda destaca índice de rejeição e apoio de grupos sociais como elementos decisivos na disputa paulistana
O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda ofereceu uma análise detalhada sobre os fatores que podem definir o resultado da eleição para a Prefeitura de São Paulo. Em entrevista ao WW, Lavareda destacou dois elementos cruciais: o índice de rejeição dos candidatos e o apoio de diferentes grupos sociais.
De acordo com o especialista, a rejeição dos candidatos é um fator determinante nas disputas eleitorais. Lavareda explicou que o instituto Datafolha mede o que é chamado de “topo da rejeição”, onde os entrevistados indicam em quais candidatos não votariam de forma alguma. “Quando você vê, por exemplo, a rejeição do Pablo Marçal nessa medição em torno de 38 pontos, é muito plausível nós supormos que a rejeição integral seja uma rejeição em torno de 50 pontos percentuais”, afirmou o cientista político.
Estratégia de campanha e seus efeitos
Lavareda também comentou a estratégia de campanha adotada por alguns candidatos, em particular a de Pablo Marçal (PRTB). Segundo ele, a abordagem de “metralhadora atirando em todas as direções” pode ter um efeito contrário ao desejado. “Isso, em geral, nas campanhas Brasil e mundo afora, termina também desgastando eventualmente o adversário, termina levando muita rejeição, é um ‘backfire’ para o candidato que adota essa estratégia”, explicou.
Outro ponto crucial destacado por Lavareda é o apoio de diferentes grupos sociais. O cientista político chamou atenção para um fenômeno interessante observado na candidatura de Marçal: o “gap de gênero”. “No penúltimo Datafolha ele alcançava 28 pontos no público masculino e 15 pontos apenas entre as mulheres, praticamente dois para um, o único candidato”, ressaltou.
Lavareda enfatizou que essa disparidade no apoio entre homens e mulheres pode ser um fator limitante para o crescimento da candidatura de Marçal. “Vai ser muito difícil ele ter uma nova arrancada ou mesmo avanço, continuar tendo um avanço ainda que discreto, se estiver, digamos, paralisado do ponto de vista dos seus contingentes de apoio no público feminino”, concluiu o especialista.
