80% das cidades recordistas em queimadas elegem prefeitos sem propostas contra incêndios
Só Cáceres (MT) e Lábrea (AM) escolheram candidatos que incluíram medidas de combate ao fogo nos planos de governo
Mesmo diante do elevado número de queimadas em 2024, eleitores de 80% das cidades recordistas em focos de incêndio optaram por eleger candidatos que ignoraram propostas de combate ao fogo nos planos de governo.
Um levantamento realizado pela CNN – com base nas 10 cidades que mais registraram queimadas em 2024 – mostra que só 2 prefeitos eleitos incluíram, nos planos de governo, medidas de combate às queimadas.
Cáceres (MT) e Lábrea (AM) são os municípios cujos prefeitos eleitos apresentaram ao menos uma proposta contra incêndios florestais no plano de governo enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A maioria destes municípios fica na região norte. São Félix do Xingu (PA) é a cidade que aparece com maior número de queimadas registradas neste ano: 7,3 mil, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Até 27 de outubro, data do segundo turno das eleições municipais, o Brasil registrou 238,9 mil focos de incêndio. Veja as cidades com maiores número de queimadas:
- São Félix do Xingu (PA): 7,3 mil;
- Altamira (PA): 5,8 mil;
- Corumbá (MS): 5,3 mil;
- Novo Progresso (PA): 4,8 mil;
- Apuí (AM): 4,6 mil;
- Lábrea (AM): 4,2 mil;
- Itaituba (PA): 3,2 mil;
- Porto Velho (RO): 3,1 mil;
- Cáceres (MT): 2,8 mil;
- Colniza (MT): 2,7 mil.
Queimadas em 2024
A área queimada no Brasil, neste ano, representa um aumento de 150% em relação a 2023, segundo um levantamento do Monitor do Fogo do MapBiomas divulgado em outubro. Até setembro de 2024, 22,38 milhões de hectares foram devastados, o equivalente à área do estado de Roraima, que tem 22,43 milhões de hectares.
De acordo com o MapBiomas, mais da metade da área destruída, nos nove primeiros meses de 2024, fica na Amazônia. São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS) são os municípios mais afetados, com 1 milhão e 741 mil hectares queimados respectivamente.