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    Vendas do varejo crescem 0,7% em julho, aponta IBGE

    Resultado veio acima do esperado pelo mercado, na base mensal e na base anual de comparação

    Dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (15)
    Dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (15) Fernando Frazão/Agência Brasil

    Iasmin Paivada CNN

    São Paulo

    As vendas do varejo brasileiro cresceram 0,7% em julho na comparação com junho de 2023, após ficar estável no mês anterior.

    Com isso, a média móvel trimestral, depois de registrar recuo de 0,2% no trimestre encerrado em junho, variou 0,1% no trimestre entre maio e julho.

    Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma alta de 2,4%, segunda alta consecutiva nessa comparação. No acumulado do ano até julho (ante o mesmo período do ano anterior) foi de 1,5%. Já o acumulado nos últimos doze meses foi a 1,6%.

    Os resultados vieram acima do esperado pelo mercado, que calculava uma alta de 0,5% na comparação mensal, e de 2% na anual, conforme a mediana das estimativas da Bloomberg.

    O crescimento vem após três meses registrando resultados próximo de zero, destaca Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

    “Assemelha-se a março, em termos de patamar, pegando esse cenário de estabilidade, mas ainda não é o caso de um crescimento pronunciável”, ressalta.

    Com o resultado de julho, o comércio varejista do país está 2,2% abaixo do nível recorde da série, de outubro de 2020.

    Desempenho por segmento

    Quatro, das oito atividades calculadas, tiveram alta no mês. Destaque para Equipamentos e material para escritório informática e comunicação, com a maior expansão, de 11,7%.

    A atividade é que apresenta a maior volatilidade no ano de 2023, com resultados de grande amplitude, tanto no campo negativo quanto no positivo. O dólar e mudanças na política de importação ajudam a explicar a alta deste mês, segundo o IBGE.

    “Houve algumas mudanças na questão da tributação das importações, que acabam oferecendo um ímpeto maior na variação dessa atividade”, justifica o pesquisador.

    A segunda maior alta foi no setor de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que apresentou expansão de 8,4% na passagem de junho para julho. O pesquisador explica que o setor vem de um comportamento negativo nos últimos meses, influenciado pela crise contábil de grandes cadeias.

    “A alta vem muito por conta de base de comparação baixa, mas também houve promoções pontuais. Algumas grandes lojas realizaram uma espécie de antecipação de black friday. Embora tenha sido algo bastante específico, focado, e não tenha atingido a atividade como um todo, foi suficiente pra dar essa virada de trajetória” complementa Cristiano Santos.

    O setor de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que representa mais de 45% da pesquisa, também apresentou alta, de 0,3%. Embora próxima de zero, essa expansão, somada à alta do mês anterior, faz o setor de alimentos chegar a crescimento de 1,7% no bimestre, após queda em maio.

    Segundo Cristiano, esse resultado é influenciado por a uma pressão menor da inflação, atuando no aumento da receita das empresas. “Uma vez que diminuiu a pressão dos preços dos alimentos, a demanda tem margem para crescimento”, diz.

    A quarta atividade que fechou julho no campo positivo foi Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%).

    Já pelo lado das quedas, as atividades de destaque foram Tecidos, vestuário e calçados (-2,7%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,6%). A primeira vem acumulando forte queda nos últimos meses, ligada à crise contábil das grandes cadeias varejistas. J

    á a segunda, que vem de trajetória de recuperação em 2023, recua muito por conta da base alta de comparação. Móveis e eletrodomésticos (-0,9%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,1%) fecham as variações negativas de julho.

    Varejo ampliado

    No comércio varejista ampliado, que inclui outras três atividades, tanto o setor de Veículos e motos, partes e peças, quanto de Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo registraram expansão: 9,8% e 19,6% respectivamente.

    Já Material de construção variou -0,3% nesta comparação.

    Com isso, o volume de vendas do indicador teve retração de 0,3% na comparação mensal.

    A média móvel trimestral foi de 0,2% enquanto o acumulado no ano é de 4,3%.

    Nos últimos 12 meses, o varejo ampliado tem alta acumulada de 2,3%.

    Na comparação interanual, o setor foi cresceu 6,6% em julho de 2023 frente a julho de 2022.

    Os dados vieram abaixo das estimativas da Bloomberg, que calculavam queda de 0,1% no comparativo mensal, e alta de 7,1% no anual.

    Veja também: Juros a 13,75% ao ano deve impactar o varejo