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    À CNN, Marina Helena defende pagar bem professor que ensina e “mandar para rua” quem não o faz

    Candidata a prefeita da capital paulista comentou projeto para educação e falou sobre combate à corrupção e eficiência no serviço público

    Aline Fernandescolaboração para a CNN , São Paulo

    A economista e candidata do Novo à Prefeitura de São Paulo, Marina Helena, defendeu pagar bem quem ensina e “mandar para rua” quem não o faz.

    A afirmação foi feita nesta quinta-feira (22) em entrevista à CNN, conduzida pela jornalista Muriel Porfiro ao lado dos analistas de política Clarissa Oliveira e Pedro Venceslau.

    “Eu não tenho nenhum compromisso com sindicato, meu compromisso é com os alunos. Eu quero que os alunos aprendam. E qual que é a minha proposta pra isso? A minha proposta pra isso é a seguinte, a gente vai remunerar bem professores que ensinam e a gente vai mandar pra rua aqueles que não ensinam”, afirmou.

    Ela detalhou propostas do seu plano de governo para a educação, como parceria com escolas privadas e remuneração de acordo com o desempenho para profissionais da área.

    “Professor bom mesmo adora isso. Porque ele vai receber… Ele quer ensinar. O professor que tem isso como vocação. Só que hoje ele, infelizmente, ele está sobrecarregado porque ele tem que trabalhar por ele e pelos que não trabalham”, disse a representante do Novo.

    Segundo a candidata, o objetivo da medida é dar “oportunidade para as crianças da periferia terem um ensino de qualidade” que “vai continuar gratuito”.

    Novas licitações e métricas de avaliação

    Marina Helena lembrou da época em que atuou no Ministério da Economia sob o comando do ex-ministro Paulo Guedes.

    “Em meio à pandemia, muitos dos projetos de política pública aconteceram sem aumentar o nosso endividamento, sem aumentar impostos, exatamente por causa do resultado das estatais. O que significa isso? Boa governança”, segundo ela.

    A candidata argumentou ainda a favor de novas licitações em parcerias que estão sob suspeita na Prefeitura de São Paulo e do estabelecimento de parâmetros de avaliação do serviço público.

    “Essas organizações da Cracolândia [região que concentra usuários de drogas], as metas têm que ser de tirar as pessoas dessa situação”, pontuou.

    Pesquisas

    Sobre o desempenho da própria candidatura nas sondagens de intenção de voto, ela afirmou que acredita na mudança do cenário atual.

    “Todas as pesquisas mostram que eu sou a candidata mais desconhecida da população. Eu vejo isso como um grande ativo, porque são oportunidades como essa [entrevista] que eu tenho pra mostrar quem eu sou, os meus valores e as minhas propostas pra cidade. Eu acho que a partir do momento em que a gente tiver esses espaços, a gente vira esse jogo”, disse a representante do Novo.

    Alianças políticas

    Ao ser questionada sobre a ausência de nomes da direita a seu lado, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que declarou apoio a um dos adversários dela na disputa, Ricardo Nunes (MDB) – Marina Helena afirmou que a questão de alianças políticas é “complexa”.

    “A gente sabe muito bem a questão política no Brasil, né? Não é tão simples. Os partidos, eles, muitas vezes, acabam fazendo acordos e apoiando candidatos de diversos perfis”, disse a candidata.

    “Tem alguns termos que as pessoas gostam, que a esquerda criou, né? Alguns termos, eu gosto de dizer, por exemplo, o bolsonarismo. Pra mim esse é um termo criado pela esquerda para definir valores”, afirmou ainda.

    8 de janeiro e investigação de Bolsonaro

    Marina Helena disse não ver tentativa de golpe nos atos de 8 janeiro, mas sim, vandalismo, e criticou a duração das penas dos condenados.

    “Essas pessoas não estavam armadas, como é que tem golpe de Estado sem armas?”, questionou.

    Já sobre os outros inquéritos em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado, como o das joias sauditas, a representante do Novo afirmou que é “a favor de se investigar”, mas disse que não vê “hoje o nosso Judiciário como imparcial”.

    Aborto permitido por lei

    Em relação ao posicionamento sobre a realização de assistolia em fetos acima de 22 duas semanas, nos casos previstos na legislação, Marina Helena defendeu a continuidade da gestação e a entrega para pais adotivos. Segundo ela, “existem tantas famílias querendo acolher [o bebê]”.

    Entretanto, caso seja eleita, afirmou que irá respeitar as regras atuais, que não determinam um prazo máximo para o procedimento ocorrer.

    “Eu acredito que a forma como a coisa está indo no Congresso, a gente vai conseguir mudar isso. Até lá, eu vou cumprir a lei. Mas o meu ponto é: eu vou trabalhar muito pra mudar a lei”, reforçou.

    Fundo eleitoral e fundo partidário

    Quanto à revisão no entendimento do partido Novo sobre o uso de recursos do fundo eleitoral e do fundo partidário, Marina Helena afirmou que a decisão foi provisória com vistas a eleger parlamentares para alterar a questão do financiamento público de campanhas.

    “Não dá pra enfrentar e nem ir contra isso se a gente não eleger pessoas [para o Congresso]. Não dá pra gente entrar numa guerra que está acontecendo, está todo mundo de bazuca, e a gente entrar com canivete”, disse.

    Segundo a candidata, os integrantes da legenda assinam “um termo de compromisso” garantindo que nunca votarão a favor do chamado “Fundão”.

    Pressão em debates

    Sobre a postura dos concorrentes, que chegaram a ter um episódio de enfrentamento durante um debate, Marina Helena afirmou não ver problemas no comportamento.

    “Quem quer ser candidato a qualquer coisa, quem quer ser político, tem que estar passível de sofrer críticas e tem que estar passível de sofrer pressão. Imagina o que é administrar uma cidade como São Paulo. Vai ser pressão o tempo inteiro”, observou.

    De acordo com a representante do Novo, “ninguém gosta de ser colocado contra a parede, mas é importante”.

    A candidata ainda se comparou com o representante do PRTB, Pablo Marçal. “Tem um ponto que a gente tem em comum mesmo, que é denunciar o sistema, denunciar os ‘acordões’, denunciar essa palhaçada dos candidatos de esquerda”, completou.

    Mas salientou as diferenças com Marçal, inclusive na forma, “é só ver como eu falo. O segundo ponto, eu estou há um ano estudando, quer dizer, muito mais do que isso, desde que eu assumi essa, enfim, esse compromisso com a minha cidade, eu tenho dia e noite, noite e dia, conversado com pessoas, feito plano de governo. Ele entrou muito mais tarde na disputa”.

    E acrescentou, “eu trabalhei no Ministério da Economia, junto com o ministro Paulo Guedes, boa parte do time com quem eu trabalhei no ministério da Economia me ajudou na formulação do plano de governo”.

    Entrevistas com candidatos

    A CNN realiza uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de São Paulo durante esta semana.

    Serão transmitidas primeiramente ao vivo no canal da CNN Brasil no YouTube, às 15h30, com exibição na TV no mesmo dia, às 23h.

    Participarão das transmissões os seis primeiros colocados no agregador de pesquisas eleitorais Índice CNN, selecionados de acordo com o resultado mais recente, com sete dias de antecedência.

    Já foram entrevistados:

    Segunda-feira (19) – Ricardo Nunes (MDB)
    Terça-feira (20) – Guilherme Boulos (PSOL)
    Quarta-feira (21) – José Luiz Datena (PSDB)
    Quinta-feira (22) – Marina Helena (Novo)

    Ainda serão entrevistados:

    Sexta-feira (23) – Tabata Amaral (PSB)
    Segunda-feira (26) – Pablo Marçal (PRTB)

    Quem é Marina Helena, candidata a prefeita de São Paulo

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