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    Vendas de espumantes no Natal e Réveillon devem ter crescimento de ao menos 15%, diz setor

    Dados são da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), divulgados com exclusividade à CNN; até outubro aumento já era de cerca de 7%

    Vendas de espumantes cresceram
    Vendas de espumantes cresceram Salton/Instagram

    Karla ChavesGuilherme GamaGiovanna Bronzeda CNN

    São Paulo

    Para o mercado de espumantes, o ano de 2022 deve encerrar com motivos de sobra para brindar. Com as confraternizações, Natal e Réveillon as vendas deste ano devem ter crescimento de ao menos 15%, em comparação com 2021. Ano passado, foram comercializados 21 milhões de litros da bebida.

    Os dados são da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), divulgados com exclusividade à CNN. Até outubro, as vendas já apresentaram aumento de cerca de 7%.

    De acordo com Daniel Panizzi, presidente de Uvibra, historicamente, os últimos quatro meses do ano, concentram de 30% a 40% das vendas de espumantes, resultado que é impulsionado principalmente pelo mês de dezembro.

    A produção é baseada na colheita da uva, e como as vendas são concentradas no último quadrimestre, no começo do ano as vinícolas já se preparam para chegar neste mês com estoque para atender a demanda.

    Além do espumante

    Durante muito tempo a cerveja dominou com larga vantagem a preferência e o espaço no copo dos brasileiros, mas com as medidas restritivas, causadas pela pandemia, as taças de vinho e espumante deixaram de ser usadas apenas em datas especiais e passaram a fazer, cada vez mais, parte do dia a dia.

    Depois de atingir patamares nunca antes alcançados, este ano o setor de vinhos já aguardava uma queda nos números, o que de fato aconteceu. Dados da ideal consulting, consultoria especializada no mercado de vinhos, mostram que de janeiro a outubro deste ano, houve uma queda de cerca de 10% no volume de estoque da bebida no Brasil. O cálculo é feito a partir da soma em milhões de litros da comercialização das vinícolas nacionais com as importações.

    “Eu acredito que o problema econômico, no Brasil e no mundo, é realmente o principal fator para esta desaceleração do mercado e redução do investimento do próprio varejo em relação ao volume de estoque existente. Hoje temos diminuição de demanda e altas taxas de juros que incidem sobre a rentabilidade”, afirma Felipe Galtaroça, presidente da Ideal Consulting.

    Ainda de acordo com a consultoria, apesar da queda, quando comparado com o período pré-pandemia, os números de 2022 ainda são melhores.

    Mesmo com este movimento do mercado, após recém completar 20 anos de existência, a Grand Cru, uma das maiores importadoras de vinhos da américa latina, tem motivos de sobra pra comemorar.

    De acordo o CEO Alexandre Bratt, em 2022, quando comparado com o ano anterior a empresa cresceu em praticamente todos os canais. 40% no On Trade, que são restaurantes, e 20% no Off Trade, que são supermercados. Ainda segundo o CEO, nas lojas e franquias o crescimento chega à casa dos 10%.

    “Esse crescimento se dá por vários fatores, a gente estruturou muito bem o nosso time. A gente tem um portifólio muito forte, abrimos muitas lojas. No ano passado foram 35 lojas da bandeira Grand Cru e este ano estamos abrindo mais 20 lojas. É um efeito de levar mais vinhos para mais regiões, de maneira estruturada”, explica Alexandre Bratt.

    Segundo o CEO, além do aumento do consumo nos últimos anos, foi possível perceber uma mudança de comportamento em relação aos tipos de vinhos escolhidos. Os brancos e rosés caíram no gosto dos brasileiros e isto expandiu ainda mais o mercado, afinal, se antes o vinho era considerado por muitos, uma bebida de inverno, agora passou a estar presente em todas as estações, incluindo o verão.

    “É uma mudança importante, 10 anos atrás a gente tinha muito preconceito com vinhos brancos e muito mais com vinhos rosés. Agora já tem uma mudança, onde cada vez mais vinhos brancos e roses estão sendo consumidos “, afirma.

    A meta da empresa, que trabalha com lojas on-line e físicas é fechar 2022 com mais de 5 milhões e 500 mil garrafas importadas e 11 milhões e 800 mil garrafas vendidas. Para 2023 a expectativa é continuar na colheita da boa sofra e abrir pelo menos 20 novas franquias e 6 lojas.

    “ A gente prevê um mercado estável no consumo de vinhos. Então, 100% do nosso crescimento não se dá em cima de novos consumidores, mas se dá em cima de ganho de market share. 2022 foi um ano de muito investimento em cultura corporativa, em novos sistemas, em novas plataformas. Sem dúvidas, vai ser um ano desafiador, seja politicamente, seja economicamente, mas acredito que a gente tenha se preparado bem, para fazer um 2023 muito bonito pela frente”.

    Clubes do vinho

    Um serviço que cresce cada vez mais no país é o de assinatura de vinhos. Hoje, um dos maiores clubes de assinatura do mundo é a Wine, fundada no Brasil em 2008. De acordo com German Garfinkel, diretor de supply e b2b do grupo, a empresa encerrou o terceiro trimestre de 2022 com 351 mil assinaturas ativas, um aumento de 70 mil em relação ao mesmo período em 2021.

    “No final de 2018, tínhamos 115 mil assinaturas ativas no Clube Wine e, hoje, são 351 mil. Ou seja, de lá pra cá a base de sócios triplicou. Além disso, tivemos uma receita líquida de R$ 201,2 milhões no terceiro trimestre de 2022, um crescimento de 24,9% em relação ao mesmo período do ano passado”.

    Apesar dos desafios econômicos previstos para 2023, o diretor acredita que a tendência é de que o mercado de vinhos se consolide cada vez mais no Brasil.

    “Dificilmente as pessoas deixam a nossa categoria e isso é uma característica muito vantajosa. Em outras palavras, não existe ex-tomador de vinho. Os consumidores brasileiros são ansiosos por novidades, como vinícolas novas em diferentes regiões, por isso novas categorias estão sendo bem sucedidas e bem avaliadas pelos sócios do Clube Wine”, disse o executivo.

    De olho na demanda aquecida do fim ano, a empresa recém inaugurou um quiosque temporário, montado no shopping Morumbi, na zona sul de São Paulo. Além de kits com vinhos, o espaço também oferece vale-presentes com 3 meses de assinatura do clube.

    “Já atuamos com 17 lojas físicas localizadas em áreas de grande concentração de sócios, mas ainda não tínhamos inserido a marca em shoppings. O conceito do quiosque em um shopping de grande fluxo vem para posicionar o vinho como o presente perfeito para o Natal”, conclui.