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    À CNN, Eduardo Pimentel prevê vale-creche e aumento de vagas na Educação Infantil em Curitiba

    Candidato do PSD defendeu propostas na área da educação, criação de aluguel social permanente e abertura de concurso público para novos guardas municipais

    Aline Fernandesda CNN , São Paulo

    O vice-prefeito de Curitiba e candidato à prefeitura da capital paranaense, Eduardo Pimentel (PSD), prevê vale-creche e aumento de vagas na Educação Infantil em Curitiba.

    A afirmação foi feita nesta segunda-feira (21), em entrevista conduzida pelos âncoras da CNN Iuri Pitta e Débora Bergamasco, ao lado dos analistas de Política Pedro Venceslau e Luísa Martins.

    Segundo o candidato, durante a gestão do atual prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD) – de quem é vice – “nós geramos 12 mil vagas de creche”.

    “Eu me comprometo a gerar nove mil vagas de creches nos próximos quatro anos, com a construção de 36 creches e também com parceria, com a contratação de vagas na rede privada”, afirmou.

    Eduardo Pimentel detalhou suas propostas de conceder vale-creche a famílias de menor renda e de ampliar o número de refeições para alunos das escolas públicas municipais que estudam em tempo integral.

    “Vou estabelecer, fruto da saúde fiscal que o município vive hoje, o vale-creche, que é até as famílias de três salários-mínimos que necessitem, para que ela consiga cadastrar os seus filhos, um, dois, quantos sejam, na creche pública mais perto da sua casa, na creche particular, mais perto da sua casa ou do seu trabalho, para que dê tranquilidade para que ela possa ir trabalhar. Então, o projeto social é importante na área de ensino e eu vou ampliar as refeições no ensino integral, tanto nas escolas quanto nas creches, que os dois são integrais, para cinco refeições diárias”, explicou.

    Quando questionado sobre a origem dos recursos para os projetos na área da educação, ele disse: “A construção de creches, são 30 creches que nós vamos fazer o financiamento do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], através de garantia do município. E seis a fundo perdido do governo do Estado. Mas a sua manutenção, a contratação de professores e servidores da educação, através do Orçamento Público Municipal”.

    Saúde

    Durante a entrevista, o candidato também enfatizou ações da gestão atual, como por exemplo, na saúde.

    “Nós pegamos em 2017, o prefeito Rafael Greca e eu, uma cidade com uma dívida muito grande, R$ 2 bilhões de dívidas a curto prazo. Uma cidade em que as obras estavam paradas. E trabalhamos esses oito anos. Eu fui vice-prefeito do Greca nesses dois mandatos, oito anos, um trabalho todo de retomada da cidade de Curitiba. E o que nos devolveu ao cenário internacional foi a inovação. A capacidade da nossa administração de planejar, mas principalmente tirar o planejamento do papel e colocar as coisas de pé”, afirmou.

    Ele citou a criação do aplicativo Saúde Já Curitiba como um dos exemplos de inovação na área.

    “A inovação que vale como um processo social, que ela mude a qualidade de vida do cidadão lá na ponta, como por exemplo o aplicativo Saúde Já, que é na palma da mão, que marca consulta e que faz consultas por telemedicina, que recebe os exames de sangue na palma da mão com rapidez”, explicou.

    O candidato mencionou a proposta de construir um novo hospital público na região sul da cidade.

    “É o Hospital e Maternidade do Bairro Novo, com 200 leitos, mais 57 de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e nove centros cirúrgicos. Uma forma de a gente atuar em parceria com o Hospital do Idoso, que tem 95% de aprovação na cidade, e também a rede particular, os hospitais filantrópicos e os que atendem o SUS [Sistema Único de Saúde] na cidade de Curitiba. Nós temos uma rede integrada de saúde muito eficiente, muito integrada entre os hospitais e o setor público”, ele afirmou.

    “Nós revitalizamos mais de 50 das 608 unidades de saúde que temos, colocamos unidades odontológicas em todas. Mas agora eu vou construir o segundo hospital público municipal, fruto da capacidade de investimento do município no sul da cidade”, completou.

    Transportes

    Segundo Eduardo Pimentel, “nós não podemos perder essa janela de oportunidade de discussão do transporte coletivo na cidade, de garantir o avanço, de trazer novas tecnologias, o aprimoramento da integração de linhas, a otimização de linhas, a troca dos nossos ônibus da matriz do diesel, combustível fóssil, para a matriz energética com ônibus elétricos, que nós já começamos a implantação”.

    “Em dezembro do ano passado, o prefeito Greca e eu assinamos um contrato com o BNDES, um banco público, com experiência e estruturação de concessões para construir a concessão do novo edital. Já estávamos pensando no primeiro ano do próximo prefeito, então com quase dois anos de antecedência, nós começamos essa discussão e está sendo discutido dentro dos grupos técnicos já construídos e instalados. E faremos audiências públicas para que a gente possa fazer a nova concessão do transporte coletivo”, disse.

    Sobre a possibilidade de diminuição do valor atual da passagem, ele comentou: “Com a proposta de diminuição da tarifa, sim, mas somente a partir da nova concessão, com responsabilidade, através de novas regras, com segurança jurídica, para que a gente possa apresentar para a cidade de Curitiba, um contrato de transporte coletivo efetivo”.

    No mesmo tema, ele acusou a adversária na disputa, Cristina Graeml (PMB), de pretender “cobrar mais de quem mora mais longe” e “dividir a cidade”.

    Apoios políticos

    Eduardo Pimentel se definiu como um político de “centro-direita” e comentou a indicação de seu vice por parte do PL.

    “O PL do presidente Bolsonaro, numa construção política com o governador do Paraná, Ratinho Júnior [PSD], indicou o vice-prefeito de minha escolha também, o ex-deputado federal, Paulo Martins, como meu vice-prefeito, o vice-prefeito ficha limpa”, segundo ele.

    Já sobre a presença do ex-presidente na campanha, afirmou: “O presidente Bolsonaro não deve vir a Curitiba, eu avalio. Mas ele tem dois candidatos que dizem que defendem o seu legado”, em referência à disputa com a adversária, Cristina Gramel, pelo apoio do ex-presidente na reta final do segundo turno.

    “Eu quero ser o prefeito de todos. Eu não quero mudar a ideologia de ninguém. Eu quero administrar a cidade em cima dos meus valores, mas para toda a cidade”, disse.

    “Você pode, às vezes, não concordar com alguma posição minha, alguma colocação, mas eu sou um candidato que se preparou para esse momento. Eu me preparei para ser prefeito de Curitiba, sendo vice-prefeito da nossa cidade”, ele pontuou, relembrando ainda as ocasiões em que foi secretário municipal e estadual.

    Ele também destacou “ter o apoio do prefeito Rafael Greca” como “um privilégio muito grande”, assim como “o apoio do governador Ratinho Júnior”, que segundo ele “faz do estado do Paraná um dos melhores estados em desenvolvimento do país”.

    Segundo o candidato, o atual prefeito “talvez possa virar secretário do governador Ratinho Júnior nos próximos anos”.

    Caso seja eleito para a prefeitura, ele disse que “sem dúvida vou escutá-lo [Rafael Greca], como vou escutar o governador Ratinho Júnior, os nossos vereadores, as pessoas que queiram contribuir, mas é importante que fique claro, sendo eleito, se Deus quiser, no próximo domingo, com o apoio da população, o prefeito serei eu, é o meu CPF, eu que vou liderar a cidade de Curitiba”.

    Já sobre a existência de grupos bolsonaristas que cobram do PSD posicionamentos contrários ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que é uma atitude injusta com relação ao partido.

    “Eu não acho justa essa campanha contra o PSD, que é um partido de âmbito nacional, como todos os partidos. O Paraná não tem nenhum senador eleito do PSD, então não cabe essa colocação aqui no meu estado. Se tem senadores do PSD com posições diferentes em outras regiões do país, é de cada região”, disse.

    “Eu não concordo com muitas das posições do ministro Alexandre Moraes, mas não cabe a mim decidir. Eu sou um democrata, os poderes têm sua independência e é assim que o país funciona bem”, segundo ele.

    Combate à corrupção

    Eduardo Pimentel afirmou defender “o combate à corrupção como prioridade”.

    “Foi assim que eu fui criado, foi assim que veio a minha educação e é assim que eu me coloco os meus atos como homem público e na minha vida particular de empresário”, ele disse.

    O candidato afirmou querer conversar com os eleitores de nomes ligados à Operação Lava Jato, como o senador e ex-juiz Sérgio Moro (União) e a esposa dele, a deputada federal Rosangela Moro (União).

    “Curitiba, através da Lava Jato, fez um trabalho de combate à corrupção muito forte, que gera legado até hoje. Inclusive, o ex-procurador e ex-deputado federal, Deltan Dallagnol [Novo], está na minha coligação”, comentou.

    Ao ser questionado sobre seu posicionamento quanto ao eleitorado que se identifica com candidatos “fora do sistema”, ele respondeu que “esse discurso não pega”.

    “O que existe é uma cidade que funciona, é um candidato que se preparou para esse momento, que discuta a cidade com a verdade, com ações, com propostas do que fazer e como fazer”, disse.

    O candidato falou: “Eu trabalho com gestão pública, eu represento a qualidade boa do serviço que a cidade tem. Curitiba é uma cidade de referência, eu quero defender a nossa cidade”.

    Ele voltou a criticar a adversária, Cristina Graeml, que de acordo com ele “vem com um discurso de divisão, de ódio, de agressividade”.

    Habitação

    Durante a entrevista, o candidato do PSD também detalhou seus projetos na área da habitação, como o aluguel social permanente.

    “Uma ação que acontece em várias cidades grandes do mundo, que é o aluguel social permanente. Que a prefeitura pode alugar casas, sobrados e apartamentos que estão disponíveis já na cidade de Curitiba. Isso tem algumas vantagens. A cidade aluga e quem está no mercado acaba recebendo esse aluguel. E a família de faixa 1 e 2, que é a prioridade da fila da COHAB [Companhia de Habitação Popular de Curitiba], acaba tendo a sua realocação de casa com mais rapidez”, afirmou.

    Ele estimou a construção de 20 mil moradias populares, além da regularização fundiária de áreas há décadas ocupadas.

    “Além das 20 mil unidades que vou gerar, também vou fazer pelo menos mais 15 mil regularizações fundiárias nas áreas já consolidadas do município. Já abri conversa com o Tribunal de Justiça, que faz um trabalho de regularização, que é necessária a questão legal nas áreas que foram ocupadas já há 30, 40 anos atrás, mas que já estão passíveis de regularização para ajudar com o título da casa, o título do terreno para as famílias, para que a partir disso elas possam reformar a sua casa, ampliar, investir no seu patrimônio”, explicou.

    Segurança Pública

    O candidato comentou alguns de seus projetos para a área da segurança pública, como a abertura de concurso público para a Guarda Municipal de Curitiba e o programa Força Unida.

    “Nós pegamos a Guarda Municipal defasada oito anos atrás, contratamos mais de 500 guardas municipais. E eu já me comprometi que eu vou abrir um concurso público, nos primeiros 3 meses do governo, para várias categorias, entre elas a Guarda Municipal”, disse.

    “Eu quero continuar fortalecendo, claro, a integração com a Polícia Militar. Já conversei com o governador do Paraná, o governador Ratinho Júnior, para a criação do programa Força Unida, para colocar nas ruas de Curitiba quatro mil homens, quatro mil em rondas ostensivas da Guarda Municipal e da Polícia Militar, todos os dias na rua, nas ruas de Curitiba. Também ampliar o programa Muralha Digital, que é um programa que nós criamos, com 1.9 mil câmeras interligadas, a maior dela ainda na primeira etapa na região central, mas agora começar a ampliar para as ondas de violência que podemos ter na cidade de Curitiba, para prevenção”, ele explicou.

    Eduardo Pimentel lembrou a iniciativa de instalar botões do pânico, por exemplo, em todas as escolas públicas municipais “caso aconteça algum ataque, como vimos infelizmente em algumas cidades do país, como acontece nos Estados Unidos” e também mencionou que pretende aumentar “de 100 para 200” as unidades da Patrulha Maria da Penha para proteção às mulheres em condição de vulnerabilidade.

    Ele ainda se declarou a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em tramitação no Congresso Nacional, que pretende transformar “as guardas municipais em polícia municipal”.

    “Eu acho que isso é um grande avanço no poder de polícia e no combate ao crime em todas as cidades”, afirmou.

    Mudanças climáticas

    O candidato disse que “a pauta da sustentabilidade é muito importante”.

    “Eu quero fortalecer a nossa Secretaria do Meio Ambiente. Vou continuar investindo em novas energias. Hoje, 40% do que nós gastamos com energia na cidade de Curitiba, nos prédios públicos, é gerida pela energia limpa dos painéis solares que temos”, segundo ele.

    “Quero chegar a 100%. Eu quero transformar Curitiba numa cidade autossustentável em geração de energia”, disse.

    Ele falou sobre a ideia de plantar “500 mil árvores nos próximos quatro anos – 125 mil e fundos de vale, parques, prédios públicos” e comentou o projeto de “construir seis novos parques, num grande programa chamado Reserva Hídrica do Futuro, que já está na primeira fase. O primeiro parque será inaugurado até dezembro”, segundo Eduardo Pimentel.

    População de rua

    Sobre os moradores em situação de rua, Eduardo Pimentel afirmou: “O que acontece com frequência aqui em Curitiba? Em Curitiba, ele aceita o acolhimento, ele tem que ir por vontade, a lei diz isso. Ele aceita o acolhimento, mas, no dia seguinte, ele volta para a rua. É aí que está o desafio, mantê-lo no tratamento”.

    O candidato disse que, se for eleito, na sua gestão serão construídos novos FAS-SOS (Fundação de Ação Social de Curitiba), um centro que agrega “todas as etapas do tratamento da pessoa que está em situação de rua para que ela possa voltar a ter a sua independência”.

    O representante do PSD também afirmou que pretende ampliar e revitalizar os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da capital paranaense. Ele falou ainda em encaminhar os dependentes “para o tratamento em comunidades terapêuticas”, “para a profissionalização” e “em seguida, o emprego”.

    “Vou fazer com que os novos contratos dos prestadores de serviço da prefeitura tenham uma porcentagem de contratação dessas pessoas que estão se recuperando, para que tenham oportunidade de emprego”, segundo ele.

    “Ou, se ele for envolvido com o tráfico, com droga, tem que ser polícia militar e guarda municipal e tratar como criminoso, como tem que ser, com cadeia”, ele falou a respeito de usuários envolvidos com o crime.

    Funcionalismo público

    Sobre a exoneração de um servidor da Prefeitura de Curitiba, após acusações de pressionar funcionários da administração municipal a doarem recursos para a campanha de Eduardo Pimentel, o candidato afirmou que “não tinha ciência” do caso, que foi “um fato isolado” e que “imediatamente a prefeitura demitiu esse servidor comissionado que agiu por conta própria”.

    Ele ainda disse querer fortalecer os servidores, sem aumentar o tamanho da máquina pública.

    “Eu acredito permanentemente numa máquina pública ir diminuindo com responsabilidade, para que a gente possa fortalecer o empreendedorismo, aumentar a desburocratização, acredito muito nisso. Mas nós temos aqui em Curitiba um quadro de servidor que é um dos melhores do país, servidores públicos que nos ajudaram nessa reconstrução de Curitiba e que eu quero que me ajudem nessa mudança segura para os próximos quatro anos”, afirmou.

    “Eu quero rever os planos de cargos e salários, que agora nós temos condições financeiras, depois de pagar toda a dívida, de restabelecer a cidade. Mas eu acredito no livre-mercado, eu não tenho medo de concessões e parcerias com a iniciativa privada, desde que seja respeitada sempre a melhoria da qualidade e a diminuição do custo para o cidadão. Isso é fundamental. Não tenho nenhuma proposta de concessão no meu plano de governo, mas eu não tenho medo de discutir isso em ações que possam vir daqui nos próximos quatro anos”, segundo ele.

    Vacinação

    Segundo Eduardo Pimentel, em Curitiba, “passamos pela pandemia e aqui trabalhamos na ciência, a favor da vacina. Ninguém que precisou de atendimento de saúde deixou obter, todas as pessoas foram atendidas”.

    “Sou vacinado, minha esposa, meus filhos, e foi através da vacina que o mundo conseguiu avançar no combate à Covid, que foi tão difícil”, disse.

    “Eu defendo a vacinação com muita tranquilidade, porque salva vidas. Mas eu respeito a individualidade de cada um. E novamente, eu quero governar para todos”, afirmou.

    Entrevistas com candidatos

    Eduardo Pimentel participou da série de entrevistas com os candidatos às prefeituras no segundo turno.

    A exibição aconteceu ao vivo no CNN 360º, na TV e no canal da CNN Brasil no YouTube, a partir das 15h30.

    No primeiro turno em Curitiba, Pimentel obteve 33,51% dos votos válidos (313.347 votos) e Cristina Graeml (PMB) totalizou 31,17% dos votos válidos (291.523 votos).

    A entrevista com Graeml será realizada na quarta-feira (23).

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