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    Você pode investir nos EUA ou na China sem precisar ter conta no exterior

    Essa diversificação é essencial para quem deseja ter uma carteira de investimentos mais completa, com mais segurança e menos volatilidade

    Notas de dinheiro e moedas de vários países
    Notas de dinheiro e moedas de vários países Foto: John McArthur/Unsplash

    Vinícius Pereira, colaboração para o CNN Brasil Business

    Com a alta volatilidade no mercado acionário brasileiro, muita gente pensa em diversificar seus investimentos em produtos fora do País. Atualmente, o investidor brasileiro já pode investir em outros mercados mais tradicionais, como EUA e Europa, e mesmo em países emergentes com grande crescimento, como China e outros países asiáticos, de forma simples e sem precisar abrir uma conta no exterior. 

    Segundo especialistas ouvidos pelo CNN Business, essa diversificação é essencial para quem deseja ter uma carteira de investimentos mais completa, com mais segurança e menos volatilidade.

    “No geral, no longo prazo, é mais seguro quando você diversifica o mercado. Ao invés de concentrar tudo no Brasil, que tem muito risco e o mercado depende muito das commodities, que são mais voláteis, é sempre mais seguro ter uma carteira diversificada”, disse Rafael Gouveia, head de renda variável da Speed Invest.

    Para Virginia Prestes, professora de finanças da Faap, além da possibilidade de reduzir o risco do Brasil, se expor menos ao real e mais em outras moedas também é uma estratégia que deve ser levada em conta na formação de uma carteira.

    “Poder aproveitar a exposição em outra região para também ter uma exposição em uma moeda diferente. Sabemos que o real tem se desvalorizado nos últimos anos e, sempre que uma crise ocorre aqui, há uma corrida para o dólar. Então BDRs, ETFs e fundos são opções baratas e que podem defender um portfólio de investimentos”, afirmou.

    Fundos, ETFs ou BDRs?

    Atualmente, a B3, bolsa brasileira, oferece algumas formas de o investidor pessoa física colocar parte do seu dinheiro em empresas do exterior, como fundos, ETFs e BDRs.

    Os fundos de investimentos em ações classificados como “internacionais” optam por ter grande parte da carteira dos papéis de empresas de fora do Brasil, principalmente dos EUA. Já os ETFs são fundos de índices, que seguem o desempenho de um determinado índice, como o S&P 500, dos EUA, ou o MSCI China, do país asiático. 

    “A China deve crescer, ao contrário do mundo, que vem encolhendo, e a moeda da China é, de certa forma, atrelada ao dólar. Então, querendo ou não, é uma economia que cresce e é bem mais estável que a nossa”, afirmou Rafael Gouveia.
      
    A forma mais recente de o investidor aplicar seus recursos em empresas do exterior são os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, em inglês). Esses certificados representam ações que foram emitidas em outros países, como Amazon ou Facebook, por exemplo, e os investidores podem comprar como ações no Brasil.

    Cuidados necessários

    Apesar da facilidade, é necessário atenção redobrada antes de optar por comprar ações de outros países. Fatores desconhecidos pelos brasileiros, como leis e eventos desconhecidos, como feriados ou tensões políticas, podem impactar o valor dos papéis e reduzir o montante investido.

    “Muitos desses produtos não têm a devida lâmina, que explica o produto, em português. Alguns deles não são fáceis de fácil interpretação, então é necessário fazer uma lição de casa antes de investir”, disse Virginia Prestes.

    “Por não ser nosso país, há também fatores de risco, como legislação diferente e outras questões pertinentes a esses países que o investidor, talvez, não tenha conhecimento. O governo é diferente, legislação, região, podemos falar de desastres regionais… Então, tudo isso impacta investimentos e foge da realidade do investidor. Por isso, toda atenção é necessária”, completou.