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    Via Varejo, Ambev: 10 ações recomendadas por gestoras para investir em julho

    Via Varejo e Itaú são dois, dos 10 papéis recomendados pelas gestoras. De acordo com analistas, a expectativa para o mês é de manutenção de alta no curto-prazo

    Loja das Casas Bahia, rede que pertence à Via Varejo, em São Paulo (SP)
    Loja das Casas Bahia, rede que pertence à Via Varejo, em São Paulo (SP) Foto: REUTERS/Paulo Whitaker

    Paula Bezerra, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O segundo trimestre foi de bonança para os investidores que apostam em ações. Mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, que tem provocado uma grave crise econômica mundial, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve o melhor resultado para o período desde 1997. Empresas como Via Varejo, Ambev e Itaú, por exemplo, destacaram-se em crescimento de mercado e despontaram como três das 10 ações recomendadas para se investir em julho. 

    É o que aponta o levantamento realizado a pedido do CNN Brasil Business, a sete gestoras do país – Santander, Rico, Toro Investimentos, Guide, Genial investimentos, Easynvest e Warren.

    Para elaborar a carteira, o CNN Brasil Business recebeu recomendações de ações e avaliação dos principais setores que os investidores devem ficar de olho neste mês. Cada uma delas sugeriu 10 papéis, com peso respectivo de 10%, e analisou cinco setores da economia. As ações que receberam duas recomendações, ou mais, entraram ou se mantiveram na lista.

    No caso dos papéis que receberam apenas duas recomendações, o critério de desempate para entrar na carteira foi se ela já estava no mês anterior e valorização de mercado. A mesma metodologia se deu para os setores.

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    Empresas como Petrobras e Vale seguem como as queridinhas dos investidores, integrando a carteira pelo terceiro mês consecutivo. Já os destaques estão com Via Varejo e Itaú, que tiveram duas recomendações cada para julho e entraram na carteira justamente pela valorização de mercado no mês anterior.

    No segundo trimestre, a dona da Casas Bahia despontou com um dos melhores desempenhos do mercado – uma alta de 189,96%. Segundo a Economatica, ao final de 2019 a ação da companhia era a sétima mais negociada em bolsa. Em junho, porém, a Via Varejo passou a figurar o top 3 ações do Ibovespa, ultrapassando, inclusive, o Itaú.

    Entre os dos principais motivos para a valorização foi o crescimento do setor eletrônico em meio ao isolamento social. Não à toa, o setor respondeu por três das cinco maiores altas do Ibovespa entre abril e junho. 

    Além do segmento de e-commerce, o financeiro também demonstrou resultado sólido, com valorização de 22,29%. Entre os papéis listados pelas corretoras, B3 e Itaú aparecem como as apostas do setor. 

    No mês julho, JBS, Suzano, TOTVs e Bradesco deixaram o ranking principal, mas ainda são lembradas por ao menos duas gestoras.

    Além delas, Banco do Brasil, Locaweb, Hapvida, Equatorial Energia, Cemig e SLA Agrícola também foram citadas por corretoras como papéis com grande potencial de desempenho. No caso das companhias do setor de energia, a recomendação se deu pela solidez do setor e possibilidade de crescimento, mesmo diante da pandemia. Exemplo disso é que no segundo trimestre, o índice de energia elétrica teve alta de 21,7% no Ibovespa.

    Desempenho do mercado 

    Mesmo diante de uma grave recessão econômica, que deixou mais da metade da população com idade para trabalhar desocupada, e projeções cada vez mais pessimistas para a retração do PIB em 2020, o mercado financeiro mantém um bom desempenho.

    Em junho, o principal índice da bolsa brasileira teve o segundo maior volume médio diário movimentado, com R$ 28,9 bilhões em média por dia. Além disso, junho representou o terceiro mês seguido de alta, com valorização de 8,76% e garantiu a melhor performance trimestral desde 1997, com um crescimento de 30,2%. 

    A carteira de junho do CNN Business, composta por 12 ações, perdeu para o Ibovespa por pouco: a valorização foi de 8,4%. Os destaques positivos ficaram com a indústria de peças automotivas WEG, com 21,08% de alta, e com a própria bolsa de valores, a B3, com valorização de 20,99% de seus papéis. Três ações tiveram perdas na carteira: o frigorífico JBS (-4,2%), a empresa de papel e celulose Suzano (-2,9%) e Rumo Logística (-0,2%).    

    “O mês de junho foi o terceiro seguido de boa recuperação dos preços de boa parte dos ativos de risco, após as grandes quedas vistas em março. No ambiente interno, o cenário político foi bem mais tranquilo do que nos últimos meses, apesar da retomada do caso de Fabrício Queiroz”, avalia Felipe Silveira, da Capital Research.

    Em meio a um cenário de Selic no menor patamar da história e ampla liquidez global, provocada pelo combate ao novo coronavírus, o Ibovespa tem trazido resultados surpreendentes. Dados da Economatica demonstram que, enquanto em 2019 a bolsa brasileira movimentou R$ 3,77 trilhões, apenas no primeiro semestre de 2020 o índice já contabilizou R$ 3,19 trilhões – algo como 84,6% do acumulado do ano passado. 

    “Mesmo com as preocupações de uma nova onda global de Covid-19, a possível continuação de estímulos fiscais, retomada econômica e taxas de juros nas mínimas históricas vão impulsionar os investimentos de riscos, principalmente as ações. Por isso, é importante manter uma carteira diversificada e uma reserva de emergência em dia”, conclui. 

    O que esperar em julho 

    Para o mês de julho, a expectativa dos gestores é a de que o Ibovespa mantenha a tendência de alta, ao menos no curto-prazo. de tendência de alta no curto-prazo. Segundo Rafael Panonko, chefe de investimentos da Toro, ativos com maior exposição à recuperação da atividade econômica mundial, como Petrobras e Vale, continuarão se destacando. Além disso, mesmo com o afrouxamento das regras de isolamento social, empresas com o e-commerce sólido e estruturado tendem a manter bons resultados. 

    Confira, a seguir, o comentário sobre as ações mais recomendadas para o mês de julho: 

    Vale
    Ação: VALE3
    Comentário do especialista: “Acreditamos que a forte valorização recente do minério no mercado internacional; a maior demanda da China por minério de maior qualidade; além das melhorias operacionais, reflexo da forte redução de custo caixa, compensarão os riscos de governança e ambientais da companhia”, diz Henrique Esteter, analista da Guide. “No curto prazo, porém, os papéis da mineradora devem continuar voláteis, reflexo do fluxo de notícias negativas em torno da empresa dados os danos de imagem à companhia e provisões para pagamento de multas e indenizações.”

    Petrobras
    Ação:
    PETR3
    Comentário do especialista: “No curto-prazo, os principais pontos que sustentam nossa recomendação são: continuidade da venda de ativos onshore e avanço do projeto de desinvestimento das refinarias. Outro ponto é que a Petrobras vem reposicionando seu portfólio em ativos de maior rentabilidade, com foco na desalavancagem financeira da estatal”, diz Esteter, da Guide. “Num primeiro momento, as ações da Petrobras devem permanecer com alta volatilidade acompanhando os desdobramentos entre as tensões  de Rússia e Arábia Saudita, que ainda seguem negociando um possível acordo para a redução da produção de petróleo”, analisa. Mas, a expectativa geral é positiva. 

    B3
    Ação: B3SA3
    Comentário do especialista: em forte tendência de alta, B3SA3 rompeu seu topo histórico (R$ 51,71) e já subiu muito, inclusive. Nesta posição, adotamos uma estratégia diferente para nos posicionarmos em um ativo que está voando e que acreditamos, no médio prazo, na continuidade deste movimento, apesar de no curto prazo ser natural uma correção.

    WEG
    Ação: WEGE3
    Comentário do especialista: “Acreditamos que a exposição global de WEG combinada com o nível cambial realizado no primeiro semestre de 2020 devera prover à companhia uma base sólida de recursos para atravessar o período de pandemia de maneira mais suave que outras empresas de bens de capital”, avalia Jorge Junqueira, sócio da Gauss Capital. “Adicionalmente, a companhia é bastante exposta a setores pouco impactados pela crise do Covid-19 (como o segmento de novos projetos de transmissão de energia, por exemplo), o que a torna uma posição defensiva e bastante resiliente à crise global.”

    Magazine Luiza
    Ação: MGLU3
    Comentário do especialista: “O setor de empresas de varejo, especialmente aquelas que possuem um sistema de e-commerce robusto, mostram uma continuidade da operação, mesmo com o fechamento das lojas físicas. O fortalecimento do e-commerce tende a se perpetuar no longo prazo, alterando a estrutura do setor e as empresas com maior potencial de crescimento”, diz Igor Cavaca, analista de renda variável da Warren. “Acreditamos que as empresas que saíram na frente tendem a ganhar com isso.” 

    Rumo Logística 
    Ação: RAIL3
    Comentário do especialista: “Para o 2T20, ainda esperamos o impacto da concorrência do frete rodoviário para a Rumo Logística, mas para o restante do ano de 2020, a expectativa é de recuperação de volumes e de margens, uma vez que é esperada recuperação da economia interna e aumento no transporte e nas exportações de grãos”, analisa Pedro Galdi, da Mirae Asset. “O guidance para o ano de 2020 indica um Ebitda entre R$ 4,150 bilhões a R$ 4,650 bilhões. Além disso, a Rumo assinou a renovação da Malha Paulista até 2058. Para os próximos anos esperamos investimentos significativos nas malhas ferroviárias Norte e Sul, operadas pela Rumo e maior eficiência das mesmas.”

    Ambev
    Ação: ABEV3
    Comentário do especialista: “Avaliamos que para a Ambev o pior já tenha passado: a empresa pode se recuperar do choque do coronavírus por meio dos investimentos feitos no canal on-line – tanto os voltados para os comércios quanto para os clientes finais – além da maior diversidade de marcas e melhorias nos produtos”, analisa Panonko, da Toro. “Somado a isso, a sua posição de caixa forte também a torna mais resiliente. Por isso, recomendamos compra dos papéis da empresa.”

    Lojas Renner
    Ação: LREN3
    Comentário do especialista: “Em apenas seis dias, os papéis da Lojas Renner atingiram o objetivo e alcançaram o valor de R$ 48,00, obtendo uma valorização de 24,51%. No decorrer do mês, o ativo foi devolvendo parte dos ganhos e neste momento há uma ameaça de possível correção mais acentuada ao cruzar para baixo das médias móveis”, afirmam José Falcão Castro e Hugo Carone, da Easynvest. “Já era esperado movimentos mais fortes relacionados as empresas do setor de varejo, porém visamos a geração de valor de compsnhis no médio e longo prazo, o que ainda faz dela uma oportunidade.”

    Itaú
    Ação: ITUB4
    Comentário do especialista: “Os bancos aumentaram bastante a provisão de recursos para inadimplência e esse movimento, associado a medidas legais, tende a refletir-se em uma redução da lucratividade. No entanto, acreditamos que o setor teve uma recuperação menor em relação à média do Ibovespa”, diz Cavaca, da Warren. “É um setor mais defensivo, que tende a retomar sua lucratividade nos próximos anos. Com expectativa de aumento da taxa básica de juros nos próximos anos, as receitas tendem a crescer.” 

    Via Varejo
    Ação: VVAR3
    Comentário do especialista: “A Via Varejo passou por mudanças significativas ao longo dos últimos meses e o grande desencadeador foi a grande alteração no seu quadro societário. A bandeira principal da nova gestão é focar no segmento do e-commerce, que apresenta menores custos e margens de ganho mais dilatadas”, afirma Panonko, da Toro. “Mais do que isso, a Via Varejo está entre as empresas que mostraram maior habilidade de adaptação ao “novo normal” de compras sem sair de casa, no contexto da epidemia no Brasil.”

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