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    À CNN, Marçal defende criação de teleféricos na periferia para dar mobilidade e gerar emprego

    Candidato a prefeito da capital paulista comentou projeto para transportes e falou sobre vagas de empregos e "escolas olímpicas"

    Aline Fernandescolaboração para a CNN , São Paulo

    O influenciador, empresário e candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, afirmou que seu projeto de construir teleféricos nas periferias paulistanas vai contribuir para a mobilidade urbana e para a geração de empregos nessas regiões.

    A declaração foi feita nesta segunda-feira (26) em entrevista à CNN, conduzida pela jornalista Muriel Porfiro ao lado dos analistas de política Clarissa Oliveira e Pedro Venceslau.

    “A gente precisa dar mobilidade para essa cidade, precisa gerar emprego para essa cidade. Isso vai diminuir a criminalidade, isso vai aumentar o desfrute, isso vai dar oportunidade pra muita gente e vai parar com esse caos, com esse trânsito parado, com esse ar poluído”, segundo o candidato.

    De acordo com Marçal, a população da periferia “não vai pagar o teleférico”, que será feito por meio de uma parceria público-privada.

    “Nas dez entradas de rodovias, nós temos dez rodovias aqui na cidade de São Paulo, vai ter teleférico e ônibus também, para ligar o quê? Fazer um bolsão de estacionamento, para pra ligar esses bolsões aonde? No sistema de transporte. Na rede integrada”, disse ele sobre a ideia.

    Vagas de emprego na periferia

    Marçal comentou a proposta de governo de criar um “cinturão empresarial” fora do centro da cidade.

    “Imagina você tendo emprego na periferia onde você mora? Para que ficar três horas dentro de metrô, dentro de ônibus? Não precisa. Nós precisamos criar um cinturão empresarial”, afirmou.

    Segundo o candidato, “vamos moralizar a máquina [pública], trazer eficiência, trazer tecnologia, gerar emprego, que é o maior direito social que existe”.

    Educação e Cracolândia

    Se for eleito, em sua gestão, Marçal afirmou que as crianças irão estudar matérias como “empresarização”.

    Ele também mencionou a iniciativa de transformar instituições de ensino do município em “escolas olímpicas” como estratégia contra a dependência química.

    “Nós vamos colocar centros olímpicos dentro de todas as favelas”, disse. “Se eu der uma identidade olímpica para as crianças, elas não vão entrar para a Cracolândia [região que concentra usuários de drogas]”, acrescentou o candidato do PRTB.

    Ainda sobre a Cracolândia, ele afirmou que esteve pessoalmente na região da praça da Sé, no centro de São Paulo, tentando convencer dependentes a irem para abrigos.

    Marçal afirmou que é preciso aumentar o número de pessoas que fazem abordagens aos moradores de rua e também criar oportunidades de emprego.

    “Você poderia ser atendente, você poderia ser pintor, o que você poderia? A pessoa já tem uma vocação antes de ter ido para a rua”, observou.

    O candidato do PRTB creditou o aumento da população em situação de rua no município a supostas atitudes de prefeitos de outras cidades paulistas.

    “Não tem mendigo no interior de São Paulo. Nós vamos, através do Ministério Público (MP), representar todo mundo que está mandando mendigo. Nós vamos rastrear isso. Tem gente colocando mendigo dentro de van e soltando aqui”, segundo ele.

    Combate à corrupção e ligação com PCC

    O candidato afirmou que irá exibir “ao vivo” as reuniões de trabalho, caso se torne chefe do Executivo paulistano.

    “Vou fazer reunião, vou transmitir ao vivo, todo mundo tem que assistir. Isso vai inibir corrupção. Eu vou criar um sistema dentro da nossa Prefeitura onde a gente vai investigar o secretariado. Vai ser chato ser secretário do meu governo”, segundo Marçal.

    Também para coibir irregularidades, ele disse que irá “revisar todos os contratos” da administração municipal.

    Já sobre a denúncia de que integrantes do partido dele, o PRTB, teriam ligações com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marçal fez um pedido à polícia: “Por favor, se vocês sabem que eles [criminosos] estão no meu partido, por que vocês não prendem esses caras?”, questionou.

    E disse ainda: “Eu quero fazer uma campanha nacional, ‘me ajude a limpar o PRTB'”.

    Posição nas pesquisas de intenção de voto

    Ao ser perguntando sobre o resultado dos últimos levantamentos e o aumento da rejeição de uma parcela do eleitorado, o candidato afirmou não gastar “energia olhando” as sondagens.

    De acordo com Marçal, apesar de pesquisas ajudarem a nortear as campanhas, “eleição é onda” e ele gosta de utilizar os números para “zoar os concorrentes”.

    Postura em relação aos adversários

    Sobre o episódio de embate em que se envolveu com o candidato do PSOL, Marçal disse que Guilherme Boulos não demonstrou controle ao “ver uma carteira de trabalho”.

    Após desentendimentos anteriores com a candidata do PSB, Tabata Amaral, ele chegou a pedir votos para ela. “Quem é esquerdista, pelo amor de Deus, coloca a mão na consciência. Vota na Tabata”.

    O candidato do PRTB ainda elogiou a candidata do Novo, Marina Helena.

    “A Marina é uma excelente candidata, tem ideias muito boas, tem experiência, trabalhou no governo e tudo, mas não tem a popularidade”, segundo Marçal.

    “Se der tudo certo e ela passar no crivo, eu posso colocar ela de secretária”, completou.

    Condenação por fraude

    A respeito da condenação pela Justiça de Goiânia (GO) em um esquema de fraudes bancárias, Marçal afirmou que o fato vai completar “20 anos” e disse que, à época, não conseguiu custear a defesa, por isso, “o processo correu à revelia”.

    “Eu consertava computadores, esse cara era um pastor da minha igreja, tinha um nível de confiança nele, fiz algumas coisas que ele pediu, tomei um processo de 13 anos, um processo criminal”, argumentou ele, que acrescentou não ter havido trânsito em julgado, ou seja, não ter recebido sentença definitiva, pois o caso prescreveu.

    O candidato afirmou que, na ocasião, trabalhava em uma empresa na qual ficou por oito anos e ganhava salário de R$ 525.

    “Você vê que eu nunca me curvei para bandido e nem para bandidagem. Eu sou um trabalhador, em primeiro lugar, tenho 13 anos de carteira de trabalho”, disse ele, mostrando o documento.

    Suspensão de perfis nas redes

    O representante do PRTB chamou de “censura prévia” a decisão da Justiça Eleitoral de tirar do ar seus perfis monetizados por causa dos chamados “campeonatos de cortes”.

    “Fiquei cinco anos na faculdade de Direito pra respeitar a Constituição Federal e não fui respeitado”, segundo Marçal.

    Ele afirmou que a prática deixou de ser realizada após o início da campanha deste ano.

    “Só que dentro do período eleitoral foi suspenso e está dentro da legislação normal. Então, vai ficar provado isso eu vou recuperar minhas redes“, disse.

    O candidato ainda argumentou: “esse povo tinha era que me pagar para usar a minha imagem”.

    Recursos de campanha

    Segundo o candidato, ele é contra a utilização de recursos do Fundo Eleitoral na campanha dele.

    Marçal afirmou que “da minha parte, o partido [PRTB] não vai colocar dinheiro e, se colocar, vou mandar devolver”.

    Ele comentou ainda sobre a legenda: “é um partido nanico, é sim. Tenho muito orgulho, todo mundo começa pequeno”.

    Ausência de Bolsonaro

    Sobre o ex-presidente ter decidido apoiar o candidato do MDB na disputa, Ricardo Nunes, Marçal disse ter “o respeito” de Jair Bolsonaro (PL).

    “Ele tem o respeito por mim, eu tenho [respeito] por ele. Ele não está afastado da minha campanha porque ele nunca esteve na minha campanha, eu nunca pedi para ele para ser nada”, afirmou.

    “Ele me deu três conselhos, os três conselhos dele eu executei e deu certo“, comentou ainda, sem entrar em detalhes sobre quais teriam sido as orientações.

    Durante a entrevista, o candidato xingou o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL). Ele ainda reafirmou a tese de que o filho do ex-presidente é quem controla as redes do pai e que sente “ciúmes” dele.

    “Eu sempre poupei ele por causa do [ex] presidente, só que eu não vou poupar ele mais”, disse.

    Eleições 2026

    Marçal disse que não querer ser candidato à presidência da República nas próximas eleições para o cargo, mas não descartou a possibilidade futuramente.

    “Na hora em que meu cabelo estiver branco, tiver apanhado bastante, tiver vindo aqui umas dez vezes… Eu acho que precisa ter esse track record [histórico de desempenho]. Eu preciso ganhar experiência”, afirmou.

    Sobre o posicionamento quanto a Jair Bolsonaro em 2026, caso o ex-presidente consiga reverter a inelegibilidade, ele afirmou que irá apoiá-lo “100%”.

    Mas o apoio não deve se estender a um candidato escolhido pelo ex-presidente, se a decisão for por “um esquerdista”.

    “Nunca que eu vou apoiar um esquerdista. Você nunca vai ver essa cena”, concluiu.

    Entrevistas com candidatos

    A CNN realizou uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de São Paulo desde o início da semana anterior (19).

    Todas foram transmitidas primeiramente ao vivo no canal da CNN Brasil no YouTube, às 15h30, com exibição na TV no mesmo dia, às 23h.

    Participaram das transmissões os seis primeiros colocados no agregador de pesquisas eleitorais Índice CNN, selecionados de acordo com o resultado mais recente, com sete dias de antecedência.

    A ordem foi a seguinte:

    Quem é Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo

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