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    Vale, B3, Weg: 10 ações recomendadas por corretoras para investir em maio

    O setor financeiro foi, mais uma vez, o mais recomendado na carteira do CNN Business. Commodities, saúde e varejo também estão representados

    Logotipo da Rede D'Or São Luiz. 2/12/2015
    Logotipo da Rede D'Or São Luiz. 2/12/2015 Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Abril foi o mês do alívio com a sanção do Orçamento da União para 2021. O documento gerou muita movimentação em Brasília e na bolsa paulista, com investidores desconfiados com a saúde fiscal do Brasil. 

    O mês que terminou na última sexta-feira (30) também foi um das mais tristes da história do país, com a pandemia de Covid19 causando 82.401 mortes. O Brasil está em quinto lugar entre os países que aplicaram o maior número de vacinas contra a Covid-19. Na conta de doses por 100 habitantes, porém, o país cai para 56º lugar no ranking. 

    Mesmo assim, o Ibovespa encontrou fôlego para subir e testou no mês passado o patamar dos 120 mil pontos. Algumas ações se destacaram, como a da Hering (HGTX3), que subiu 70% no último mês. Na outra ponta, a BRF (BRFS3) teve desconto de 17,5% por causa do aumento de commodities agrícolas, o que aumentou o custo da produção de frangos e pressionou as margens da empresa. 

    A carteira 

    Entre as principais apostas dos especialistas para um bom desempenho na carteira de renda variável em maio, a maioria está no setor financeiro. Na carteira do CNN Business, que recebe recomendações das principais corretoras do mercado, estão quatro empresas do segmento: Bradesco (BBDC4), BTG Pactual (BPAC11), B3 (B3SA3) e Itaú (ITUB4). 

    A ação mais recomendada, porém, está no setor de commodities. A Vale (VALE3), presença frequente na carteira do CNN Business, teve seis recomendações e foi a mais indicada para investir em maio. Confira a lista completa: 

    Para chegar a essa lista, recebemos recomendações de ações e avaliação dos setores em que os investidores devem ficar de olho. Neste mês, as corretoras que participaram do levantamento foram Santander, Toro Investimentos, Guide, Genial Investimentos, Órama, Investmind e Easynvest. 

    Cada uma delas sugeriu 10 papéis, com peso respectivo de 10%, e analisou cinco setores da economia.

    As ações da Localiza (RENT3), PetroRio (PRIO3), Petrobras (PETR3), Aliansce Sonae (ALSO3) e do Assaí (ASAI3) também receberam duas recomendações, mas ficaram de fora da lista porque tiveram valorização inferior a Marfrig e Rede D’Or no mês passado. Weg, Itaú, Multiplan e Suzano entraram na carteira recomendada porque estiveram na carteira do CNN Business de abril.

    Vale 

    Ação: VALE3

    Comentário: Sergio Franco, head de Renda Variável da Órama Investimentos

    “Acreditamos que a retomada das economias globais resultará em um novo superciclo de commodities, especialmente no minério de ferro, principalmente em países como a China. Além da citada retomada, vemos no horizonte estímulos vindo para reforma de infraestrutura nas economias desenvolvidas, o que vai aumentar a demanda de minério no futuro. Esse crescimento de demanda tem impactado de forma significativa os preços da commodity e. consequentemente. beneficiado as mineradoras de forma geral.

    A companhia possui algumas plantas que estão paradas e, assim, mesmo que a demanda por minério aumente, será possível honrar os pedidos sem grandes problemas.

    Seu robusto pagamento de dividendos semestrais é um grande atrativo e uma forma de balancear nossa carteira de investimentos com uma empresa bastante sólida.” 

    BTG Pactual 

    Ação: BPAC11

    Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

    “O BTG Pactual segue apresentando bons resultados, mesmo em meio a um cenário de impactos econômicos da Covid-19 em 2021. O banco reforçou o seu balanço no início da crise, realizou um novo follow-on em 2021, apresentando níveis confortáveis de liquidez, com espaço para crescimento inorgânico.

    No segmento de crédito, a carteira do segmento corporate mantém a boa performance, com risco de crédito reduzido e melhora nos spreads bancários. O cenário de juros em patamares mais baixos também beneficia as outras operações do banco, com crescimento nas captações no segmento de Wealth e Asset Management, impulsionados principalmente pela nova plataforma digital do banco e pelo varejo alta renda. Aliado a isto, a expansão do banco para o segmento digital deve continuar a gerar maior alavancagem operacional, com a expansão do portfólio de produtos, atingindo setores ainda pouco explorados.

    Ainda vemos um cenário muito favorável para ofertas públicas, impulsionando o resultado do segmento de Investment Banking. O segmento de Sales & Trading deve permanecer com bons números, dada a volatilidade do mercado.

    Por fim, o forte pipeline de aquisições em diferentes setores, como a participação da Caixa no Banco Pan, fatia da Oi na InfraCo, Kawa Capital, entre outros negócios, nos fazem acreditar que o crescimento inorgânico pode ser uma frente interessante de desenvolvimento nos próximos períodos.”

    B3

    Ação: B3SA3

    Comentário: Fernando Hadba, estrategista do Grupo Santander

    “Vemos a B3 negociando a um valuation razoável de 25x P/L para 2021E, em linha com os pares globais. Nossa perspectiva para este ano é de que o volume diário médio siga em alta – estimamos volume diário médio em R$33 bilhões em 2021, aumentando 12% a/a e impulsionando a receita – o que, combinado com o bom histórico de entrega de resultados e desenvolvimento de novos produtos, justifica um nível de avaliação elevado.

    Além disso, a B3 provou ser não apenas um nome defensivo, mas um dos poucos nomes que realmente se beneficia do aumento da volatilidade, principalmente devido às baixas taxas de juros locais e o subsequente fluxo de recursos para renda variável. Acreditamos que os mercados de capitais podem continuar a apoiar os volumes diários. Espera-se que a série de IPOs e secundárias de 2020 continue ao longo de 2021, como foram no primeiro trimestre do ano.” 

    Bradesco 

    Ação: BBDC4

    Comentário: Lucas Marins, analista da Investmind

    “O Bradesco é a nossa escolha entre os bancos privados, principalmente pelo perfil da sua carteira de crédito e pelo potencial de melhora na eficiência de suas operações. Para o próximo ano, vislumbramos um aumento da carteira acima do mercado e uma relevante redução das despesas operacionais. Além disso, devido ao crescimento da carteira de crédito de pessoas físicas, o banco deve se beneficiar de uma retomada da economia e da redução do desemprego. 

    Da mesma maneira que praticamente todo o setor bancário, o Bradesco também deverá apresentar reversão de provisões e um maior controle dessas despesas em 2021, o que deve resultar em lucros no patamar do período pré-pandemia.

    Com o fim da pandemia, do risco de aumento de impostos e também da proibição de pagamento de dividendos, é possível visualizar boas perspectivas para as ações do setor. Assim, vemos o investimento nas ações do Bradesco com bons olhos, uma vez que enxergamos o papel bem posicionado no setor e com um interessante potencial de apreciação nos próximos anos.”

    Weg 

    Ação: WEGE3

    Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

    “Sustentamos nossa recomendação em Weg, que possui como principais destaques a expansão contínua no cenário externo, através de acordos locais ou M&A; ganho contínuo de market share; retomada da economia brasileira e posicionamento de liderança como fornecedor no segmento de GTD (Geração, Transmissão e Distribuição de Energia).

    A empresa tem mostrado boa performance no setor industrial nos últimos anos. Sua receita tem sido beneficiada pela depreciação do real, que segue crescendo como reflexo do cenário externo frente ao coronavírus, pela recuperação da demanda industrial e pelo crescimento do mercado. Além disso, a companhia vem se beneficiando de uma expansão na sua margem Ebitda, em função dos ganhos de eficiência em função da adoção de práticas da Indústria 4.0. A companhia não reduziu seu ritmo de investimentos durante a recente crise, gerando nesse momento uma vantagem competitiva em relação aos players locais. 

    A empresa tem um mix de produtos diversificado, e vem ganhando bastante reconhecimento da marca e possui um grande potencial no segmento de GTD. Além disso, a companhia ainda vê potencial nos segmentos de petróleo e gás, mineração, saneamento. 

    Quando se trata de inovação e sustentabilidade, a Weg se destaca por seu modelo de negócio, que cresce através de soluções de fontes renováveis de energia, práticas de eficiência energética e produtos e soluções com menor impacto ambiental, como a linha de motores elétricos e inversores de frequência para tração elétrica que a cia desenvolve. A empresa também é um dos principais players do mercado brasileiro de energia eólica e atua no fornecimento de soluções completas para geração hidrelétrica.”

    Itaú Unibanco

    Ação: ITUB4

    Comentário: José Falcão Castro, analista de investimentos da Easynvest

    “A qualidade da gestão, alinhamento aos interesses dos acionistas e a posição de liderança do Itaú são incontestáveis, marca reconhecida de multinacional brasileira e importante provedor de crédito para expansão das atividades econômicas no país.

    Há uma estimativa, que é consenso no mercado e nós concordamos, de que os quatro maiores bancos brasileiros poderão ter uma alta combinada de 25% no lucro líquido em 2021, considerando uma queda nas provisões para devedores duvidosos (PDD) no período. 

    Esta tendência já foi observada nos últimos trimestres de 2020, com resultados impulsionados pela redução das provisões e que deve continuar nos próximos trimestres. O Itaú, banco que foi o mais conservador e fez mais provisões em 2020, deve apresentar uma boa recuperação neste ano.” 

    Multiplan 

    Ação: MULT3

    Comentário: Fernando Hadba, estrategista do Grupo Santander

    “Multiplan tem recomendação de ‘Compra’ pelos nossos analistas, com preço-alvo de R$ 31,80 para o final de 2021. A normalização do comércio e o fim dos fechamentos forçados são os principais catalisadores das ações. Adicionalmente, optamos por este ator com mais experiência e menor risco do mercado de shoppings. 

    Como esperado, outra rodada de lockdowns fez com que a Multiplan reportasse resultados fracos no 1T21. O principal destaque negativo foi o forte aumento da inadimplência, que atingiu 11% vs. 5,8% no 4T20. Ainda assim, acreditamos que parte desta deterioração já foi antecipada pelo mercado e, portanto, estimamos uma reação ligeiramente negativa da ação no curto prazo.

    Olhando para o futuro, 100% dos shoppings da Multiplan estarão abertos (até meados de abril), operando a 77% do horário regular (vs. a média de 26,1% em março), o que deve resultar em um 2T21 mais positivo. Reiteramos nossa recomendação de “compra” para Multiplan, uma vez que o aumento da vacinação durante o 2S21 deve levar a uma recuperação do setor mais rápida do que o previsto nos próximos trimestres.”

    Suzano 

    Ação: SUZB3

    Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

    “O setor de papel e celulose permanece com demanda forte e saudável, devido à interrupção de fornecimento e consumo crescente da China. A indústria deve se manter aquecida ao longo do ano, com a demanda impulsionada pelo consumo de tissue, as questões sanitárias na China, as melhores condições econômicas na Zona do Euro e a recuperação da atividade econômica local.

    A Suzano possui grande parte da sua receita em dólar, que, na nossa visão, deve se manter em patamares elevados ao longo dos próximos meses. Isto, em conjunto com a alta no preço das commodities, impulsiona um aumento da receita da companhia no curto e médio prazos. Vale dizer que a porcentagem de seus custos referenciada em dólares é pouco relevante, e que a companhia conseguiu  superar as fortes perdas com sua operação de hedge, realizada para proteger sua operação frente às oscilações do câmbio, obtidas no ano passado.

    Em seu resultado do 4T20, a empresa apresentou crescimento acima de 400% em seu lucro líquido, vs. o mesmo período de 2019, impulsionado pelos fortes ganhos no resultado financeiro, com operações de câmbio e derivativos. Ainda, seu volume de produção aumentou exponencialmente, a o efeito do câmbio mais do que compensou as mínimas históricas da celulose no mercado internacional.”

    Marfrig 

    Ação: MRFG3

    Comentário: Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos

    “Considerada uma das maiores atuantes no setor de proteína bovina e com presença nos principais mercados consumidores mundiais, a Marfrig é favorecida pelo crescimento da demanda global pela commodity e pelo câmbio favorável para as exportações.

    Além disso, o aumento no número de usinas autorizadas para exportação à China na América do Sul demonstra um forte potencial de crescimento para a companhia. Acreditamos que a empresa continuará se beneficiando do cenário positivo para o segmento e, por isso, indicamos a compra das ações MRFG3 para o mês de maio.”

    Rede D’Or

    Ação: RDOR3

    Comentário: Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos

    “Considerado o maior grupo nacional independente de hospitais privados, a Rede D’Or possui uma vasta estrutura de atendimento, contando com hospitais, clínicas oncológicas, serviços ambulatórios, banco de sangue e procedimentos de diálise. Inserida em um dos setores menos afetados pela pandemia do coronavírus, o IPO da Rede D’Or é considerado o terceiro maior da B3, atingindo uma captação bilionária.

    No início do mês de abril observamos uma importante retomada do movimento comprador das ações da companhia. Acreditamos que esse cenário permaneça no mês de maio.”