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    Veja 3 opções de investimentos com pouco risco para quem quer deixar a poupança

    Caderneta é considerada uma das opções mais seguras para se guardar dinheiro, mas é a que oferece um dos retornos mais baixos do mercado

    Poupança acumula queda desde setembro de 2020
    Poupança acumula queda desde setembro de 2020 Tirelire_Avenue/Pixabay

    Mitchel Dinizcolaboração para o CNN Brasil Business em São Paulo

    A poupança tem mais de R$ 1 trilhão investidos, de acordo com o Banco Central, e continua sendo a aplicação favorita do brasileiro. A caderneta é considerada uma das opções mais seguras para se guardar dinheiro, mas é a que oferece um dos retornos mais baixos do mercado. E mesmo com os juros da economia (taxa Selic) mais altos, continua perdendo para a inflação.

    O rendimento da poupança hoje é de 70% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), títulos de empréstimos negociados entre os bancos. Essa taxa varia de um dia para o outro, mas acompanha de perto a Selic, atualmente em 5,25% ao ano. Sendo assim, a rentabilidade da poupança ainda é menor que os juros da economia (algo em torno de 3,675% ao ano).

    Na prática, o poupador perde poder de compra ao deixar dinheiro parado na caderneta, pois a inflação acumulada nos últimos doze meses está em torno dos 9%. Mas além da segurança, a poupança possui o atrativo da liquidez diária, ou seja, o dinheiro aplicado pode ser resgatado a qualquer momento. Também não há cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre o rendimento da aplicação.

    Planejadores financeiros ouvidos pelo CNN Brasil Business listaram outras aplicações com características similares à poupança, mas que oferecem retornos maiores. O poupador que decide sair da caderneta, porém, precisa definir objetivos para a aplicação.

    “Se for para reserva de emergência, precisa necessariamente ser um investimento pós-fixado [indexado a uma taxa] e com liquidez diária”, afirma o planejador financeiro Jaques Cohen, lembrando que não há investimento sem risco. “Existem o risco de crédito, de liquidez e o risco de mercado. E aí, dependendo do horizonte de tempo do investidor, a gente pode balizar quais seriam esses investimentos”, diz.

    Tesouro Selic

    O título emitido pelo Tesouro Nacional é considerado até mais seguro do que a poupança. “É como se o investidor estivesse emprestando dinheiro para o governo. Logo, é o governo que assume a garantia do empréstimo”, diz Andres Montano, planejador financeiro. Como o próprio nome sugere, o Tesouro Selic rende de acordo com os juros da economia, mas ao contrário da poupança, paga 100% da taxa.

    A liquidez do título também é diária, ou seja, o investidor pode resgatar os recursos quando precisar. O Tesouro Selic garante ainda que a rentabilidade vai ser maior se os juros subirem. Na poupança não é assim: caso a Selic ultrapasse os 8,5% ao ano, o rendimento da poupança trava em 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que hoje está zerada.

    “A rentabilidade da poupança em torno de 6% ao ano com os juros mais altos e, por isso, o Tesouro Selic vai dar mais retorno”, diz Júnior Monteiro, consultor de investimentos e sócio-fundador da Six Capital.

    O Tesouro Selic, porém, não é isento de IR. O rendimento da aplicação é tributado de acordo com o tempo de investimento, e a alíquota vai de 22,5% (nos investimentos de até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias).

    CDB

    O Certificado de Depósito Bancário é um título de renda fixa emitido pelos bancos. Na prática, o investidor empresta dinheiro para a instituição financeira e recebe juros por isso. O CDB pode ser pré ou pós-fixado, e é possível encontrar opções que pagam mais de 100% do CDI. A liquidez do título, no entanto, pode variar e, em alguns casos, os recursos só podem ser acessados novamente no vencimento do CDB.

    “Muitos têm liquidez diária, mas alguns só no prazo e isso precisa ser observado a depender do objetivo do investidor”, ressalta Monteiro.

    Andres Montano afirma que os CDBs com liquidez diária são mais comuns em bancos digitais, e o investidor precisa conhecer a qualidade do crédito que está adquirindo. “O recomendável é buscar instituições mais sólidas, para que o investidor se sinta seguro”, afirma o planejador.

    O CDB tem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que cobre aplicações de até R$ 250 mil em caso de falência da instituição financeira. “Mas é importante lembrar que mesmo tendo FGC, uma reserva de emergência não pode esperar o tempo do ressarcimento cair na conta”, alerta Jaques Cohen.

    Fundos DI

    Os fundos são como condomínios de investimento em que os moradores, nesse caso os cotistas, investem recursos individualmente e o montante é aplicado de acordo com uma estratégia. A função dos Fundos de Renda Fixa Referenciados DI, ou simplesmente Fundos DI, é garantir ao cotista uma rentabilidade de 100% do CDI. Para isso, o gestor do fundo vai escolher em quais títulos investir.

    “Apesar de não ter a cobertura do FGC, esses fundos são compostos em 95% por títulos públicos de diferentes tipos e com vencimentos diferentes. Isso também traz segurança para o investidor”, afirma Andres Montano.

    A modalidade também tem liquidez diária, mas como todo fundo de investimento, é importante que o investidor observe o valor de taxas de administração e outras tarifas que podem ser cobradas pelo Tesouro e pela B3.