Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Unidas prepara a compra de 2 mil carros elétricos este ano

    A empresa tem como meta ampliar a sua frota de carros elétricos para 80 mil nos próximos cinco anos

    André Jankavski, do Estadão Conteúdo

    De olho no compromisso que anunciou de neutralizar sua emissão de carbono até 2028, a locadora de veículos Unidas separou R$ 370 milhões para adquirir 2 mil carros elétricos neste ano, sendo 400 deles modelos híbridos.

    Com a compra, a empresa chegará a 2,6 mil veículos à disposição dos seus clientes tanto na área de terceirização de frotas quanto no segmento de locação.

    A empresa já fechou contratos de compra com montadoras como Renault, BMW e a Stellantis, dona de marcas como Fiat e Peugeot.

    De acordo com o chefe da área de frotas, Breno Davis, essa iniciativa é a primeira de uma série de grandes movimentos que a empresa tem para eletrificar o seu portfólio.

    A Unidas tem como meta ampliar a sua frota de carros elétricos para 80 mil nos próximos cinco anos. Essa iniciativa deve somar cerca de R$ 15 bilhões de investimentos até 2027, levando-se em conta os valores atuais dos veículos.

    Mais do que diminuir a sua pegada de carbono, a Unidas quer ser protagonista na adoção de veículos elétricos. “Entendemos que alguém precisa assumir esse protagonismo e perder o medo de investir nesse mercado”, afirma Davis.

    Porém, os desafios nesse setor são grandes. Por ora, ainda existem poucos pontos de recarga espalhados pelo Brasil, assim como a revenda de veículos – responsável por uma grande fatia do faturamento e da rentabilidade do setor – ainda patina pela falta de carros e também da própria infraestrutura urbana.

    Não por acaso, a Unidas prevê a instalação de mil pontos de recarga até 2027, a fim de atender à demanda que ela mesma está criando. Trata-se de uma iniciativa que a empresa já faz com os seus clientes corporativos de gestão e terceirização de frota.

    Segundo o executivo, dependendo do pedido da empresa, eles instalam carregadores em prédios da empresa ou até mesmo em casas de executivos.

    E esse deve ser o mercado que a empresa vai perseguir no curto prazo. Isso porque os carros disponibilizados no segmento de locação ainda são para clientes que querem experimentar a possibilidade de conduzir um automóvel elétrico. Afinal, os valores são mais altos do que a locação de um veículo a combustão.

    Futuro

    Em dezembro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a junção da operação por três votos a dois, mas com uma série de remédios amargos para a companhia.

    Entre as medidas que as empresas precisarão tomar está a alienação de todos os ativos da Unidas no segmento de locação. O principal negócio da empresa, a gestão de frotas, foi poupado.

    Diante de tantas burocracias pela frente, faz sentido para a Unidas fazer esse movimento? Para Davis, sim. A Unidas recebeu o selo EV100, uma iniciativa global de empresas que se comprometem com a transição dos veículos a combustão para modelos elétricos até 2030.

    Além disso, segundo o executivo, a iniciativa faz parte da agenda ESG e ajuda na geração de valor aos clientes. “Mesmo não tendo acesso aos negócios, conhecemos a turma da Localiza e eu tenho certeza que, com a fusão se concretizando, essa agenda ganha ainda mais força com a nova companhia”, diz.

    Para Leo Monteiro, analista da corretora Ativa Investimentos para locação de veículos, a iniciativa de investir em carros elétricos faz sentido em um momento em que o ESG já começa a fazer preço nos ativos ao redor do mundo.

    E, apesar da queda de quase 20% que a Unidas teve em 2021, a Ativa recomenda a compra da ação. “O mercado de locação de veículos no Brasil ainda é incipiente, principalmente no segmento de gestão e terceirização, de maior margem e no qual a Unidas é líder”, afirma Monteiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

    Tópicos