Análise: debate em Curitiba retoma divergências entre direita e esquerda sobre Covid
Direita racha na capital paranaense e disputa o voto do eleitor de esquerda
O segundo turno da disputa pela prefeitura de Curitiba (PR) revela um cenário inusitado na capital paranaense: a fragmentação dentro da direita. O debate da RIC TV/Record protagonizou momentos de rispidez entre o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), e a estreante Cristina Graeml (PMB), que aparecem tecnicamente empatados nas pesquisas, dentro da margem de erro.
Um dos assuntos mais polêmicos e que já havia sido explorado em outros debates, voltando agora à tona, foi a questão da pandemia de Covid-19. A candidata Cristina Graeml, conhecida por defender o uso da cloroquina e por levantar dúvidas sobre a eficácia das vacinas, foi confrontada por Pimentel sobre as posições dela. O candidato também questionou a antecipação da escolha da futura secretária da Saúde de Graeml, que segundo ele, também seria defensora do uso de medicamento comprovadamente não eficaz. A candidata recuou, afirmando que se vacinou contra a Covid.
Diante do sorteio de temas, sobre segurança pública, Cristina Graeml afirmou que vai abrir concurso para 600 guardas municipais. O candidato Eduardo Pimentel prometeu lançar, logo nos três primeiros meses de governo, edital de contratação, mas não citou quantas vagas teriam disponíveis.
A candidata também prometeu criar mais dez mil novas vagas para crianças que estão fora da escola em Curitiba, mas não soube informar quantas creches seriam construídas. Já o candidato prometeu criar 36 novas creches e vale-creche para que pais e mães tenham acesso ao serviço perto de casa. Eduardo Pimentel também afirmou que vai instituir o regime de educação integral em todas as escolas municipais.
Eduardo Pimentel afirmou que vai baixar o valor do preço da passagem no transporte público a partir do novo contrato, que vence em outubro do ano que vem. O candidato também prometeu gratuidade de passagem para desempregados, o que foi rebatido pela candidata, que afirmou que este custo será repassado ao usuário.
Pimentel acusou a adversária de responder processos de falsidade ideológica e o vice dela, Jairo Filho, de estelionato. Segundo Pimentel, Jairo Filho enfrenta – na Justiça – processo por suposta ocultação de bens da candidata na declaração ao TSE e golpes financeiros.
Já o vice-prefeito teve que responder a acusações que sofreu em relação a assédio eleitoral. Em outubro, um servidor da Prefeitura foi exonerado após áudios sugerirem que havia pressão para que funcionários contribuíssem financeiramente com a campanha. Pimentel afirmou que as notícias são falsas e que estão sendo investigadas.
Cristina Graeml cobrou – de Eduardo Pimentel – a conexão do partido dele com o governo federal, afirmando que o PT o está apoiando. O PSD é dono de três cadeiras na Esplanada dos Ministérios: Ministério de Minas e Energia, Agricultura e Pecuária, e Pesca e Aquicultura.
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