Voto de Campos Neto distensionou ambiente político, dizem membros do governo e do mercado
Segundo fontes, anúncio "abafou" o conflito político provocado pelo presidente Lula e pela esquerda do Partido dos Trabalhadores (PT)
O Voto de Minerva do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que garantiu uma queda de 0,5 ponto percentual da taxa Selic, tem distensionado o ambiente político.
A avaliação é a mesma tanto no Ministério da Fazenda quanto na Faria Lima.
Um dos maiores banqueiros do país afirmou que a decisão foi um “golaço” — isso porque já havia espaço para o corte nos juros devido ao resultado de indicadores recentes, que sinalizam deflação. Por isso, o voto foi técnico.
Ao mesmo tempo, o anúncio “abafou” o conflito político provocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela esquerda do Partido dos Trabalhadores (PT).
Segundo os banqueiros, a decisão permite que o país foque nas reformas.
Além disso, as fontes dizem que o voto de Campos Neto foi emblemático e que ele tem muita ascendência sobre os colegas, o que sinaliza placares menos apertados nas próximas reuniões.
No total, foram 5 votos a favor do corte de 0,5 ponto e 4 votos a favor de 0,25 ponto percentual.
Já no Ministério da Fazenda, o clima era de comemoração.
Segundo pessoas próximas, a avaliação do ministro Fernando Haddad é de que um corte de 0,25 ponto só faria sentido meses atrás, e que hoje os dados de inflação baixa e de queda de arrecadação mostravam que havia espaço para queda de meio ponto.
Em coletiva de imprensa na última quarta-feira (2), Haddad disse que vai prosseguir nas reformas para manter o clima de otimismo no país.
Veja quais são elas:
- Finalizar a reforma tributária
- Aprovar o marco fiscal
- Atingir o déficit zero em 2024
- Fazer a reforma do Imposto de Renda
- Aprovar os marcos das garantias e de resseguros
Publicado por Amanda Sampaio, da CNN.