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    À CNN, Nunes destaca aumento de arrecadação, “mesmo reduzindo impostos”

    Candidato à reeleição em São Paulo ressaltou números da gestão e detalhou propostas para SP em setores como saúde e educação

    Colaboração para a CNN , São Paulo

    Nesta segunda-feira (19), o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que a gestão dele é marcada por aumento de arrecadação “mesmo reduzindo impostos”.

    A afirmação foi feita em entrevista realizada no estúdio da CNN em São Paulo. O encontro foi conduzido pela jornalista Muriel Porfiro ao lado dos analistas de política Clarissa Oliveira e Pedro Venceslau.

    “Nós estamos batendo o recorde de geração de empregos na cidade. Ano passado, um saldo positivo de 129 mil empregos, entre admissões e demissões. Esse ano até junho, um saldo positivo de 107 mil empregos, nós temos o menor saldo de desemprego desde 2015. É disso que a cidade precisa, oportunidade, geração de renda. A gente aumenta a receita mesmo reduzindo impostos, pra poder pegar esse recurso e investir na cidade”, disse Nunes.

    O prefeito citou outros números da administração na capital paulista. “O que que eu fiz sempre? Sempre respeitando as leis, segurança jurídica, desburocratização, combate à corrupção, isso fez com que 57 mil empresas que estavam em outros estados e municípios mudassem pra cidade de São Paulo, o que nos trouxe uma arrecadação de de R$1,540 bilhão. Abriram novas 458 mil empresas”, completou o chefe do Executivo paulistano.

    Ampliação de investimentos

    O candidato à reeleição ainda comentou a elevação da capacidade de investimento da cidade sob o comando dele.

    “A Fitch, que é a agência internacional, nos deu a classificação de ‘triplo A’ (AAA), alto nível de investimento, baixo nível de endividamento. Resolvemos a dívida com o governo federal, naquele acordo que eu fiz com o presidente Bolsonaro em 2021. Resolvi a questão da Previdência ou grande parte dela. Só pra você ter uma ideia, se eu não tivesse feito a reforma da Previdência, o déficit atuarial hoje seria de R$ 208 bilhões”, afirmou Nunes.

    O candidato do MDB também falou sobre a construção do plano de governo. “Nós fizemos um trabalho muito importante de realização do plano de governo, que não foi reunir meia dúzia numa sala com ar condicionado. Nós fizemos 32 reuniões regionais, em cada uma sub [prefeitura], tivemos quatro reuniões grandes, sul, norte, leste e oeste, e tivemos 20 mil pessoas participando presencialmente, 70 mil acessos no aplicativo do Fala Aí pra poder fazer o plano de governo”, pontuou.

    Mamãe Tarifa Zero e Paulistão da Saúde

    Nunes detalhou algumas das propostas que tem para a cidade de São Paulo, caso seja eleito, como o Mamãe Tarifa Zero. “As mamães que têm crianças nas nossas creches, que estão no CadÚnico [Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal], elas vão ter tarifa gratuita para poder levar sua criança para creche, se assim for necessário, e não for atendido, por exemplo, pelo TEG [Transporte Escolar Gratuito] que a gente hoje fornece. Não tinha o TEG para bebê, hoje tem o Baby-TEG. Mas, se ela ainda precisar, fornecer a passagem”, disse o candidato.

    “A gente vai ter um Paulistão da Saúde em cada uma região da cidade. O que é o Paulistão da Saúde? Um grande complexo de saúde que a gente vai ter a UPA [Unidade de Pronto Atendimento], a UBS [Unidade Básica de Saúde], o centro de exame para mulher, o CAPS [Centro de Atenção Psicossocial], o centro odontológico, enfim, um conjunto de equipamentos de saúde pra cuidar da população”, destacou ainda.

    Segundo Nunes, as ações não foram divulgadas antes para evitar “cópia” por parte de outros candidatos na disputa.

    “Tem muita coisa que a gente vai estar colocando para as pessoas, porque também, se eu colocar isso tudo antes, é um tal de copia aqui, copia ali, terrível, né?”, afirmou.

    Alianças políticas

    Ao ser questionado sobre uma possível aliança de seu partido, o MDB, com o presidente Lula (PT) para as eleições de 2026, Nunes reafirmou o compromisso de completar os quatro anos de mandato, se for o vencedor do pleito deste ano.

    “Eu cumprirei os quatro anos de mandato. Outros candidatos já estão pensando em alçar outros voos, mas eu vou cuidar da cidade e 2026 está bem longe. As pessoas estão discutindo essa eleição de 2024 como se fosse a de 2022 ou de 2026”, disse ele.

    O candidato do MDB fez questão de reafirmar a proximidade com o ex-presidente Bolsonaro e disse que o político vai estar nas inserções da campanha dele no horário eleitoral. Segundo Nunes, Bolsonaro estará presente “com certeza, se ele puder gravar”.

    Obras emergenciais

    A respeito da análise por parte do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) de uma suposta combinação de valores em contratos de obras emergenciais na capital paulista, Nunes negou qualquer irregularidade.

    “Essas obras, o engenheiro da prefeitura e a Defesa Civil, ela é acionada, eles vão até o local. Tem horas que eles falam que não precisa, não tem risco, não vai ser obra emergencial. Ou aqui tem risco e é necessário. Faz um laudo fotográfico, faz um laudo do engenheiro, comunica o Tribunal de Contas, faz-se a contratação de acordo com as normas e com a lei, só que num processo mais rápido, é isso, não tem nada de ilegalidade, nada de errado nisso”, disse o candidato.

    “Essa situação e qualquer situação, se alguém cometer algum deslize, ele vai pagar por isso. No meu governo, não tenha dúvida que serei e continuarei sendo muito rigoroso”, afirmou ainda.

    Segundo Nunes, entre as obras emergenciais, estão aquelas que se destinam a evitar tragédias provocadas, por exemplo, pelas enchentes. “Todos os anos anteriores a gente teve óbitos em período de chuvas. Esse ano, a gente dá graças a Deus que não teve nenhum óbito”, disse.

    PCC nos transportes

    Nunes ainda respondeu perguntas sobre a acusação por parte do Ministério Público de São Paulo (MPSP) de que a prefeitura teria sido omissa com relação à presença de integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em empresas de transporte.

    Segundo ele, a situação se arrasta desde gestões passadas. “Na época do Pitta [prefeito de São Paulo de 1997 a 2000], o Pitta estava naquela situação de sai, não sai, estava muito instável e não estava com pulso firme e acabaram entrando essas vans e essas cooperativas no transporte coletivo”.

    “Na licitação, você tem que demonstrar que você tem capacidade técnica de realizar aquele serviço? Eles tinham? Tinham, porque eles estavam com um contrato de emergência dado pelo PT e continuado por outras gestões. Se tem alguma questão de crime, a gente precisa ter essa transparência, a prefeitura não tem como avaliar, quebrar sigilo, fazer as ações necessárias de uma investigação”, afirmou.

    Máfia das Creches

    Sobre a investigação da Polícia Federal (PF) que ficou conhecida como a Máfia das Creches, Nunes disse: “Fizeram toda a investigação, eu não fui indiciado”. “Minha vida sempre foi limpa, nunca tive uma condenação”, completou.

    De acordo com a PF, as movimentações foram de R$ 1,5 bilhão entre os anos de 2016 e 2020.

    O candidato sugeriu ainda que a condução do caso teve fins eleitorais. “Cinco anos de investigação, faltando dois meses [para as eleições], conclui o inquérito”, argumentou.

    Entrevistas com candidatos

    Nunes foi o primeiro convidado de uma série de entrevistas promovidas pela CNN com os candidatos à Prefeitura de São Paulo.

    As entrevistas são transmitidas primeiramente ao vivo no canal da CNN Brasil no YouTube, às 15h30, com exibição na TV no mesmo dia, às 23h.

    Participarão das transmissões os seis primeiros colocados no agregador de pesquisas eleitorais Índice CNN, selecionados de acordo com o resultado mais recente, com sete dias de antecedência.

    A ordem é a seguinte:

    • Segunda-feira (19) – Ricardo Nunes (MDB)
    • Terça-feira (20) – Guilherme Boulos (PSOL)
    • Quarta-feira (21) – José Luiz Datena (PSDB)
    • Quinta-feira (22) – Marina Helena (Novo)
    • Sexta-feira (23) – Tabata Amaral (PSB)
    • Segunda-feira (26) – Pablo Marçal (PRTB)

    Quem é Ricardo Nunes, candidato à reeleição para prefeito de São Paulo

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