Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Vendas do varejo crescem 0,1% em abril, diz IBGE

    Segundo o instituto, supermercados puxaram a leve alta do mês; crescimento nos 12 meses encerrados em abril é de 0,9%

    Da CNN*

    São Paulo

    As vendas do varejo brasileiro cresceram 0,1% em abril na comparação com março de 2023, quarto mês seguido de variações positivas. Na comparação com abril de 2022, houve alta de 1,9%, enquanto no indicador dos últimos 12 meses o crescimento foi de 0,9%.

    Nos primeiros quatro meses do ano, as vendas do comércio registraram crescimento de % comparado ao mesmo período de 2022. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Das oito atividades analisadas pela pesquisa, apenas três tiveram resultados positivos em abril: Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%).

    O setor de hiper e supermercados, o de maior peso entre as atividades, teve a maior influência positiva no mês. Foi o maior crescimento do setor desde março de 2020 (10,5%).

    O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, afirma em nota do IBGE que o resultado dessa atividade é ligado principalmente às vendas da Páscoa.

    “Antes da pandemia, os resultados das vendas da Páscoa no varejo apareciam sobretudo em abril. Nos anos subsequentes, os ovos começaram a ser vendidos muito antes, em janeiro, e essas vendas eram diluídas ao longo desses meses. Neste ano, houve uma volta ao padrão de antes, e o resultado forte das vendas da Páscoa puxou o setor de hiper e supermercados”, explica.

    Entre as cinco atividades que ficaram no campo negativo em abril, destacaram-se os setores de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-3,7%).

    Segundo Santos, elas foram mais responsáveis por puxar o indicador para baixo, por razões distintas. A atividade de Tecidos, vestuário e calçados tem uma trajetória de queda há muito tempo.

    “Se olharmos todos os indicadores desse setor, desde setembro, em geral, o cenário é muito negativo, com exceção de janeiro (27,3%), quando grandes redes fizeram promoções, após as vendas fracas no Natal e na Black Friday. Esse crescimento de grande amplitude aconteceu em uma base de comparação baixa”, afirma.

    O pesquisador associa a trajetória da atividade a uma mudança de comportamento ocorrida durante a pandemia. “Com o menor deslocamento das pessoas, houve menos necessidade de consumir produtos dessa natureza, como roupas e calçados. Essa mudança no consumo impactou as grandes redes, que têm fechado lojas nesse período em todo o país”, explica.

    Com os resultados negativos seguidos, o setor de tecidos, vestuário e calçados é um dos que ainda não recuperaram o patamar pré-pandemia, ficando 22,1% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020.

    Já o segmento de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) vem de uma alta de 6,3% no mês anterior e de uma queda de 9,7% em fevereiro. “A trajetória dessa atividade é relacionada às variações do dólar, com as quedas e as altas que se alternam ao longo dos meses”, diz Santos.

    Essa atividade ainda se encontra 17,8% abaixo do patamar pré-pandemia.

    Outras atividades que ficaram no campo negativo foram Combustíveis e lubrificantes (-1,9%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,5%).

    No varejo ampliado, em que são considerados também os setores de Veículos, motos, partes e peças (-5,9%) e Material de construção (-0,8%), houve retração de 1,6%.

    Comparação anual

    Na comparação com abril do ano passado, o volume de vendas do varejo variou 0,5%, a nona taxa positiva seguida.

    Houve queda em cinco das oito atividades pesquisadas: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-18,0%), Tecidos, vestuário e calçados (-11,0%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-5,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,7%) e Móveis e eletrodomésticos (-2,4%).

    Já os setores de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,1%), Combustíveis e lubrificantes (8,7%) superaram os resultados de abril de 2022.

    No varejo ampliado, enquanto Veículos e motos, partes e peças (-1,9%) e Material de construção (-7,6%) recuaram, o setor de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 14,5% em abril de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado.

    Frente ao mês anterior, o varejo registrou resultados positivos em 16 das 27 Unidades da Federação, com destaque para as altas registradas pela Paraíba (3,6%), Pernambuco (2,3%) e Distrito Federal (2,0%).

    As demais 11 Unidades da Federação ficaram no campo negativo, com as quedas mais expressivas vindas de Espírito Santo (-4,3%), Amapá (-1,2%) e Paraná (-1,1%).

    Ainda na passagem de março para abril, no varejo ampliado, houve resultados negativos em 17 Unidades da Federação, com destaque para Mato Grosso do Sul (-7,3%), Rondônia (-5,1%) e Paraná (-5,1%). Dez Unidades da Federação ficaram no campo positivo, com destaque para Bahia (4,8%), Minas Gerais (4,0%) e Maranhão (3,5%).

    *Publicado por Dimalice Nunes