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    Vale e francesa GravitHy fazem acordo para estudar produção de aço neutro em CO2

    Briquete é um produto que faz parte dos planos da empresa brasileira para alcançar compromisso de reduzir em 15% as emissões líquidas de escopo 3 até 2035

    Usina siderúrgica em Hefei, China
    Usina siderúrgica em Hefei, China Reuters/Stringer

    Por Marta Nogueira, da Reuters

    A Vale e a francesa de ferro sustentável GravitHy assinaram um acordo que visa buscar soluções para a produção de aço neutro em carbono, a partir dos briquetes de minério de ferro da mineradora brasileira, informou a companhia em nota à Reuters.

    A partir de um Memorando de Entendimento (MoU), as companhias vão estudar a construção de uma planta para produzir briquetes para redução direta — uma das rotas utilizadas na produção de aço — a partir de minério de ferro de alta qualidade da Vale em Fos-sur-Mer, na França.

    Anunciado pela Vale em 2021, o briquete é um aglomerado de minério de ferro que reduz as emissões no processo de fabricação de aço na rota de alto-forno e que emite menos CO2 do que a pelota na sua fabricação. O produto faz parte dos planos da empresa para alcançar o seu compromisso de reduzir em 15% as emissões líquidas de escopo 3 até 2035.

    Caso confirmada, a planta de briquete seria construída próxima à primeira planta de Direct Reduction Iron (DRI, também conhecido como ferro-esponja) da GravitHy, cuja produção está prevista para 2027 em Fos-sur-Mer.

    A planta da GravitHy foi projetada para produzir DRI usando hidrogênio como combustível redutor, diminuindo substancialmente as emissões de carbono na cadeia siderúrgica quando comparada à produção de ferro-gusa por meio da rota integrada BF-BOF, que usa coque e carvão metalúrgico. O projeto prevê capacidade de produção de 2 milhões de toneladas por ano e investimentos de 2 bilhões de euros.

    O DRI será usado diretamente ou comercializado globalmente na forma de hot-briquetted iron (HBI) para ser usado como matéria-prima na produção de aço com baixo teor de CO2.

    “Este MoU reforça a confiança da Vale na rota de redução direta e no uso de hidrogênio para permitir a descarbonização da siderurgia”, disse a mineradora, em nota.

    A Vale destacou ainda que desde 2021 se engajou com mais de 30 clientes siderúrgicos, que representam aproximadamente 50% das emissões de Escopo 3 da empresa. Nos planos da empresa, ela busca ainda reduzir suas emissões absolutas de Escopo 1 e 2 em 33% até 2030 e atingir zero líquido até 2050, em linha com o Acordo de Paris.

    Em 3 de maio, a Vale informou que testou com sucesso um novo tipo de briquete de minério de ferro, adaptado para a rota de redução direta, que contribuirá para a descarbonização da produção de aço. O novo tipo de briquete, de acordo com a mineradora, emite cerca de 80% menos CO2 do que as pelotas em sua fabricação, reduzindo as emissões diretas e indiretas da empresa (escopos 1 e 2).